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Residência para Estudantes em Castelo Branco

Capa de cartão laranja com inscrições manuscritas: “Proc. N.º 1578”, “Residências para Estudantes em Castelo Branco” e “21/12/65 a 30/12/70”. Possui documentação textual.

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Identification

Type of File
CorrespondênciaType of File
Title of File
Residência para Estudantes em Castelo Branco
Start-End Years
1965-1970
Location Mentioned
Other References
PT DGEMN DREMC-1375/1

Analysis

First Date Recorded in File
1965.09
Last Date Recorded in File
1970.12.07
Architectural Design
Manuel Lopes de Montalvão Arquiteto 1968Person
Construction and Equipment
Gonçalves & Irmão, Lda. Empreiteiro Construção Civil 1968Organization
Honorato Henriques, Lda. Empreiteiro Eletricidade 1968Organization
Intervention / Assessment
José Figueiredo Mendes Barata Comissão Revisão DGEMN 1966Person
Francisco dos Santos Comissão Revisão DGEMN 1966Person
Reading Note

1965.09.?: Oficio do Presidente da Junta das Construções para o Ensino Técnico e Secundário (JCETS), Francisco de Mello Ferreira d’Aguiar, dirigido ao chefe de Gabinete do Ministro da Educação Nacional (MEN). Transmite informação prestada pelo Ministro das Obras Públicas (MOP) sobre a hipótese de construir residências para estudantes em terrenos livres dos liceus da Guarda, Castelo Branco e Bragança. Abordou-se a construção com subsídio da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG).

1965.11.12: Cópia de ofício do MEN, Galvão Teles, informando o MOP que o Conselho de Administração da FCG vai atribuir ao MEN uma verba de 9.000.000$00 para construção e apetrechamento de três residências para estudantes liceais em Castelo Branco, Guarda e Bragança.

1965.11.15: Despacho urgente do MOP, Eduardo Arantes e Oliveira, para que a DGEMN dê início ao estudo do empreendimento, começando pela escolha de terrenos. Solicita antecedentes sobre o programa das residências. Este empreendimento é de elevada importância e urgência.

1965.12.21: Ofício de José Ferreira da Cunha, engenheiro diretor dos Serviços de Construção (DGEMN), sugerindo que a capacidade de cada residência seja de 60 alunos. Quanto à localização, em Castelo Branco a Câmara Municipal tem um terreno para disponibilizar dado não ser possível incluir as instalações na cerca do Liceu.

1966.03.04: O engenheiro diretor dos Edifícios Nacionais do Centro informa o diretor dos Serviços de Construção que o anteprojeto da residência para Castelo Branco está em conclusão. O terreno, próximo do Liceu e da Escola Técnica, será oferecido pela Câmara Municipal.

1966.03.18: Memória descritiva assinada pelo arquiteto Manuel Lopes de Montalvão, relativa ao anteprojeto de uma residência para 64 estudantes a construir na cidade de Castelo Branco. Adaptou-se o edifício ao terreno, numa cota que origine menos desaterros possíveis, alinhada a 5 metros sobre a Rua Príncipe Perfeito. É composto por dois corpos: o mais baixo, paralelo à rua, tem dois pisos e integra refeitório com regime de “serviço próprio” – “um género agora muito usado e prático” – com despensa e cozinha, salas (para jogos, convívio, bar e recinto para visitas) e habitação do gerente; o outro  corpo possui 4 pisos e destina-se aos 64 quartos (16 por piso), está “colocado no enfiamento da Rua Diogo da Fonseca, com a finalidade de esconder o inestético terreno elevado e rematar perspectivamente o fundo daquela artéria”. Nesse corpo criou-se uma cave, no centro, destinada a lavandaria, tratamento de roupas, caldeira e serviços sanitários do pessoal; também se planeia dois quartos para empregados. Há uma garagem e uma oficina-arrecadação no logradouro. Empregam-se platibandas decorativas que tapam as telhas a nível da cobertura; no corpo mais elevado aplica-se cobertura em terraço, podendo servir de zona de estudo ao ar livre.

“Quanto ao aspecto arquitectónico, optou-se por uma feição plástica sóbria, que melhor se adaptasse ao ambiente local e compatível com o desenvolvimento progressivo e moderno que esta cidade tem tomado.” Procurou-se “dar uma fisionomia alegre e agradável ao conjunto” através do emprego de determinados materiais e elementos. A estimativa orçamental é no valor de 2.600.000$00.

1966.03.21: Envio do anteprojeto da residência pelo engenheiro diretor dos Edifícios Nacionais do Centro.

1966.08.22: Parecer n.º 1419 da Comissão de Revisão, assinado por J. Mendes Barata e Francisco dos Santos. Trata-se de um anteprojeto bastante desenvolvido, completado com estudo inicial elaborado pela Direção dos Edifícios do Centro. No relato dos antecedentes, destaca-se a informação da Direção de Serviços de Construção 7 de junho de 1966: o estudo da Direção do Centro excede largamente o custo previsto, tal como sucedera em Bragança; reconheceu-se a necessidade de concretizar o programa base em colaboração com os serviços da FCG para obter soluções de custo mais equilibrado. É feita uma comparação entre os dois estudos, sendo mais vantajoso o anteprojeto realizado com colaboração com a FCG.

