Mercado de Alhos Vedros
Conjunto de documentação textual sobre a construção do Mercado de Alhos Vedros, no concelho da Moita.
Identificação
Análise
1970.10.19: A Câmara Municipal da Moita (CMM) informa o arquiteto João Alves de Sousa de que, em reunião camarária de dia 16, foi decidido incumbi-lo da execução do projeto do novo mercado de Alhos Vedros “de harmonia com o estudo apresentado para o Largo da Igreja”.
1971.08.02: O arquiteto envia os elementos de arquitetura do estudo, aguardando pelos elementos das especialidades, a enviar pelos técnicos até ao final do mês.
1971.08.11: Ofício do presidente da CMM, Victor Brito de Sousa, dirigido ao Ministro das Obras Públicas (MOP). Informa que a câmara aprovou o projeto de construção do mercado, uma “obra de premente necessidade e que virá beneficiar toda a população daquela freguesia”. Pela incapacidade financeira da câmara para suportar os gastos inerentes à sua execução, solicita uma comparticipação estatal para o efeito.
1971.08.26: Rui Barbosa de Matos, engenheiro diretor de Urbanização do Distrito de Setúbal, solicita que a CMM informe se existe projeto completo ou se apenas existe a parte arquitetónica. Em resposta, esclarece-se que ainda somente existe a parte arquitetónica e solicita-se que seja apreciada como anteprojeto.
1971.09.24: Parecer favorável da Comissão Municipal de Higiene.
1972.02.02: Esclarecimento do arquiteto-urbanista João Alves de Sousa relativo ao ofício enviado pelo Gabinete do Plano Diretor de Lisboa. Os estudos do Plano Sub-regional Barreiro-Moita foram concluídos em maio de 1969, altura em que se propôs implantar um edifício para o novo mercado de Alhos Vedros “em terreno situado na zona Norte do perímetro urbano proposto”. Perante a pressão de iniciativas particulares e exigências da administração municipal, nos anos seguintes aprofundaram-se os estudos com nova proposta para o aglomerado urbano de Alhos Vedros. Não se alterou a proposta anterior, mas introduziu-se apenas uma proposta de implantação do novo edifício do mercado que “visa pura e simplesmente à eliminação – por substituição – do actual mercado”, localizado na área da igreja e Misericórdia. O mercado existente não satisfazia as exigências da população. Trata-se de terrenos municipais. Junta o projeto definitivo, entretanto concluído.
1972.10.20: O diretor do Gabinete do Plano Diretor de Lisboa (assinatura ilegível) não se opõe à localização pretendida considerando que “dela não resultem, por motivos de ruídos, movimentos, cheiros e higiene, inconvenientes para os edifícios do hospital e Centro Sócio-Cultural que marginam”.
1973.07.31: Despacho do MOP, Rui Sanches, devendo abreviar-se a apreciação do anteprojeto para que a CMM proceda rapidamente à elaboração do projeto.
1973.11.09: Ofício do presidente da CMM dirigido ao Diretor de Urbanização do Distrito de Setúbal (DUDS). Indica que deverá haver um lapso no despacho ministerial, pois o estudo enviado em novembro de 1972 corresponde ao projeto (incluindo as partes de arquitetura, especialidades e pormenores). Solicita que seja retificada a posição do processo, para rápido andamento.
1976.05.31: A Comissão Administrativa de Alhos Vedros informa o DUDS que “por exigência da população foi necessário estudar nova localização para o mercado”. Envia planta do local selecionado, e solicita aprovação. Verifica-se na planta a implantação junto do depósito de água de Alhos Vedros, com identificação das duas fases de construção, e da integração de um parque infantil na proximidade do edifício.
1976.10.07: Anúncio de concurso público para arrematação da empreitada de construção do mercado, assinado pelo presidente da Comissão Administrativa, Staline de Jesus Rodrigues.
1976.10.21: Informação técnica da CMM assinada pela engenheira Maria da Glória Vilarinho, relatando a cronologia do processo. A Direção-Geral dos Serviços de urbanização (DGSU) aprovou o projeto em 11 de março de 1974. Falta a retificação do projeto de eletricidade.
1976.12.09: A CMM julga de adjudicar a empreitada a PRUMO – Empreendimentos Imobiliários e Turísticos, Lda., concorrente único, pelo valor de 3.998.337$10.
1976.12.20: Rui Barbosa de Matos informa que o concurso deve ser anulado, pois não se explicitou a parte elétrica e o caderno de encargos apresentava defeitos, para além de falhas do concorrente. Deve aguardar-se pela aprovação do projeto de eletrificação.
1977.01.19: Apreciação do projeto de eletricidade, ao qual faltam elementos, pelos engenheiros eletrotécnicos da Direção dos Serviços de Equipamento, A. Campos Machado e João Manuel C. Aleixo.
1977.04.18: Após novo concurso em março, a CMM deliberou adjudicar a obra ao concorrente UNIURBA – União Cooperativa de Construção Civil e Especialidades Afins, SCARL, pelo valor de 4.284.394$40 (excedendo a base de licitação), dada a urgência da execução. A DUDS vem a concordar, indicando que a previsão do plano de comparticipações é um orçamento de 4.000.000$00, havendo necessidade de reforço, a procurar em ajustamento próximo do plano integrado.
1977.05.30: Auto de consignação dos trabalhos à UNIURBA. Em julho de 1977, há questões endereçadas à Secção Técnica da CMM pela Estrela Moitense – Cooperativa Operária de Construção Civil, SCARL.
1977.10.10: Auto de medição de trabalhos n.º 1. A obra é comparticipada através de verbas do Orçamento Geral do Estado.
1977.11.24: Em resposta a uma carta da UNIURBA em que se insta pela nomeação de um fiscal da câmara, o município insiste para que o empreiteiro indique quais os problemas arquitetónicos com que se têm deparado para justificar a presença de um responsável pelo projeto.
1978.07.05: Foi concedida a comparticipação de 560.000$00, escalonada entre 1978 e 1979.
1978.07.12: O presidente da CMM, Fernando José Madeira Ribeiro, exige imediato recomeço dos trabalhos, pois o prazo era maio desse ano. Notifica a cooperativa de que a obra tem de estar concluída em setembro de 1978, sem possibilidade de prorrogação adicional.
1980.08.27: A CMM deseja construir o arruamento de ligação entre o mercado e o bairro das Morçoas. Pedem proposta aos adjudicatários das infraestruturas da creche de Alhos Vedros, Franco e Catarino.
1981.08.14: Auto de receção definitiva da obra.
Para citar este trabalho:
Ana Mehnert Pascoal para Arquitectura Aqui (2025) Mercado de Alhos Vedros. Acedido em 04/11/2025, em https://arquitecturaaqui.eu/pt/documentacao/processos/66752/mercado-de-alhos-vedros




