O conjunto habitacional conhecido na Moita como Bairro da Caixa foi construído por fases, entre finais da década de 1960 e a primeira metade da década seguinte.

O presidente da Câmara Municipal da Moita terá demonstrado vontade de construção de casas económicas na vila, vindo a realizar-se um estudo sobre a viabilidade dessa ideia por parte do Gabinete de Estudos das Habitações Económicas da Federação de Caixas de Previdência, em 1963. Estabeleceu-se, assim, um programa que previa a construção de 100 habitações de renda mínima na Moita.

Os terrenos foram disponibilizados pelo município. Planeou-se a construção por fases de blocos de 3 e 4 pisos para aproximadamente 200 fogos, com recurso a projeto arquitetónico de Justino Morais, arquiteto regional de Lisboa da Federação de Caixas de Previdência. O estudo, apresentado à câmara municipal em 1966, previa, também, a inclusão de estabelecimentos comerciais. As casas destinavam-se a famílias de recursos modestos; incluíam apartamentos de tipo T2 e T3.

As obras de construção dos edifícios tiveram início no final de 1968, tendo sido adjudicadas à empresa Enobra. Houve atrasos decorrentes das más condições climatéricas no inverno e da falta de mão-de-obra. A segunda fase do bairro estava em construção em 1974. A urbanização do conjunto esteve a cargo da câmara municipal, que se viu obrigada a solicitar financiamento estatal para realizar esses trabalhos devido à sua indisponibilidade financeira. Veio a ser concedido através do Orçamento Geral do Estado, com integração no Plano de Melhoramentos Urbanos, decorrendo os trabalhos entre 1971 e 1972 sob coordenação de Joaquim Penim Marques. Os arruamentos, realizados entre 1973 e 1976 pela empresa Franco e Catarino Lda., também receberam comparticipação financeira do Estado.

Embora a receção definitiva da obra tenha ocorrido em 1979, com envio das licenças de habitação pela câmara à Caixa Nacional de Pensões, a documentação consultada indica que as casas haviam já anteriormente sido ocupadas sem autorização. Em 1975, os ocupantes demonstraram o seu descontentamento por terem sido obrigados a desocupá-las, por julgarem que uma comissão de trabalhadores na Moita então em formação seria privilegiada na distribuição dos fogos, e que essa comissão não respeitaria “as necessidades dos trabalhadores mais necessitados”.

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