Colónia de Férias de Lamego, Santo Estevão, Monte dos Remédios
6 volumes contendo correspondência e peças escritas e desenhadas do projeto da Colónia de Férias de Lamego. 3 pastas com os desenhos originais.
Volume 1: Conjunto de correspondência com a cota VL/APROJ/ARQ/098-cap.1. Contém documentação relativa ao acompanhamento técnico da obra, tais como notas de visita e de reuniões entre os intervenientes sobre o avanço dos trabalhos e alterações a realizar. Contém ainda peças do anteprojeto de 1967.09 com rótulo CFL, sem designação, sem destinatário, sem assinatura, do anteprojeto de 1968.04, elaborado para o IOS com a designação “Colónia de Férias de Lamego” e do projeto de terraplanagens de 1969.10, elaborado para o IOS com a designação “Colónia de Férias de Lamego”.
Volume 2: Peças desenhadas da alteração ao anteprojeto de 1969.01, organizadas em papel branco com a cota VL/APROF/ARQ/098-cap.2.
Volume 3: Peças desenhadas, organizadas em papel branco com a cota VL/APROF/ARQ/098-cap.3. Contém projeto sem data, para o IOS, com designação “Colónia de Férias de Lamego” e assinada por Viana de Lima e L. Cerqueira.
Volume 4: Peças desenhadas, organizadas em papel branco com a cota VL/APROF/ARQ/098-cap.4. Contém peças escritas e desenhadas do projeto de betão armado.
Volume 5: Peças desenhadas, organizadas em papel branco com a cota VL/APROF/ARQ/098-cap.5. Contém peças desenhadas do projeto de betão armado e peças escritas e desenhadas do projeto de águas e saneamento de 1971.05.
Volume 6: Peças desenhadas organizadas em papel branco com a cota VL/APROF/ARQ/098-cap.6. Contém caderno de encargos, medições, e um orçamento de 13.347.469$00.
Identification
Centro de Documentação da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, Fundo [VL] Alfredo Evangelista Viana de Lima (1913-1991) - 098 - CFL | Colónia de Férias de Lamego, Santo Estevão, Monte dos Remédios, 1966-1980.
Analysis
Sem data - Memória descritiva do projeto de arquitetura.
O projeto implanta-se no Monte dos Remédios, onde o IOS possui “uma vasta área de terreno, com configuração irregular, que se desenvolve ao longo da encosta, desde a via de acesso que conduz ao santuário”. No mesmo terreno, implantar-se-ão “vários empreendimentos incluídos no programa de assistência social do referido departamento”, dos quais a colónia é o primeiro.
Dá-se especial importância à orientação do edifício, devido às condições climáticas da região “fustigada por uma amplitude térmica considerável (…) e por ventos ásperos do quadrante Noroeste”. No entanto, as orientações ideais não são coerentes com os locais com melhor vista para a cidade. Acrescentam-se a estas condicionantes “as dificuldades de acesso resultantes de desníveis acentuados”, e ainda a necessidade de que o edifício ocupe “uma posição tal, que possa facilmente ser integrado num conjunto a desenvolver em etapas sucessivas”.
O programa foi estabelecido tomando como base o esquema já adotado para a Colónia Infantil da Torreira, tomando em consideração alterações advindas da experiência adquirida, que permitissem “não só melhor articulação dos vários serviços, como também maior economia de manutenção e construção”. Foi ainda tomada em consideração a pretensão pelo IOS de que o edifício tivesse um caráter polivalente, “admitindo o seu aproveitamento para a instalação de estudantes durante o período escolar; ou para períodos de repouso, não só de estudantes adolescente, como ainda de trabalhadores e suas famílias, abrangidos pela ação patrocinadora e cultural do instituto, sem prejuízo de um esquema perfeito para o desempenho da função específica de Colónia de Férias Infantil, destinada a crianças do 7 aos 12 anos de idade”.
O esquema funcional desenvolve-se em vários corpos com funções diferenciadas, organizados em torno de um pátio central:
- Corpo de administração e receção, onde se localizam:
Entrada principal do edifício, com secretaria e gabinete do diretor. Prevê-se uma galeria sobre o hall de entrada, destinada “à instalação de um pequeno museu ou à realização de exposições que documentem não só a atividade do IOS como também as atividades praticadas pelos vários grupos de colonos”. No 3 piso, encontram-se instalações de apoio. Na cobertura, miradouro.
- Corpo intermédio, que faz ligação entre administração e colonos. Habitação do administrador (2 quartos, wc, gabinete de trabalho); gabinete médico, sala de tratamentos, biblioteca.
