A abertura da fronteira entre Portugal e Espanha é um marco considerado de grande importância pela população de Miranda do Douro. Em conversa, Margarida Nunes partilhou a sua opinião: “Eu digo assim, em Miranda do Douro houve duas revoluções industriais, foi a vinda da barragem e a abertura da fronteira. Miranda se não tinha sido a vinda da barragem não era nada e se não tinha sido a abertura da fronteira, nada era”.

Antes da construção do edifício para Estação Fronteiriça de Miranda do Douro, a fronteira funcionava de forma limitada, contam os testemunhos dos participantes no encontro Cumbersas ne l Arquibo, realizado em 16 de junho em 2023 com a colaboração do Arquivo Municipal de Miranda do Douro. Por este motivo, e para incentivar a fácil passagem de Espanha para Miranda do Douro, os comerciantes da cidade, organizados na sua Associação Comercial, reivindicaram a construção da Estação Fronteiriça, comprometendo-se a financiá-la.

Estes testemunhos explicam que, em agosto de 1975, num pedido de comparticipação pela Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Miranda do Douro ao Ministro do Equipamento Social e do Ambiente, para a construção do edifício da Estação Fronteiriça da cidade, se referisse que a obra se encontrava já em curso, com trabalhos efetuados pela população com a assistência técnica do arquiteto local Carlos Garcia. No mesmo pedido, refere-se que o Comando-Geral da Guarda Fiscal e a Direção-Geral das Alfândegas informaram a Câmara Municipal que a fronteira abriria assim que fosse concluída a Estação Fronteiriça. Faltando 650.000$00 para terminar a obra, a Câmara solicitava comparticipação total. Em outubro de 1975, a obra foi incluída num plano a financiar pelo Gabinete de Gestão do Fundo do Desemprego.

Desconhece-se a data de conclusão da obra. No entanto, entre 1977 e 1978, a Câmara Municipal de Miranda do Douro programava a construção de sanitários junto à Estação Fronteiriça, indicando que o edifício já se encontrava finalizado.