Prevê-se a realização de obras em duas fases: a primeira para instalações de alojamento e serviços de apoio, a segunda para serviços sociais e serviços de apoio complementares. A FCG elaborou um estudo de anteprojeto minucioso e pormenorizado, sem encargos para o Estado. Reduziu-se a área dos quartos através da eliminação dos lavatórios, bem como de outras dependências; cada pavimento deve integrar um pequeno apartamento para professores, que o fiscalizarão, e quartos para alunos mais velhos que aconselharão os restantes; planeia-se igualmente a integração de uma habitação para o professor-diretor e outra para o guarda. Assim, haverá 62 quartos para estudantes e 3 para professores, casas do diretor e do guarda; a verba de 3.000.000$00$00 permite realizar a primeira fase (construção civil, equipamento eletromecânico e elementos de mobiliário e apetrechamentos); a segunda fase respeitará o restante mobiliário. Outra hipótese apresentada corresponde a uma primeira fase de construção integral da residência, e a segunda respeitando arranjos exteriores, mobiliário e apetrechamento.

Assinalam-se algumas sugestões de melhoramento para a distribuição de dependências – no geral bem conseguida, por exemplo ao nível de iluminação ou arranjo interno.

Apesar de os estudos serem ainda esquemáticos, procurar-se-á uma solução “que, traduzindo a organização do edifício, se revestirá de grande sobriedade de composição e cujos principais elementos de valorização consistirão na equilibrada conjugação de volumes e na simplicidade de linhas do todo projetado”. Preconiza-se o uso de materiais de procedência regional concordantes com a dignidade das instalações, modéstia e economia, “embora se admita um nível mais elevado nas zonas de serviço social e mais representativo do conjunto”.

Conclui-se que o anteprojeto pode servir de base ao prosseguimento dos estudos, julgando-se ser conveniente confiar a elaboração do projeto à FCG, que o pode fazer em prazo mínimo.

1967.07.05: Concurso público para arrematação das cinco empreitadas da residência.

1968.03.25: Informação à firma Gonçalves & Irmão de que lhe será adjudicada a primeira empreitada (construção civil) da residência.

1968.04.19: O diretor do Serviço de Projetos e Obras da FCG, Luís de Guimarães Lobato, remete os processos de empreitadas da residência ao diretor dos Edifícios e Monumentos Nacionais, Álvaro T. Pinto de Almeida Costa Alemão.

1968.06.18: Após realização de concurso para a 3.ª empreitada (instalação elétrica), afigura-se como mais vantajosa a proposta apresentada por Honorato Henriques, Lda.

1968.08.31: O engenheiro José Pena Pereira da Silva, diretor-geral dos EMN, informa o diretor dos Serviços de Projetos e Obras da FCG que foram iniciadas as terraplanagens da residência de Castelo Branco, mas aguarda-se contrato e a inscrição da dotação da FCG não foi ainda publicada em Diário do Governo.

1969.10.07: Dado o atraso na empreitada de construção civil, o mobiliário pode ser enviado para o Governo Civil de Castelo Branco, que providencia o seu armazenamento.

1969.10.23: O gerente da firma Gonçalves & irmão, Lda., Adriano Garcia Gonçalves, solicita prorrogação do prazo de conclusão dos trabalhos até 5 de fevereiro de 1970 pela falta de pessoal, tanto especializado como não especializado. Acresce o surgimento de rochas de natureza muito dura apenas passíveis de trabalhar com compressores de ar e explosivos, cuja utilização tem de ser limitada considerando as habitações em torno.

1969.12.11: Memória descritiva de trabalhos imprevistos assinada pelo engenheiro civil António Monteiro dos Santos Moreira. É necessário aumentar a altura a determinados pilares e muros de suporte em virtude da superfície irregular de granito onde assentam as sapatas da fundação. Os trabalhos importam em 65.078$00.

1969.12.12: Memória descritiva de alterações assinada pelo engenheiro civil António Monteiro dos Santos Moreira, para aproveitamento do aterro para uma cave que servirá como arrecadação, com pé direito de 3 metros. O custo é de 123.688$00.

1970.08.06: As obras de construção civil e de redes de água e aquecimento “podem considerar-se concluídas”.

1970.11.26: Auto de receção provisória da empreitada de construção da residência.

1970.12.07: Memória descritiva de trabalhos complementares assinada pelo engenheiro civil António Monteiro dos Santos Moreira, incluindo abertura de vala para o cabo de ligação ao ramal de energia elétrica, execução de um troço de muro e revestimento das valetas dos arruamentos com cubos de granito. Importam em 10.200$00.

To quote this work:

Arquitectura Aqui (2024) Residência para Estudantes em Castelo Branco. Accessed on 22/11/2024, in https://arquitecturaaqui.eu/en/documentation/files/49499/residencia-para-estudantes-em-castelo-branco

This work has received funding from the European Research Council (ERC) under the European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement No. 949686 - ReARQ.IB) and from Portuguese national funds through FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., in the cadre of the research project ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).