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Utilização Coletiva em
Portugal e Espanha 1939-1985

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Edifício da Santa Casa da Misericórdia de MarvãoCentro de Recuperação de Menores Deficientes Mentais, MarvãoConvento de Nossa Senhora da Estrela, Marvão

Em 1965, uma publicação do Ministério das Obras Públicas dava conta da conclusão de "obras de reparação geral" no edifício da Santa Casa da Misericórdia de Marvão, sem mais pormenores.

O processo de adaptação deste edifício a "asilo de crianças" terá tido início em fevereiro de 1967, quando a instituição solicitou o apoio financeiro da Fundação Calouste Gulbenkian para as obras necessárias.

Este subsídio só viria a ser autorizado em dezembro de 1974, no valor de 856.675$00, justificado, no respetivo processo do Arquivo do Serviço de Saúde e Proteção Social da Fundação Calouste Gulbenkian, nos seguintes termos: "A Misericórdia pretende fazer obras de remodelação e ampliação num antigo convento que possui em Marvão para aí criar condições favoráveis à instalação habitacional e à reeducação de 90 crianças deficientes mentais do sexo feminino, e ainda à melhoria das condições de habitação para 60 pessoas idosas de ambos os sexos. A obra que se pretende melhorar começou no ano de 1967, após acordo de cooperação entre a Misericórdia e o Instituto de Assistência Psiquiátrica, com a instalação de um centro de recuperação e tratamento para crianças débeis mentais em Marvão. Como o trabalho feito foi considerado bom o Instituto de Assistência Psiquiátrica aconselhou a ampliação e melhoramento das instalações". 

A Santa Casa contou também com as comparticipações de 785.012$50 obtidos do Ministério da Saúde e Assistência; e de 785.012$50 do Ministério das Obras Públicas. As obras estavam inicialmente orçamentadas em 3.426.700$00.

Em 1986, a obra "Misericórdia de Marvão [–] Estabelecimento de Assistência para a Psiquiatria Infantil, Residência e Escola" foi apresentada como concluída na Primeira Exposição Nacional de Arquitectura (Lisboa), em cujo catálogo o arquiteto autor do projeto Jorge Farelo Pinto (com a colaboração do arquiteto Manuel Martins Garrido, do engenheiro civil Manuel Silva Couto e do engenheiro electrotécnico Trigo de Sousa) sintetizou as intenções e preocupações da equipa perante o desafio de instalar um programa novo e complexo num edifício antigo com relevante presença patrimonial: "Quando se intervém numa realidade existente, que posição assumir? Quando se agrega algo de novo que temas ou palavras utilizar? Será de dissimular a nova composição no edifício anterior? Será de apagar deliberadamente o tempo recente, levando a pensar que nada foi acrescentado? Uma das respostas possíveis será a de investir na complexidade e riqueza interior em conjugação com uma certa simplicidade exterior." (p. 150)

Segundo esta fonte, o arquiteto Farelo Pinto elaborou o projeto em 1974, "em regime de profissão liberal", e a execução da obra decorreu entre 1974 e 1975.

No início da década de 1990 o edifício perdeu as funções para que fora adaptado e nele foi instalada uma estrutura residencial com capacidade para cerca de 100 idosos que se mantinha em funcionamento em 2025.

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Análise

Data de Conclusão
1975
Análise Conjugada de Forma, Função e Relação com o Contexto

O edifício integra aquelas que foram outrora as instalações do Convento de Nossa Senhora da Estrela.

Momentos-chave (clique abaixo para mais detalhe)

Atividades

Localização

Comunidade
Lugar
Convento de Nossa Senhora da Estrela
Morada
Largo de Nossa Senhora da Estrela
Distrito Histórico (PT)
PortalegreDistrito Histórico (PT)
Contexto
PeriurbanoContexto
InteriorContexto

Estado e Utilização

Estado
ConstruídoEstado da Obra
Outras Utilizações
Proprietário

Fórum

A informação constante desta página foi redigida por Tiago Candeias e Ricardo Costa Agarez entre janeiro e março de 2025, com base em diferentes fontes documentais e bibliográficas.

A documentação localizada nos arquivos da Fundação Calouste Gulbenkian foi recolhida e sistematizada por Rita Fernandes em 2022.

Para citar este trabalho:

Tiago Candeias, Ricardo Costa Agarez e Rita Fernandes para Arquitectura Aqui (2025) Edifício da Santa Casa da Misericórdia de Marvão. Acedido em 05/09/2025, em https://arquitecturaaqui.eu/pt/obras/19696/edificio-da-santa-casa-da-misericordia-de-marvao

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).