Embora a construção de um novo edifício escolar para o núcleo da Sé se encontrasse já em estudo desde, pelo menos, 1966, em novembro de 1968, a cidade de Lamego ainda não dispunha de uma escola primária com as condições necessárias. Uma notícia publicada no Jornal do Comércio do Porto, de dia 19 desse mês, referia “mil crianças sem um só edifício escolar”. A notícia referia a evacuação do único edifício escolar da cidade por não oferecer garantias de segurança, tendo as crianças sido instaladas em salas dispersas, oferecidas ou arrendadas, que não reuniam as necessárias condições de conforto e cujos proprietários não cederiam a longo prazo. No início do ano seguinte, a Câmara Municipal de Lamego emitiu a opinião de que o edifício da escola central de Lamego não deveria continuar a servir de centro de ensino primário, já que apresentava condições de segurança precárias. Em novembro de 1969, o Ministério das Obras Públicas aprovou a construção de dois blocos escolar de 12 salas para o ensino primário, situando-se um no Desterro, freguesia da Sé, e o outro em Alvoraçães, freguesia de Almacave.

Em junho de 1970, havia já sido celebrado o contrato entre a Câmara Municipal e o arquiteto João Cramês para elaboração dos projetos das duas escolas. No entanto, a Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais colocava entraves ao desenvolvimento do projeto, por considerar desadequada a localização definida pela Câmara para instalação da escola do Desterro, junto à Igreja de Nossa Senhora do Desterro. Perante a insistência por parte da autarquia de não existir, na cidade de Lamego, “qualquer outro terreno onde se possa construir o edifício escolar para o ensino primário das crianças citadinas da freguesia da Sé que obedeça às condições legais em vigor”, a Direção das Construções Escolares do Centro elaborou um estudo para uma solução alternativa que, tendo em consideração o trabalho já realizado pelo arquiteto, colocava o edifício escolar fora da zona de proteção da Igreja. Em setembro de 1970, a planta de localização do edifício escolar de 12 salas foi aprovada pelo Subsecretário das Obras Públicas.

O anteprojeto apresentado pelo arquiteto em julho de 1971 foi aprovado passado um ano, com parecer favorável da Direção das Instalações para o Ensino Primário. A obra foi adjudicada a Celestino Barata Martins em fevereiro de 1974, pela quantia de 7 010.456 escudos. Desconhece-se a data exata de conclusão da obra, que se encontraria terminada em novembro de 1976.

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