A Escola Básica e Jardim de Infância n.º 3, de Loulé, foi construída para servir a população escolar local, respondendo à necessidade de ampliar a rede de ensino primário na área urbana da vila que já havia sido contemplada com uma escola (com projeto-tipo da autoria do arquiteto Raul Lino) no âmbito de um projeto nacional anterior ao Plano dos Centenários, e interrompido em 1938.

A distribuição do número de edifícios e de salas – quatro salas, para o sexo feminino – foi pensada em função do recenseamento escolar e da separação por géneros, procurando garantir o cumprimento das normas morais e de bons costumes em vigor, que incluíam a separação física de alunos e alunas em edifícios ou alas distintas. O Plano dos Centenários (1943) previa a construção de dois edifícios escolares, com quatro salas cada, para o núcleo escolar da vila que incluía um número considerável de lugares das duas freguesias urbanas.

A localização escolhida, junto ao Bairro de Casas para Famílias Pobres, resultou não só da dificuldade por parte da câmara em adquirir um terreno que fosse mais central, como também por dispor de terreno municipal já infraestruturado com redes de esgotos e de abastecimento de água em área de expansão urbana, o que veio a pesar na decisão do poder central relativamente à opção apresentada.

A construção da escola prolongou-se por vários anos. Em 1945, solicitou-se à câmara a escolha de terrenos para a implantação da escola, tendo sido inicialmente selecionado um lote na Avenida José da Costa Mealha; porém, as dificuldades na aquisição desse terreno obrigaram à sua substituição por outro disponibilizado, em 1947, junto ao Bairro de Casas para Famílias Pobres. Após pareceres sucessivos e aprovação da nova implantação pelo ministro das Obras Públicas, em janeiro de 1948, o terreno foi colocado à disposição dos empreiteiros, José Rodrigues Semião e José Guerreiro Neto, e o projeto passa à fase de obra, sendo da responsabilidade dos mesmos empreiteiros a execução das obras complementares. A 1 de outubro de 1948 é lavrado o Auto de Entrega do edifício escolar à Câmara Municipal de Loulé. Em 1949, o processo deveria ficar concluído com a entrega do mobiliário escolar para equipar o edifício, mas no final desse ano ainda se aprovavam trabalhos imprevistos que incluíram, por exemplo, o fecho lateral do alpendre para resguardar da rua as portas das instalações sanitárias, sinal da atenção a aspetos de recato e moralidade.

Ao longo das décadas seguintes, a escola mantém-se em funcionamento e continua a ser objeto de investimento e cuidado por parte do município, o que prolonga e reforça o sentido da sua construção original.

Em 1972, no âmbito de um novo plano de expansão da rede escolar, foi proposta a ampliação do edifício “Raul Lino” e da escola do Plano dos Centenários, numa altura que que a diretora da escola feminina solicitava obras de manutenção, às quais os serviços de Construções Escolares respondem com a promessa de vistoria e intervenção. Em 1975 é preparado um processo de conservação mais abrangente, que incluía a substituição de vidros, sanitas e soalhos, pinturas e caiação. Em 1977 a câmara municipal pagou à Cooperativa Operária Louletana de Construção Civil pelos trabalhos de arranjo do terreno do recreio e remodelação do muro de vedação da escola.

Desconhecem-se as datas de construção do edifício da cantina escolar e das ampliações mais recentes.

O edifício mantém funções educativas.