De acordo com o artigo "Inauguração do Acondicionamento e Laboratório Têxtil da Covilhã", publicado em Julho de 1952 na Revista Lanifícios, o projeto foi "estudado e delineado pelo arquiteto Rodrigues Lima e construído pela Construtora Abrantina, sob fiscalização do engenheiro Rafael Costa", mandado erguer pela Federação Nacional dos Industriais dos Lanifícios, uma "edificação de tipo utilitário como era natural ao fim que se destina, (que) sofre ainda assim do mínimo de estrutura industrial para manter, pelo menos no que respeita ao alçado principal, uma linha equilibrada de fachada moderna sem deixar de ser portuguesa, com um magnífico aproveitamento dos materiais nobres — o granito, o bronze e o mármore — que ali se casam à maravilha".

"Ao alçado, de solução assimétrica com a graciosa nota de base do pau-de-bandeira, dá notável relevo o grupo escultórico de João Carlos, em bronze de razoáveis dimensões (1,50x2,00) que ali explica o destino da obra. um pastor, com o seu cordeiro nos braços, um Mercúrio alado empunhando a balança e uma tecedeira empunhando a lançadeira, tudo com um sabor helénico sobreposto à composição moderna que lhe dá um estilo neoclássico, representam a produção, o comércio e a indústria da lã, colocadas numa figuração intemporal que nem a roda de fiar destrói. O elemento escultórico, naquele ambiente de bairro novo sem motivos plásticos, justo é dizer que anima sobremaneira o local espraiado, dos mais belos da linda cidade.

(...) A ala que forma a parte traseira do edifício, constituída por vastíssimo armazém, não desmerece em nada a parte laboratorial e de secretaria na sua preciosa oposição de linhas robustas. Pesados portões de chapa correm verticalmente com esforço mínimo dum sistema de alavancas, fechando hermética e eficazmente."

"O ato inaugural (realizado em 1952.06.28) revestiu-se de solenidade e magnificência correspondentes à grandiosidade do edifício e à categoria das instalações técnicas. (...) A presença de suas Excelências os Ministros da Economia e das Corporações, Doutores Ulisses Cortês e José Soares da Fonseca, veio corroborar, como estímulo e aplauso, a obra da FNIL. (...) Ali de juntaram também as autoridades civis e militares, deputados à Assembléia Nacional e procuradores à Câmara Corporativa, magistrados da Comarca, Clero local e muito povo, para saudarem os Ministros." Estiveram também presentes o Presidente da Direção da FNIL João Ubach Chaves, o engenheiro Vicente Galcerán, o Diretor Técnico do Laboratório Têxtil, o Presidente da CMC, Carlos Coelho, o Governador Civil de Castelo Branco e o Comandante Militar, o Presidente da Junta Administrativa dos Serviços de Acondicionamento, o Presidente do Grêmio da Covilhã, o Diretor Técnico e o Delegado do Governo, Fernando Carneiro."