1976.09.28: Pedido endereçado ao Ministro da Habitação, Urbanismo e Construção Civil pela Associação Social Recreativa e Cultural de Vale da Torre (ASRCVT), fundada em 15 de agosto de 1975 com o intuito de auxiliar a população local em matérias sociais, culturais, recreativas, desportivas, entre outras e colaborar com as autarquias para solucionar os problemas dos habitantes. Dada a falta de um posto médico e na localidade, e perante o facto de os idosos terem de se deslocar 8km até Lardosa para receberem a pensão da Casa do Povo, solicitam comparticipação estatal para um projeto de obras, para o qual também se prevê fazer uma angariação de fundos. Foi cedido a título gratuito um antigo edifício escolar em ruínas (Diário do Governo II série, n.º 79, 02.05.1976), que pretendem recuperar para incluir serviços de secretaria; sala convívio com televisor, rádio, jogos, bar; sala recreativa para festas, reuniões culturais, porventura futuramente também sala de estudo para adultos e de educação física crianças; sala de cultura com biblioteca; gabinetes para consultas médicas, posto primeiros socorros e sala para o funcionário Casa do Povo de Lardosa se deslocar a Vale da Torre para fazer o pagamento das reformas aos idosos (funcionando como um posto como sucursal da Casa do Povo de Lardosa); e, ainda, construção balneários.

1976.11.02: O Presidente da Comissão Administrativa de Castelo Branco, Armindo Gonçalves Ramos, comunica ao Diretor de Urbanização de Castelo Branco (DUCB) que considera a construção do edifício para a mencionada associação de interesse público.

1977.03.16: A obra está prevista no Plano de Obras de 1977 da DUCB.

1977.05.10: Apreciação favorável do projeto de eletricidade, assinada pelos engenheiros eletrotécnicos da DUCB, António C. Machado e Domingos Barreto, com algumas condicionantes a corrigir.

1977.05.14: Orçamento detalhado, assinado pelo adjunto técnico de 2.ª classe José de Aguiam Melgueira. O custo total do projeto é de 1.955.000$00, correspondendo a comparticipação de 95% a 1.857.300$00.

1977.05.14: Parecer da Comissão de Revisão da DUCB, assinado por Alfredo Resende (engenheiro civil, Diretor de Urbanização), António José Dias Tavares (Adjunto Técnico Principal), José de Aguiam Melgueira (Adjunto Técnico de 2.ª Classe). Propõe-se a aprovação do projeto e do orçamento. “A obra localiza-se no centro cívico da povoação, com aproveitamento dum antigo edifício escolar, já fora de serviço, que foi cedido pela Fazenda Pública, para o fim em vista”. Trata-se do aproveitamento de um edifício existente, com beneficiação e ampliação com estrutura de pilares e vigas de betão armado. Terá um piso apenas, com compartimentação para secretaria, biblioteca, posto médico, salão de convívio, salão recreativo, cozinha, balneários, instalações sanitárias.

1977.05.19: O projeto foi aprovado.

1977.07.07: O pedido de administração direta foi indeferido, tendo-se deliberado autorizar a abertura de concurso limitado.

1977.09.14: Após novo pedido, foi autorizada a execução dos trabalhos da obra em regime de administração direta “desde que a obra não tenha direito à revisão de preços”.

1977.10.04: A DUCB informa o engenheiro Diretor-Geral do Equipamento Regional e Urbano que os trabalhos tiveram início em 2 de outubro de 1977.

1977.10.11: Auto de medição n.º 1, no valor de 835.000$00.

1978.05.10: António José Dias Tavares, adjunto técnico principal da DUCB, informa que o projeto foi aprovado em reunião do Gabinete Coordenador de Obras Municipais (G.C.O.M.) em 24 de junho de 1977, com taxa de comparticipação de 95%. Está incluída no Plano de Compromissos de 1978/1979, com fase única de execução.

1978.09.16: O Presidente da ASRCVT envia o projeto de mobiliário ao ministro, para o qual solicita uma comparticipação “o mais generosa possível”.

1978.09.25: Despacho com assinatura ilegível, posto a consideração do Secretário de Estado da Habitação e Obras Públicas, propondo que não seja comparticipado “o mobiliário indicado, por considerar que as dotações atribuídas à DGERU devem ser utilizadas exclusivamente na execução de obras de equipamento e não no mobiliário das mesmas. Esta orientação, se V. Ex.ª o considerar conveniente, pode ser generalizada a todos os tipos de obras comparticipadas (quartéis de bombeiros, sedes de autarquias, igrejas, instalações culturais, recreativas e desportivas).”

1978.10.09: Informação assinada por José de Aguiam Melgueira, Adjunto Técnico de 2.ª Classe da DUCB, acerca da aprovação do orçamento de trabalhos a mais que surgiram ao nível das fundações (como executar uma cave, executar uma parede no posto médico, uma escada a partir da sala de convívio, abrir vão de janela no alçado lateral direito, entre outros).

1979.06.21: Auto de vistoria geral, referindo o início das obras a 2 de outubro de 1977 e a sua conclusão a 16 de setembro de 1978. Estiveram presentes Alfredo Resende e o presidente da ASRCVT.