Buildings & ensembles : Mercado Municipal de Monforte

Mercado Municipal de MonfortePosto de Vendas, Monforte

Em 1978, atendendo à necessidade e urgência da povoação de Monforte e das localidades vizinhas em dispor de instalações apropriadas para a venda de bens, inicia-se o processo de construção de Posto de Vendas em Monforte, promovido pela Câmara Municipal de Monforte, através da apresentação de um anteprojeto elaborado pelo Gabinete de Apoio Técnico de Portalegre (Arq. João Cabral).

Tanto quanto a documentação encontrada e analisada permite perceber, a abertura oficial do processo dá-se em agosto de 1978, com o posterior parecer positivo da Direção-Geral do Equipamento Regional e Urbano perante o anteprojeto apresentado.

Esse anteprojeto dá então lugar a um projeto, elaborado pelos mesmos serviços técnicos, que é aprovado em novembro de 1978, para o qual é igualmente autorizada uma comparticipação no valor de 1.920.000$00, através do Plano de Obras Novas do Estado – salvo o parecer da Direção-Geral de Saúde que ainda se encontrava em falta.

Nesse sentido, após abertura de concurso limitado, a obra da construção do posto de vendas de Monforte é adjudicada, em março de 1979, a José dos Anjos Monteiro, pelo valor de 3.755.080$00. Em finais de julho de 1979, iniciavam-se os trabalhos.

Pouco mais tarde, em setembro de 1979, a empreitada da obra viria a ser trespassada para a firma J. Moreira & Irmão, Ld.ª, nos mesmos termos da anterior adjudicação. Não dispomos de informação relativa à conclusão da obra, mas, pela sua existência, é confirmada a sua construção.

Atualmente [2024], a sua utilização não é clara, sendo que a designação do edifício alterou-se para 'Mercado Municipal' e parece ser uma utilização de caráter polivalente e somente pontual, em eventos específicos.

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Notes

Combined Analysis of Form, Function and Relation to Context

O Mercado Municipal de Monforte, localizado a nordeste da vila de Monforte, insere-se numa zona que, à data da sua construção, se previa no Plano Geral de Urbanização como zona de expansão - integrando-se em malha próxima a um conjunto habitacional que parece ser da mesma época.

Apresenta uma configuração em L, formando um pátio junto à entrada que permite o acesso, o estacionamento, a realização de vendas ao ar livre e o efetuar de cargas e descargas de mercadoria. Esta configuração é conferida pelo programa do edifício que se divide em 2 corpos principais (nos extremos) interligados por um corpo intermédio, dividindo-se a própria construção em 3 níveis, de forma a acompanhar o declive do terreno.

O piso intermédio, de entrada, é iluminado por uma clarabóia e destina-se à administração, arrumos e instalações sanitárias, concretizando a localização aos corpos principais por meio de escadas e rampa. O corpo mais elevado destina-se à venda de verduras e frutas, enquanto o outro se destina à venda de carne e peixe, totalizando ambos 24 bancadas.

A estrutura de ambos os corpos é feita através de pórticos, de forma a evitar a presença de pilares no meio do espaço, sendo que nos seus extremos grandes portões envidraçados asseguram a entrada e saída de mercadorias.

O destaque vai para a presença da luz natural no espaço, que se apresenta como elemento chave pela presença da clarabóia e dos vãos e janelas que percorrem as fachadas do edifício - assegurando não só a iluminação com a ventilação do espaço.

Apesar de não serem claras as suas funções atualmente [2024], o edifício parece não ter sido alvo de grandes intervenções desde a sua construção.