Construção da Sede da Associação Cultural Recreativa e Desportiva do Casal do Redinho
Pasta de cartão bege, com código de cor identificativo azul e verde, com inscrições manuscritas: no canto superior direito “C.C.R.C. / Coimbra / Soure” e abaixo “317/PI/77”; na base, “Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Casal do Redinho” e “Construção da Sede da Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Casal do Redinho”. Contém documentação textual e gráfica.
Identification
Analysis
1975.09.05: Ofício do engenheiro subdiretor da Circunscrição de Urbanização do Centro, José de Matos Cardoso, transcrevendo um parecer da secção de gestão desse serviço relativo ao projeto da sede da Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Casal do Redinho. Realça que o terreno é pouco adequado ao programa e que a implantação e compartimentação são deficientes, sendo que “o aspecto arquitectónico, um tanto primário, deveria ter merecido mais cuidadoso estudo”. Porém, o alinhamento é de aceitar, importando definir os limites do lote. Para possibilitar um alargamento futuro da rua, enviou-se um esboço de implantação alternativa.
1977.04.22: Ofício enviado pela comissão pró-construção da sede da Associação Cultural Recreativa e Desportiva de Casal do Redinho ao Governador Civil de Coimbra, agradecendo a visita para confirmação da necessidade de construir uma sede e a impossibilidade financeira da associação de concluir a obra por falta de fundos. Trata-se de uma aldeia situada a 2km de Alfarelos, com c. 500 habitantes, sem qualquer instituição de cariz associativo ou cultural, embora a proximidade da ferrovia tenha sido um fator de desenvolvimento cultural e desportivo da população. Assim, a população tomou a iniciativa da construção da sede, participando com c. 300.000$00 – fazendo um “notável sacrifício” considerando as dificuldades de vida, bem como na própria construção a título gratuito. Não obstante, calcula-se que para completar a obra, em fase de acabamentos, e equipá-la, sejam necessários entre 250 e 300.000$00. Foram obtidos apoios de empresas privadas que ofereceram materiais, e foi recebido apoio estatal através do Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis (FAOJ; 30.000$00, setembro 1976) e do Governo Civil (18.500$00, fevereiro 1976). Solicitam apoio do governador civil, pois os “organismos governativos terão de mostrar às populações que estão com os seus problemas e anseios e com elas, e, em colaboração estreita, promoverão o seu ultrapassamento e realização, para que afinal a construção da sociedade que a constituição aponta e que todos nós defendemos não seja uma mera utopia mas sim uma realidade concreta”.
1977.04.27: O Governador Civil de Coimbra, Fernando Valle, remete ao Ministro da Habitação, Urbanismo e Construção o pedido de subsídio feito pelos moradores de Casal do Redinho para a respetiva Associação Cultural Recreativa e Desportiva.
1977.06.02: Informação do engenheiro técnico da Circunscrição de Urbanização do Centro, O. Cândido Rodrigues. Apesar de carecer de trabalhos de acabamento e equipamento, a obra está em fase adiantada. Já sofreu “algumas alterações relativamente ao projecto, tanto na parte interna do salão de festas e instalações anexas, como nas fachadas”. Considera que deve ser concedido um subsídio de 300.000$00, e que os trabalhos poderiam ser acompanhados pelos serviços para melhoria de acabamentos na fachada principal. O documento possui um parecer, com assinatura ilegível, de 17 de junho de 1966, que considera o projeto rudimentar, com localização inconveniente (o que poderá gerar oposição pela Junta Autónoma de Estradas - JAE), limitando-se o programa do centro cultural a uma sala de festas; portanto, não julga aconselhável conceder verbas para a obra.
1977.07.13: Foi aberto o processo na Direção dos Serviços de Equipamento com o número 317/PI/77.
1977.08.04: A comissão de Casal do Redinho afirma que a JAE deu parecer positivo à construção em devido tempo, e volta a justificar a pertinência do pedido de subsídio.
1977.08.17: J. M. Donas Botto, engenheiro diretor Circunscrição de Urbanização do Centro, comunica que esse organismo concorda com a concessão do subsídio.
1977.09.16: O arquiteto Raúl Miguéis Santa Clara, da Direção dos Serviços de Equipamento, concorda com a concessão excecional do subsídio, devendo pronunciar-se sobre o assunto a JAE e o Gabinete Coordenador de Obras Municipais (GCOM).
1977.11.28: O engenheiro técnico da Direção dos Serviços de Equipamento, Jayme Couvreur, indica que a comparticipação a conceder na base de 60% corresponde a 270.000$00 (considerando o custo de conclusão dos trabalhos correspondente a 450.000$00), que deve sair da verba de “imprevistos”. Vem a ser concedida, com prazo fixado para realização dos trabalhos até 31 de dezembro de 1977.
1978.06.09: Comunica-se que os trabalhos foram iniciados em 19 de maio de 1978. Consta do Plano de Equipamento Rural e Urbano para 1978/79.
1979.06.26: Informa-se que a obra se encontra concluída desde abril de 1979.
1980.07.11: Auto de vistoria geral da obra executada por administração direta.
S.d.: formulário da Direção-Geral do Equipamento Regional e Urbano sobre a obra de construção da sede da Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Casal do Redinho, comparticipada através do Orçamento Geral do Estado e executada por administração direta. A obra foi concluída a 13 de abril de 1979.
To quote this work:
Arquitectura Aqui (2025) Construção da Sede da Associação Cultural Recreativa e Desportiva do Casal do Redinho. Accessed on 23/02/2025, in https://arquitecturaaqui.eu/en/documentation/files/58083/construcao-da-sede-da-associacao-cultural-recreativa-e-desportiva-do-casal-do-redinho