Sociedade Musical, Instrução e Recreio FigueiroenseSede da Filarmónica Figueiroense
Quando a DGOT entra em ação, a partir de 1982?, os processos das obras comparticipadas pelo Estado em curso em Figueiró acabam por associar-se, o que dá origem ao cruzamento de informações e cópias de documentos entre os processos de construção da Piscina, do Parque Desportivo, da Sede da Filarmónica, da Sede da Associação Desportiva, do Quartel da Associação de Bombeiros Voluntários e do Polidesportivo da Aguda.
Identification
Sede da Filarmónica Figueiroense
Processo n.º RD-10.08.04./1-80 (DSEU)
Analysis
Ainda que existisse há muitas décadas, os Estatutos da Sociedade Musical, Instrução e Recreio Figueiroense foram publicados no Diário da República em 9/8/1979, provavelmente como medida necessária para o processo de obtenção de comparticipação e construção da sua sede.
" A Sociedade - vulgo Filarmónica Figueiroense - que tem uma existência centenária, nunca possuiu Sede própria e, este facto, tem sido causa de graves crises da sua vivência, só superadas pelo grande esforço, espírito de sacrifício e dedicação dos seus executantes, dirigentes e reduzida massa associativa, além do apoio material, embora débil, da Câmara Municipal deste concelho. Nestes últimos tempos e durante cerca de 30 anos, esteve a Filarmónica instalada num pequeno edifício propriedade da Câmara Municipal. Sucede, entretanto, que este edifício foi recentemente demolido para no local e terreno anexo ser construído o Palácio da Justiça." (Exposição dos dirigentes da Sociedade Musical, Instrução e Recreio Figueiroense ao Ministro das Obras Públicas datado de 10/3/1980)
O terreno na então "Avenida das Escolas" foi doado pela Câmara Municipal à Sociedade Musical, Instrução e Recreio Figueiroense em 27/11/1979.
O projeto de arquitetura, elaborado pelo arquiteto João Paulo de Quental Nogueira Ferrão no âmbito do Gabinete de Apoio Técnico de Figueiró dos Vinhos, foi aprovado pela Câmara Municipal em 27/11/1979. No entanto, os técnicos da DGERU apontam para a necessidade de revisão do projeto, mesmo que recomendem a aprovação da comparticipação "mediante a apresentação rápida de um aditamento ao projeto", "dado que a Entidade tem grande urgência em iniciar a obra" (Informação 770/80 de 30/10/1980, assinada pelo Arquiteto de 2ª classe da DGERU Luís Bevilacqua Nunes Cartaxo). Satisfeitas as observações e apresentado o aditamento, o projeto revisto é aprovado por despacho da DGERU em 7/4/1981. A comparticipação para a obra é aprovada pelo Ministro da Habitação e Obras Públicas em 28/8/1981, juntamente com o processo de concurso público, posteriormente anulado e substituído por concurso limitado, ao qual concorreram 3 empresas que já haviam construído obras públicas no concelho. A obra é adjudicada à firma Julio Lopes, sediada em Pombal, pela Comissão constituída para o concurso em 23/11/1981, com prazo de 12 meses, a contar a partir de Março de 1982, posteriormente prorrogado. Em 2/8/1983, a obra é dada como concluída, de acordo com informação dos técnicos da Direção do Equipamento de Leiria à DGERU. Depois da conclusão, em 1984, ainda são pedidas outras comparticipações para fazer face aos reajustes de preços e custos de obras a mais, alguns dos quais ligados à problemas de acústica na sala de ensaios da Filarmónica, o que deu origem à um novo projeto para corrigir os problemas, elaborado pela DSEPT do DGOT.
"O projeto para a Sede da Filarmónica Figueiroense foi elaborado pelo GAT - Gabinete de Apoio Técnico de Figueiró dos Vinhos em 1979 e remodelado em 1981. Logo que executada a construção verificou-se que as condições acústicas do Salão de Ensaios são péssimas, o índice de reverberação inaceitável, o que deriva não só do não cumprimento da constante do projeto inicial, que previa 'um teto falso de material que permita boas condições acústicas´, como da forma da sala e constituição das paredes." (António Campos Machado, Direção de Serviços de Estudos e Planeamento Territorial em Informação de 4/12/1987)
A obra de correção da acústica do Salão de Ensaios foi incluída no PIDDAC/89 e executada em regime de administração direta pela Sociedade comparticipante e executada pela firma do engenheiro Rui Manuel de Almeida e Silva.
To quote this work:
Arquitectura Aqui (2024) Sociedade Musical, Instrução e Recreio Figueiroense. Accessed on 10/11/2024, in https://arquitecturaaqui.eu/en/documentation/files/4367/sociedade-musical-instrucao-e-recreio-figueiroense