O Instituto D. Francisco Gomes, designação oficial da comumente conhecida Casa dos Rapazes, é uma instituição com muitas décadas de existência, desde sempre, dedicada a receber crianças exclusivamente do género masculino. 

Esta instituição, criada em 1944, chegou a ter cerca de centena e meia de crianças à sua guarda. Órfãs ou em risco, avaliadas as situações e condições, encontravam aqui um lar, uma escola e o carinho que ajudava a amenizar a ausência ou inexistência de familiares. Chegavam sozinhos ou com irmãos e cresciam juntos, recebendo todo o preparo para a vida adulta, pois chegado o momento da maioridade tinham que deixar a instituição e seguir a nova fase das suas vidas. 

Segundo o testemunho escrito de Matos Junça, educando e mais tarde dirigente desta instituição por vários anos: 

Ao princípio dirigida sobre um regime severo, não impediu que hoje, possamos orgulhar-nos de que 90% dos nosso rapazes se encontrem bem integrados na sociedade (...)

O objetivo tinha sido atingido, embora muito deles vivendo em perigo moral, entregues a si próprios, quantas vezes abandonados pela família e ignorados pela Sociedade, se tinham encontrado, personalizado, e enriquecido, envolvidos no mesmo sofrimento, lutando de mãos dadas e cerrando os dentes, por uma vida melhor...digna, nobre e invejável.

Esteve inicialmente instalada na habitação de uma propriedade rural na zona do Bom João para a Atalaia tendo-se vindo, mais tarde, a adquirir toda a propriedade para se empreender obras de ampliação, a partir de meados dos anos 60, o que permitiu à instituição atingir maior alcance social. 

Contou com o apoio de vários amigos e associados da instituição, bem com o apoio do Ministério das Obras Públicas MOP) através dos planos de Melhoramentos Urbanos (MU) desenvolvidos pela Direção-Geral dos Serviços de Urbanização (DGSU) e, também, com o apoio da Direção-Geral de Assistência. As obras de construção de vários pavilhões destinados a vários dormitórios, serviram também para instalar mais condignamente os vários serviços administrativos e de gestão da instituição. O projeto de arquitetura foi da responsabilidade do engenheiro Mateus Manuel Lopes de Brito e do agente técnico de engenharia José Caeiro de Matos Junça, que chegaram a fazer parte da direção da instituição. Em 1967, o Governador Civil de Faro pedia urgência na autorização do início das obras, por parte do Ministro das Obras Públicas, por "ameaçar ruína o armazém que serve de dormitório aos pupilos do Instituto…".

Com a Revolução de 25 de abril de 1974, no ano seguinte, estavam criadas as condições para que fosse possível fixar um quadro permanente de técnicos devidamente habilitados a cada função da instituição, tendo para o efeito contado com o auxílio do Governo. 

Transformada em Instituição Particular de Solidariedade Social (IPPS) desde 1989, o Instituto D. Francisco Gomes, é hoje uma associação que procura uma constante atualização dos serviços contando com "um vasto número de funcionários, que (...) proporcionam [às crianças], no dia a dia, o ambiente familiar que não tiveram, zelando pela educação, comportamento, alimentação, saúde e higiene, entretenimento, ocupação de tempos livres, etc., têm ainda um corpo de técnicos a acompanhá-los, composto por psicólogas, técnico de serviço social, professoras destacadas pela Direção Regional de Educação do Algarve para apoio pós escolar. 

Atualmente conta com três residências para infantis, juvenis e júniores, separadas e totalmente equipadas e adaptadas a cada uma das faixas etárias. O refeitório é hoje um edifício amplo e comum a todos os utentes da instituição.  

Da sua estrutura fazem ainda parte o Relógio, infantário, creche e pré-escolar, e a Academia uma escola dedicada à prática de atividades desportivas.