1975.06.15 – Casa de Juventude de Beja - Esquema de Solução e Integração Urbanística. O estudo divide-se em duas partes, a primeira, no âmbito do Fundo de Apoio a Organismos Juvenis (FAOJ), consiste na execução do projeto do edifício da Casa da Juventude, enquanto que a segunda diz respeito à proposta de localização do mesmo edifício no espaço delimitado pelas Ruas Luís de Camões, Afonso de Albuquerque, Pedro Álvares Cabral e a Avenida do Brasil, e a proposta de arranjo dos espaços exteriores envolventes.

No que diz respeito à primeira parte, refere-se que para a elaboração da solução apresentada, serviu de base o esquema da Casa da Juventude de Braga, diferindo a maior dimensão e capacidade do auditório que "será o fulcro do edifício" e colocando-se "o palco numa posição que permitirá a sua utilização relativamente ao exterior onde se projecta criar um anfiteatro ao ar livre." O espaço público que a Casa da Juventude ocupará será de extrema importância para a cidade, visto que é colocada "na posição de ser visualizada em todos os seus ângulos e ainda houve que ter em conta os vários condicionamentos de ordem cultural, climática e construtiva."

A proposta é de um edifício de planta central, orientado segundo um eixo norte-sul, destacando o espaço público existente "e recortado por pátios que constituem espaços exteriores que permitem coar a intensa luz de Beja", tornando a luz do edifício essencialmente indireta.

O edifício com dois pisos terá a entrada a norte, ", através de um pórtico que conduzirá a um espaço de acolhimento e informação".  Esta entrada dá acesso ao auditório de pé direito duplo, ", espaço de grande volume que se situa no centro do edifício e que polariza os quatro volumes de base quadrada, dois a nascente e dois a poente, que contém todos os espaços de maior especificidade do edifício." No mesmo piso, para além das instalações sanitárias e da escadaria de acesso ao piso 2, situam-se na parte posterior, junto à base dos outros dois volumes, a área destinada à prática de judo no canto sul-poente, e a biblioteca no canto sul-nascente. 

No piso 2, espaços para reunião e audição musical, áreas para laboratórios, habitação do guarda, espaços para ateliers de pintura, escultura e cerâmica e um terraço.

As opções estruturais e construtivas foram determinadas com base na forma e localização, considerando a tradição tecnológica: "optou-se por utilizar extensivamente os materiais cerâmicos e assim, com exceção da estrutura, pilares e vigas em betão armado, tanto as paredes como as coberturas serão em tijolo." à data estava, ainda, em estudo a "utilização da tradicional abobadilha de tijolo".

De modo a reforçar a polivalência do espaço,  existe, como prolongamento do palco interior, uma plataforma na zona sul do edifício. Servindo essa plataforma propõem-se "duas bancadas laterais fixas com capacidade para cerca de 800 pessoas."