Bairro da Prageira, Peniche
O Bairro da Prageira, destinado a pescadores, resultou de duas fases distintas de construção, executadas entre as décadas de 1960 e de 1970.
Por iniciativa da Junta Central das Casas dos Pescadores e em colaboração com a Câmara Municipal de Peniche, que forneceu os terrenos e ficou encarregue dos trabalhos de urbanização, entre 1961 e 1964 foi construído um bairro com 96 fogos, num total de 14 edifícios. Este conjunto terá sido inaugurado em 1967, tendo recebido uma visita do Presidente da República, Américo Tomás, dois anos depois.
Por se afigurarem insuficientes para as necessidades de alojamento sentidas, houve, entretanto, empenho na construção de mais fogos. Peniche revelava-se atrativa pelo desenvolvimento do porto e da indústria conserveira nessa área do istmo. O projeto para a ampliação do bairro, datado de 1969 e identificado como CPs 460, foi elaborado pelos arquitetos Vítor Figueiredo e Trigo de Sousa, do serviço de Habitações Económicas da Federação de Caixas de Previdência. Previu completar os blocos existentes. O estudo foi apreciado em 1970, mas a construção não terá estado concluída antes de 1974.
Segundo dados recolhidos por Diana Pereira, apesar de alguns habitantes terem recebido as casas devido ao seu estatuto profissional, terá havido assaltos para tomada de habitações, situação posteriormente regularizada (embora o bairro se caracterize essencialmente pela ligação ao setor da pesca).
Para mais detalhes, consultar a secção Momentos-chave abaixo.
Analysis
O bairro localiza-se no istmo de acesso a Peniche, com acesso à entrada pelas portas de Peniche de Cima. Na proximidade, assinala-se a implantação da Escola Básica n.º 6. À data da construção, a zona não estava urbanizada, carecendo de equipamentos, serviços ou transportes, o que provocou uma sensação de isolamento nos habitantes nos primeiros anos.
Os edifícios construídos na 1.ª fase desenvolvem-se em dois pisos, estando implantados paralelamente de forma desfasada. A 2.ª fase pretendeu completar os espaços vazios deixados por essa implantação de forma coerente, integrando blocos de 3 pisos de tipologias. Essa fase caracteriza-se pela organização dos blocos em L e pela integração de galerias exteriores nos pisos para comunicação entre as habitações. O estudo de Vítor Figueiredo e Trigo de Sousa, enaltecendo o sentido de comunidade e a concepção de espaços coletivos, previa núcleos de comércio e de apoio sociocultural, sem concretização.
Verifica-se que houve adaptação das fachadas e dos espaços comuns, particularmente notório na inclusão de divisórias nas galerias e corredores exteriores para privatização e extensão das habitações, contrariando a intenção inicial do projeto.
Key moments (click below for details)
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Documentation
A informação constante desta página foi redigida por Ana Mehnert Pascoal, em julho de 2025, com base em diferentes fontes documentais e bibliográficas.
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To quote this work:
Ana Mehnert Pascoal for Arquitectura Aqui (2025) Bairro da Prageira, Peniche. Accessed on 05/09/2025, in https://arquitecturaaqui.eu/en/buildings-ensembles/61072/bairro-da-prageira-peniche