1982.10.12 - A empresa EAE - Estudos de Arquitectura e Engenharia, sediada em Coimbra, apresentou o projeto base para a construção do Lar da Terceira Idade e Centro de Dia da Santa Casa da Misericórdia de Arganil , composto de Nota prévia, Diretrizes para elaboração do projeto base, Desenvolvimento do estudo e Programa da obra de execução do edifício.

Na nota prévia, os autores do projeto esclareceram que "Em Junho de 1981 foi entregue na Santa Casa da Misericórdia de Arganil o Estudo Prévio do 'Lar e  Centro de Dia' de que agora se apresenta o Projeto Base. Destinava-se esse a colher pareceres das entidades competentes por forma de que na execução, a Santa Casa da Misericórdia beneficiasse dos subsídios usuais para estas instalações. (...) Da DGERU obteve-se indicações imprecisas, embora verbais, visto usualmente os pareceres serem dados em Lisboa, sobre o Projeto Base, fase que só agora se completou."

Uma vez que "se mantém atuais os pressupostos de base que presidiram ao Programa Base", os autores transcreveram trechos da Memória Descritiva do projeto anterior, em que lê-se:

"O terreno escolhido para a implantação do 'Lar' situa-se em área habitacional, perfeitamente dentro do aglomerado urbano (...). É servido por um arruamento 'Rua Condessa das Canas' que permite o acesso fácil de qualquer tipo de veículos; as ligações de peão ao 'centro' podem ser feitas, quer através desta via, quer pelos jardins pertencentes à Misericórdia. O edifício neste local, garante o acesso às estruturas de saúde existentes por um lado, e aos espaços verdes (mata e terrenos agrícolas) que podem constituir locais de lazer e ocupação de tempos livres dos utentes do 'Lar', por outro lado."

"O edifício é constituído por vários corpos que se desenvolvem ao longo da rua e sobre o terreno de uma forma leve e articulada. Procurou-se que as fachadas tenham uma exposição solar adequada, garantindo ainda na perfeita integração no todo dos colectores solares, exigência de base do Programa. O tratamento das fachadas e coberturas pretende não entrar em rotura com o tecido e morfologias construídas próximas. O edifício desenvolve-se num só piso em quase toda sua extensão, salvo na zona sobre a entrada onde terá um salão em 1º piso e na zona de serviços de cozinha onde haverá anexos em cave." O número de utentes previsto no programa, ajustado a partir das expectitivas da SCMA e as indicações do Centro Regional de Segurança Social, era de até 38 residentes e outros 52 utentes diurnos, o que representava uma área de 35 e 10m2/pessoa, respectivamente. "Por outro lado, como o projeto se encontra estudado de uma forma modulada é sempre possível quer desde já, quer até ao início da obra acrescentar um ou dois módulos a cada unidade de quartos, atingindo assim os valores de residentes pedido pela SCMA. Valores que todavia se considera um pouco exagerados. Pode ainda a vir a fazer-se a obra por fases, quer considerando posteriores aumentos, quer considerando no arranque da obra de execução, só parte do edifício." O documento integra uma compilação das principais observações constantes em pareceres do CRSS e da DGERU, que "Julga-se ter respondido com o presente estudo a todas as questões levantadas."

O documento passa então a descrever os espaços projetados:

"Relativamente à posição de quem entra tem à sua esquerda as peças fundamentais do Centro de Dia, uma unidade de alojamento e a unidade de saúde; em frente, duas unidades de alojamento; e para a direita, serviços ligados às refeições e serviços administrativos. (...) O espaço de refeitório abre-se sobre um espaço de estar exterior; as unidades de alojamento tem um contato direto com o espaço verde exterior; os corredores de ligação são espaços abertos que admitem ao longo do seu percurso locais de estar e fortes ligações ao espaço exterior. Pode haver contato com o mundo exterior mas pode haver igualmente calma e isolamento. (...) O Salão Nobre destina-se especialmente a sessões especiais da Misericórdia. A 1ª sala de estar e o refeitório abrindo francamente sobre o átrio também poderão ser espaços de festa e de movimentações especiais de visitantes. As salas de estar destinam-se a ouvir música, ver televisão, ler, jogar, conversar e receber visitas. podem ainda ser ocupadas por ações de terapêutica ocupacional."

Estimou-se então que o valor da obra seria de 44.000.000$00. Estes valores aparecem representados em um "Mapa de Barras" em função das fases da obra, cujo prazo de conclusão previsto era de 18 meses 

1983.10.14 - O Gabinete de Apoio Técnico de Arganil apresentou o projeto de estabilidade, para a construção do Lar da Terceira Idade e Centro de Dia da Santa Casa da Misericórdia de Arganil, assinado pelo Engenheiro Civil Carlos Cabaço Dias Correia.

1983.10.14 - O Gabinete de Apoio Técnico de Arganil apresentou o projeto de águas e esgotos, assinado pela Engenheira Civil Fernanda Adelaide Santos Silva e ficha eletrotécnica e Memória Descritiva do projeto de eletricidade, sob responsabilidade do Engenheiro Eletrotécnico Valdemar Ferreira Rosas.

1984.07.16 - O provedor substituto da SCMA, Manuel José do Rosário Castanheira, encaminhou um pedido de licença de construção pelo prazo de 18 meses para a construção do Lar da Terceira Idade e de isenção das respectivas taxas, acompanhado do projeto de construção do novo lar.

1984.08.03 - O vereador Luís da Silva Moreira Gomes, em substituição ao presidente da CMA, enviou à Delegação de Arganil da EDP o projeto de eletricidade do edifício que a SCMA "pretende levar a efeito em Arganil".