Arranjo da Casa dos Magistrados de Montalegre
Desenhos e orçamento do projeto de remodelação das Casas dos Magistrados de Montalegre, sem cabeçalho ou rodapé, orçamentos de carpintaria e materiais para o pavimento, memória descritiva e carta de pedido de autorização para administração direta.
Documentação organizada numa pasta, com capa bege, não original, com autocolante onde se lê “Arranjo da Casa dos Magistrados de Montalegre”.
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1961.07.19 - Orçamento de carpintaria, remetido pela Fábrica Nacional de Relógios (Reguladora) SARL, com sede em Vila Nova de Famalicão, ao presidente da Câmara Municipal de Montalegre (CMM), João António Teixeira Canedo. O orçamento é relativo a caixilharias e rodapé.
O presidente da CMM responde em 1961.07.22, explicando que considera o preço muito elevado mas que a CMM pretende “mandar executar o serviço na vossa casa por virtude de estar certa que VV.Exºs poem o maior cuidado na escolha de materiais e na execução dos respectivos trabalhos”.
1961.07.20 - Orçamento para pavimento, remetido pela Sociedade Industrial de Pavimentos de Tejolo armado Lda, com sede no Porto, ao presidente da CMM.
1961.07.22 - Comunicação do presidente da CMM ao Ministro da Justiça, explicando que, por não existirem “nesta vila quaisquer casas que a Câmara possa alugar, afim de, provisoriamente instalar os Exmos Magistrados”, se torna “absolutamente urgente que uma das casas seja integralmente remodelada durante as próximas férias judiciais”. Dado esse prazo, o presidente considera que é impossível fazer a obra por concurso público e solicita autorização para proceder com administração direta. Acrescenta que “a Câmara tem transportes próprios e a possibilidade de comprar os materiais a preços inferiores aos correntes no mercado”. A carta refere ainda que foi concedida à CMM a quantia de 200.000$ pelo Ministério da Justiça, para remodelação das Casas dos Magistrados.
Sem data - Memória descritiva do projeto de arranjo de duas habitações geminadas, escrita à mão e assinada pelo arquiteto Nadir Afonso. Explica que o arranjo do interior procura “respeitar na medida do possível os vãos e as paredes existentes”, sendo aproveitadas as paredes exteriores e “a estrutura da cobertura em madeira e telha”.
A intervenção contempla a elevação do piso do rés-do-chão, de forma a permitir “uma mais ampla caixa de ar entre este e o terreno”, e o rebaixamento do teto do primeiro andar, tornando “a construção mais apta a suportar o rigor do inverno”. A “construção dos pisos seria em placa pré-fabricada (…) e revestidos de soalho de madeira na sala de estar, quartos e corredores e de madeira na cozinha e dependências sanitárias. Contempla-se também o reforço dos beirais do telhados, de forma a determinar “uma melhor [ilegível] com as proporções das aberturas projectas” e “uma melhor protecção das janelas do primeiro andar”.
Projeta-se ainda uma reorganização do programa interior. A sala de estar e jantar, “aberta ao hall por uma ampla galeria envidraçada”, seria “aquecida pela lareira da actual cozinha, sendo esta dependência colocada na face lateral da habitação”. Prevê-se também uma lareira no primeiro andar, a ser servida pela chaminé existente.
Acrescenta-se ao edifício existente garagens junto aos limites do terreno, a construir com “paredes de tijolo e cobertas por placa de cimento”.
O orçamento que acompanha a memória importa em 269.570$.
To quote this work:
Arquitectura Aqui (2024) Arranjo da Casa dos Magistrados de Montalegre. Accessed on 25/11/2024, in https://arquitecturaaqui.eu/en/documentation/files/18741/arranjo-da-casa-dos-magistrados-de-montalegre