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Mercado Municipal, Penamacor

A construção do mercado foi promovida por iniciativa da Câmara Municipal de Penamacor no final da década de 1960. À data, a vila contava com cerca de 4.000 habitantes, não possuindo um mercado coberto "onde os géneros e produtos possam ser vendidos e expostos com as mínimas condições de higiene e salubridade" (Ofício do Presidente da Câmara Municipal de Penamacor dirigido ao Ministro das Obras Públicas, 1968.11.20); as transações de géneros alimentícios eram feitas ao ar livre. O projeto do edifício foi acometido ao arquiteto Manuel Ferrão de Oliveira, datando de 1969.

A obra foi inicialmente comparticipada com financiamento estatal, através do Fundo de Desemprego, no montante de 363.000$00, correspondendo a 15% do orçamento. Ao longo do processo, foi solicitado o aumento da comparticipação estatal para 95%, ascendendo a um montante superior a 3.000.000$00. As verbas integravam também subsídios concedidos pela Comissão Coordenadora de Obras e Melhoramentos Rurais do Nordeste (1.000.000$00).

A construção foi iniciada em 5 de maio de 1971, tendo a obra sido adjudicada à firma de António Lourenço, empreiteiro de Penamacor. A inauguração do mercado ocorreu a 14 de dezembro de 1979, quando António Moutinho dirigia a autarquia, após o moroso arranjo da envolvente e respetivos acessos, a realização de alterações necessárias ao projeto inicial durante o processo e suspensão das obras decorrentes de expropriação de parcelas de terreno, com paragem pontual das obras. Segundo testemunho, terá havido um litígio entre o Presidente da CMP e o projetista, dado que não se cumpriu a exigência da edilidade de que a cobertura do edifício não ultrapassasse a cota do jardim público. Outro aspeto que terá retardado o início do funcionamento do mercado foi a demora na instalação do sistema de frio (Jornal do Fundão, 9 de dezembro de 1977, 24 de agosto de 1978).

O edifício é conhecido como "a praça". Em 2024, ainda existem algumas lojas em funcionamento no interior do edifício - por exemplo, a loja de arranjos de costura funciona no espaço onde outrora estava um talho -, mas a função de mercado cessou há c. de 15 anos como consequência da abertura de superfícies comerciais de maior dimensão e da fiscalização seguindo as normativas europeias de regulamento da transação de bens, segundo testemunhos recolhidos na vila. O piso inferior, onde chegou a funcionar uma loja social, um restaurante e uma imobiliária, está totalmente desocupado.

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Identification

Conclusion Date
1979
Community

Location

Location
Address
R. dos Pelames 2, 6090-572 Penamacor
Former Distrito (PT)
Castelo BrancoFormer Distrito (PT)
Context
UrbanoContext

Status & Uses

Status
ConstruídoStatus of Work
Devoluto ParcialStatus of Work
Original Use

Chronology of Activities

Activities

Brief Description

Combined Analysis of Form, Function and Relation to Context

Edifício de planta quadrangular, implantado numa zona de desnível, desenvolvendo-se os dois pisos em cotas distintas, com cobertura com telhados de duas águas desencontrados. Destaca-se pelas fachadas envidraçadas a norte e sul. Localiza-se perto do edifício da antiga escola, reconvertido como centro de saúde. A entrada é feita ao nível do piso superior, através de uma passagem entre o muro do Jardim da República e o edifício. 

O projeto original do mercado previa a separação de produtos vendidos por piso. No piso inferior planeou-se bancadas para venda de hortícolas e fruta, para além de 4 lojas, armazém e câmara frigorífica para ovos e peixe, arrecadação, instalações sanitárias e vestiários. O piso superior tinha bancadas para venda de peixe (com pia de lavagem) e bancadas para venda de criação, ovos e caça (com zona de matadouro), bem como 5 lojas (4 talhos e 1 cantina), gabinete para fiscalização e arrecadação. Os pisos seguem a mesma organização: bancadas a sul e lojas ocupando a secção norte.

Em 2024, o piso inferior encontrava-se vazio, sem ocupação de lojas, apresentando problemas estruturais. O piso superior ainda mantém as lojas ocupadas. As bancadas também ainda existem, não tendo utilização.

Informações recolhidas em conversas em Penamacor destacam a luminosidade do edificio, e também os problemas de conforto térmico que se fazem sentir no interior, concretamente o calor no verão e o frio no inverno. A estrutura do envidraçado impede a realização de adaptações para abrir janelas. Também se verificam problemas relacionados com humidade.

Materials & Technologies

Structure
Betão ArmadoBuilding Materials
Construction
Alvenaria de TijoloBuilding Materials
TelhaBuilding Materials

Documentation

Documents 3

A informação constante desta página, redigida por Ana Mehnert Pascoal e Ivonne Herrera Pineda, em junho de 2024, foi reunida através de fontes documentais e de testemunhos locais que recolhidos em Penamacor. Conta com a preciosa informação partilhada pelos vários participantes da aula de "História Regional e de Penamacor" na Academia Sénior de Penamacor, realizada em 23 de fevereiro de 2024, com a colaboração da Academia Sénior de Penamacor e da Junta de Freguesia de Penamacor, e com testemunhos de outras pessoas que permanecem anónimas, bem como com recortes de imprensa local gentilmente partilhados por Francisco Abreu; a todos agradecemos muito.

To quote this work:

Arquitectura Aqui (2024) Mercado Municipal, Penamacor. Accessed on 19/09/2024, in https://arquitecturaaqui.eu/en/buildings-ensembles/25548/mercado-municipal-penamacor

This work has received funding from the European Research Council (ERC) under the European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement No. 949686 - ReARQ.IB) and from Portuguese national funds through FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., in the cadre of the research project ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).