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Reforma e Ampliação da Sede da Sociedade Artística Tramagalense

Um maço de documentação, contendo peças desenhadas e memória descritiva do projeto de “Reforma e Ampliação da Sede da Sociedade Artística Tramagalense”, assim como correspondência relativa à sua apreciação.

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Identification

Type of File
Title of File
Reforma e Ampliação da Sede da Sociedade Artística Tramagalense
Start-End Years
1954-1957

Analysis

First Date Recorded in File
1954.12.16
Last Date Recorded in File
1957.03.16
Requester / Benefiter
Architectural Design
A. César Costa Arquiteto 1954Person
António José Coimbra Engenheiro Civil 1954Person
Intervention / Assessment
Oscar Netto de Freitas Conselho Técnico Inspeção Espetáculos 1955Person
Luíz Ribeiro Viana Conselho Técnico Inspeção Espetáculos 1955Person
Luís Benavente Conselho Técnico Inspeção Espetáculos 1955Person
Aníbal Mariz Fernandes Conselho Técnico Inspeção Espetáculos 1955Person
José Fernandes Lebre Subinspetor Consultor Jurídico Inspeção Espetáculos 1957Person
António Emídio Abrantes Membro IE/CT 1955Person
Reading Note

Memória descritiva, não datada e recebida pela Inspecção dos Espetáculos em 1954.12.16, assinada pelo arquiteto A. César Costa e pelo engenheiro civil António José Coimbra.´

A memória diz respeito à adaptação e modernização das “actuais e insuficientes instalações” Sociedade Artística Tramagalense, que, pela sua urgência e baixo rendimento da instituição, se pensa, numa primeira fase, como ampliação do “salão existente, criando-se à sua volta o maior número possível de comodidades requeridas pelas exigências da vida moderna, e de modo a satisfazer o mínimo admissível e exigido por Lei”.

Em termos de organização do programa, a memória explica que a entrada se faz através de um jardim entre a rua de acesso e o edifício e, de seguida, “por um pequeno pátio de recepção, que além disso serve também de local de movimento para uma pequena bilheteira”. Esta bilheteira deverá funcionar apenas ocasionalmente, “no caso especial de se efectuar uma das festas beneficentes a que a Sociedade se obriga”. Descreve-se a existência de um pequeno bar junto ao hall, que permite “criar um espécie de comodidade para os sócios que frequentem este salão e ao mesmo tempo uma fonte de receita para angariação de fundos em benefício de novas realizações”. O rés-do-chão piso contém ainda instalações sanitárias. No primeiro piso situa-se outro bar com mesas. O salão, com 252m2, “foi estudado de modo a que tivesse uma lotação de 450 lugares em plateia e balcão”, nascendo o balcão em tribuna desde a plateia. Tem “forma de tronco de pirâmide, que permitirá uma melhor audição”, sendo ventilado através de fendas abertas na cobertura. O palco foi pensado de forma a “servir simultaneamente o interior e o exterior, tendo sido portanto estudado um processo que feche de um lado ou do outro, conforme conveniência”. A memória refere também a existência de um quarto para bombeiros, “construída totalmente à prova de fogo e devidamente fechada com portas de ferro”.

Em conclusão, nota-se que “é uma obra pobre, visto que, como se disse, os recursos são bastante limitados”, e salienta-se “que é de grande interesse para a elevação da cultura desta terra tão progressiva e portanto de interesse para prestígio da Nação”.

1955.12.17 - Parecer do Conselho Técnico da Inspeção dos Espectáculos, assinado por Óscar Netto de Freitas, António Emídio Abrantes, Luíz Ribeiro Viana, Luíz Benavente, Aníbal Mariz Fernandes. O parecer indica que o “projecto só poderá ser apreciado quando a Direcção da referida Sociedade completar o processo com um aditamento” em que se consideram algumas disposições. Em primeiro lugar, indica-se que o projeto deve corresponder “unicamente às funções de Sociedade de Recreio, indicando as dependências destinadas a recreio dos sócios”. Em segundo lugar, indica-se que se deve eliminar a bilheteira e a cabine de projeção. Em terceiro lugar, refere-se que se deve promover ventilação direta nas instalações sanitárias. Fazem-se mais alguns reparos relativos a áreas e dimensões e comunica-se que deve ser eliminada “nos desenhos a designação ‘Uma casa de espectáculos’”.

1957.03.16 - Ofício do subinspetor consultor jurídico, José Fernandes Lebre, dirigido ao delegado concelhio da Inspeção dos Espectáculos, onde se envia cópia do despacho pelo qual se aplica uma multa de 250$00 à Sociedade Artística Tramagalense, por transgreçao do artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 35.165: “Nenhum espectáculo, audição, baile e divertimento de qualquer natureza pode ser anunciado ou realizado fora do âmbito familiar, e ainda que não haja entradas pagas, sem que o respectivo cartaz ou programa tenha sido visado pela Inspecção dos Espectáculos ou suas delegações”.

To quote this work:

Arquitectura Aqui (2024) Reforma e Ampliação da Sede da Sociedade Artística Tramagalense. Accessed on 21/11/2024, in https://arquitecturaaqui.eu/en/documentation/files/46374/reforma-e-ampliacao-da-sede-da-sociedade-artistica-tramagalense

This work has received funding from the European Research Council (ERC) under the European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement No. 949686 - ReARQ.IB) and from Portuguese national funds through FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., in the cadre of the research project ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).