O pavilhão desportivo da Sociedade Filarmónica Estrela Moitense foi construído segundo um estudo datado de 1962, da autoria do arquiteto Francisco Alberto Rego.

A coletividade foi fundada em 1869 em prol do desenvolvimento cultural, artístico e cívico da população local. A construção do edifício da sede foi iniciada com recurso a verbas obtidas por subscrição popular em 1929, tendo ficado incompleta. Na década de 1950 surgiu a necessidade de modificar o edifício e ampliá-lo, havendo um pedido de comparticipação financeira que não veio a ser concedida. A população na vila da Moita vinha aumentando nesses anos, com crescimento das zonas habitacionais, o que levou ao aumento do número de sócios, tornando-se imprescindível alargar os meios educativos e recreativos. A cerimónia de lançamento da primeira pedra decorreu em 1960.

O projeto que serviu de base à construção do pavilhão desportivo foi elaborado para execução por fases, correspondendo a primeira a esse corpo destinado a salão de festas e ginásio. O projeto previa a substituição da sede, apenas aproveitando alguns elementos estruturais – o edifício foi, na altura, considerado pelos apreciadores do estudo de remodelação como uma “ofensa estética (…) que importa demolir”. Nele eram realizados bailes, reuniões e sessões de cinema, eram dadas aulas de música, e previa-se a integração de salas para a direção e biblioteca. Em adição, planeava a construção de um corpo novo, perpendicular à sede, para fins desportivos e eventos festivos, e aina um recinto ao ar livre de ligação entre os dois corpos. Deste projeto, apenas foi construída a primeira fase. Optou-se por iniciar as obras por essa parte para evitar a paralisação das atividades que decorriam na sede, entre as quais se destacavam as sessões de cinema como fonte de receita da coletividade.

A documentação consultada permite compreender que a obra não foi inscrita em planos para comparticipação financeira até 1964. Cinco anos depois, a direção da coletividade mostrou interesse em executar as obras o mais rapidamente possível, aproveitando a celebração do seu centenário. Até 1972, o processo de construção não havia ainda arrancado, não se tendo identificado documentação posterior a essa data que permita comprovar o período de edificação do pavilhão desportivo.