O edifício onde se instalava o refeitório para os trabalhadores da Barragem de Miranda do Douro foi adjudicado pelo Conselho de Administração da Hidro-Elétrica do Douro ao arquiteto António Janeira em 1957, de acordo com a sua ata n.º 211 de 17 de dezembro do mesmo ano. O edifício constava já, no entanto, do plano geral de edificações para apoio à barragem, de acordo com a planta geral do estaleiro de 1957. Terá sido construído entre 1958 e 1960, ano em que aparecia numa fotografia aérea do estaleiro, que ilustra o livro “Moderno Escondido”, de Michele Cannatà e Fátima Fernandes.

Em janeiro de 1962, desenvolvia-se um projeto para um cinema a instalar, a título precário, no estaleiro da barragem. Para este efeito, propunha-se a adaptação de uma sala existente, já que, como a sala seria utilizada pelo pessoal trabalhador da barragem “não [deveria] ser considerada como salão de luxo”. Em fevereiro seguinte, o Conselho de Administração da Hidro-Elétrica do Douro autorizou a adaptação de uma das alas do refeitório de Miranda para a sala de cinema do Centro de Alegria no Trabalho, como solicitado pela Direção do mesmo centro, concedendo ainda, para esse fim, a verba de 2.000$00. Na mesma altura, o Conselho de Administração explicava que “presentemente e em face da redução do número de operários naquele escalão, não se torna necessário utilizar completamente aquele edifício para serviço de refeições”. Indicava-se ainda que os associados do Centro de Alegria no Trabalho executariam gratuitamente a maior parte dos trabalhos de adaptação. Ainda em fevereiro, o projeto foi aprovado pelo Conselho Técnico da Inspeção dos Espetáculos do Secretariado Nacional da Informação, Cultura Popular e Turismo.

Desconhece-se a data de conclusão das obras de adaptação e inauguração da sala de cinema.