A Casa do Povo de Sande foi constituída em 1936 e, durante mais de três décadas, funcionou sem edifício próprio. Ao longo dos anos, a Casa do Povo recebeu apoio financeiro de várias instituições para a aquisição de mobiliário e equipamento, comparticipação de despesas de ação médico-social e construção da sua sede. A primeira comparticipação do Ministério das Obras Públicas data de 1959, tendo este concedido vários reforços ao longo da década seguinte. O edifício-sede terá ficado concluído entre 1969 e 1970, embora a sua construção fosse recomendada pela Inspeção dos Organismos Corporativos desde, pelo menos, 1950.

Antes da construção do novo edifício, a Casa do Povo encontrava-se instalada num espaço insuficiente, constituído por apenas uma divisão, dividida por biombos de madeira de forma a conformar três sub-espaços. O posto médico não tinha a privacidade necessária à sua atividade e os cursos de artesanato e formação doméstica lá lecionados funcionavam sem as máquinas e materiais necessários por não se dispor de espaço para os armazenar.

Ainda assim, um relatório de inspeção à Casa do Povo de 1957 sublinhava o êxito do curso de artesanato “para o restabelecimento da indústria caseira de fabrico de cobertores em lã e de roupas em linho”, tendo despertado tanto interesse na região que não era possível responder a todas as encomendas. Referia-se também a “formação das mulheres de amanhã” conduzida na Casa do Povo de Sande, onde “uma prepara o próprio enxoval, outras aprender a cozinhar”.

No entanto, a atividade terá diminuído até 1970, altura em que outro relatório indicava um decréscimo de membros efetivos causado pelo “êxodo do trabalhador rural para a indústria, nomeadamente para a construção e barragens hidroelétricas”.

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