Search for

Object

Agents

Activities

Documentation

Casa do Povo de S. Facundo, Distrito de Santarém

Conjunto de documentação textual referente a inspeções realizadas à Casa do Povo de S. Facundo, em Abrantes

If you have any recollection or information related to this record, please send us your contribution.

Identification

Type of File
Title of File
Casa do Povo de S. Facundo, Distrito de Santarém
Start-End Years
1953-1974

Analysis

First Date Recorded in File
1953.04.07
Last Date Recorded in File
1974.08.19
Reading Note

1953.04.07 - Relatório de inspeção ordinária à Casa do Povo de S. Facundo, elaborado pelo Subinspetor dos Organismos Corporativos, Vítor Dias Guerreiro.

A Casa do Povo de S. Facundo foi fundada em 1939, sendo esta a sua primeira inspeção. Verifica-se que a Casa do Povo tem médico (com um ordenado mensal de 1.500$00 e indemnização por transportes de 300$00) e presta assistência através da concessão de subsídios por doença, morte, invalidez e medicamentos.

Quanto à sede da Casa do Povo, explica-se que ocupa “uma única e acanhada divisão, onde também se encontra instalada a sede da Junta de Freguesia e que ao mesmo tempo serve de dormitório às praças da Guarda Nacional Republicana, quando de serviço em S. Facundo (lá estavam os colchões a atestá-la…)”. Considera-se que esta sede “é das piores, das mais mesquinhas que até agora me foi possível conhecer. O mobiliário, naturalmente de harmonia com a moldura que o encerra, é também desolador. E para maior tristeza ainda, o pós, encharcando tudo, e a desarrumação de papéis e livros estavam também presentes…”. A Casa do Povo dispõe também de um consultório privativo instalado numa casa arrendada que, embora modesto, se considera satisfatório.

Indica-se a necessidade de construir um edifício apropriado, “pois que nem a título provisório será possível melhorar a atual sede”, que se considera possível dada a situação financeira da Casa do Povo, contando com apoio do Fundo Comum.

1954.11.06 - Relatório de inspeção à Casa do Povo de S. Facundo, elaborado pelo Subinspetor dos Organismos Corporativos, António dos Santos.

Nesta visita, considera-se que, embora a Casa do Povo praticamente não tenha sede, “pois está instalada num cubículo pertencente à Junta de Freguesia, desfruta dum ambiente razoável”. Ainda assim, diz-se que é necessário que os dirigentes procurem uma casa com condições mínimas “para que o organismo desempenhe convenientemente a sua missão e os sócios passem a ter uma casa onde possam distrair-se”. Neste sentido, está prevista a construção de uma sede própria, mas que só “deverá construir-se no próximo plano bienal da Junta Central”.

1956.10.09 - Relatório de inspeção à Casa do Povo de S. Facundo, elaborado pelo Subinspetor dos Organismos Corporativos, Armelim Nunes Tomás.

Após tomada de posse de novo presidente da Assembleia Geral, “notou-se uma vida nova na Casa do Povo” - destacando-se a resolução provisória do problema das instalações até que seja possível construir edifício próprio, que resultou em que os sócios passassem a frequentar a sede. Refere-se que a Casa do Povo abre todas as noites entre as 19:30 e as 22:30 e aos domingos durante a tarde, tendo-se adquirido “jogos de sala e ping-pong para recreio dos sócios e a pequena biblioteca é bastante consultada”. Indica-se ainda que “a existência de dois aparelhos de telefonia é grande chamariz e contribui para retirar os trabalhadores rurais do ambiente nefasto da taberna”.

A Casa do Povo encontra-se então “razoavelmente instalada num edifício de um só piso, construído para habitação, pelo qual paga a renda mensal de 300$00”. Nota-se a falta de um salão, mas consideram-se as instalações adequadas. Refere-se um subsídio concedido em 1955 pela Junta Central das Casas do Povo (JCCP) para compra de mobiliário. O posto médico passou a estar instalado num prédio do presidente da Assembleia Geral, com uma renda de 40$00, dispondo apenas de mobiliário em mau estado de conservação.

1974.08.19 - Relatório de inspeção à Casa do Povo de S. Facundo, elaborado pelo Inspetor dos Organismos Corporativos José Maria Miguel Torbulento. 

Descrevem-se as instalações da Casa do Povo como sendo “boas e amplas, embora o edifício onde se encontra a sede tenha já alguns anos”.

Refere-se que, apesar dos “acontecimentos políticos do 25 de Abril, os dirigentes não foram substituídos, contrariamente ao que, por todo o país, se passou”, tendo apenas o presidente da direção pedido a sua demissão.

Nesta altura, os vencimentos do médico e da encarregada do consultório são suportados pelas verbas da Caixa de Previdência de Santarém.

Na altura da inspeção, a Casa do Povo tinha cerca de 900 associados, sendo a população da freguesia de mais de 3.000 habitantes. A atividade cultural e social era praticamente nula, “deslocando-se ali as pessoas apenas quando vão receber os seus abonos e subsídios”.

To quote this work:

Arquitectura Aqui (2024) Casa do Povo de S. Facundo, Distrito de Santarém. Accessed on 19/09/2024, in https://arquitecturaaqui.eu/en/documentation/files/46631/casa-do-povo-de-s-facundo-distrito-de-santarem

This work has received funding from the European Research Council (ERC) under the European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement No. 949686 - ReARQ.IB) and from Portuguese national funds through FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., in the cadre of the research project ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).