- Corpo dos colonos:
É o corpo dominante do conjunto, com 3 pisos. Distribuem-se por cada piso dependências com períodos de funcionamento semelhantes. Recreio coberto cota baixa, ligação espaço exterior, wc, chuveiros, lava-pés. Hall onde se podem efetuar pequenos espetáculos ou sessões de ginástica. 2 piso refeitório e salas de atividades - todas as salas de atividades abrem diretamente para o terreno, dispondo de um prolongamento exterior e têm wc - podem ser transformadas em camaratas-dormitórios. 3 piso é dividido em 2 alas por um hall central, e é destinado a dormitórios. Salienta-se a solução de varandas individualizadas.
- Corpo de serviço, que agrupa cozinha, refeitório do pessoal, armazéns, lavandaria, instalações para pessoal interno e externo.
Construtivamente, a estrutura é num misto de alvenaria de granito e betão armado, com enchimentos em paredes duplas de tijolo. Fundações com betão ciclópico.
Síntese estética: “Conseguir um perfeito equilíbrio de volumes bem como uma perfeita interligação de espaços, tanto exteriores como interiores, sem esquecer as condições climáticas locais, os materiais a empregar na construção e os indivíduos que irá servir, foram as preocupações que sempre estiveram presentes na elaboração deste trabalho. A vizinhança de um monumento, com o qual não se pretende nem é possível dialogar e que profundamente caracteriza a paisagem de Lamego, impuseram-nos uma atitude de humildade, mas não impeditiva de criar um elemento válido, dispondo de um ambiente adequado e coerente com a função que se propõe desempenhar”.
1968.07.13 - Comunicação de Viana de Lima ao presidente do Instituto de Obras Sociais (IOS), Henrique Veiga de Macedo. Remete o anteprojeto da Colónia de Férias de Lamego, a construir no monte de S. Estevão.
1969.01.23 - Viana de Lima remete nota de honorários, no valor de 119.788$00. Refere que o anteprojeto foi concretizado a partir de dois trabalhos anteriormente elaborados com o apoio do IOS, sendo um dos quais um anteprojeto de 1968.07.03. Refere-se que se encontra em curso a total revisão do projeto da Colónia de Férias da Torreira.
1969.02.19 - Ofício do IOS a Viana de Lima. As revisões ao anteprojeto merecem aprovação na generalidade, mas apontam-se alguns reparos relativos a áreas, organização funcional. Refere-se que, devido ao prazo definido para início das obras, o projeto deve estar concluído e aprovado para adjudicação até 1969.06.
1969.03.07 - Dada a urgência, o arquiteto considera mais prático considerar as alterações na elaboração do processo definitivo.
1969.05.06 - O arquiteto remete plantas alteradas e estimativa do custo de construção num total de 10.362.700$00.
1970.05 - Memória do projeto de betão armado, na qual se refere que o projeto consiste num conjunto de edifícios que se distribui em volta de um pátio interior de planta retangular, desenvolvendo-se em 6 pisos, de forma a adaptar-se à topografia do terreno. O projeto tem o orçamento de 3.726.470$00.
1970.12.12 - Ofício do IOS no qual se refere que a empresa adjudicatária da obra é Viseu Industrial, Ldª.
1970.09.15 - José Barbosa Lourenço remete ao arquiteto os honorários relativos ao projeto de betão armado, no valor de 196.313$00.
1971.10.22 - Nota de honorários de Viana de Lima, no valor de 32.520$00, relativa a assistência técnica à obra.
1972.05.19 - Reunião entre o presidente do IOS, o engenheiro Silva Neves, a firma adjudicatária obra, e os arquitetos Viana de Lima e L. Cerqueira, na qual se decidiram ajustamentos a executar na fase de execução então iniciada, relativos a áreas e organização funcional.
1972.11.16 - Nota de honorários do arquiteto, no valor de 32.520$00.
1973.04.12 - Ofício do IOS ao arquiteto Luís Manuel Cerqueira. Informa que o adjudicatário tem “aludido a dificuldade no andamento dos trabalhos, por falta de assistência e envio de elementos necessários à sua execução”.
1975.04.11 - Informação do engenheiro fiscal Humberto Cardoso de Carvalho sobre os trabalhos a mais, remetida à Comissão de Equipamentos Coletivos da Secretaria de Estado da Segurança Social.
1979.01.08 - Ofício de Viana de Lima, dirigido ao ao presidente da Comissão Administrativa do IOS. Refere-se que os trabalhos estão concluídos.
To quote this work:
Catarina Ruivo for Arquitectura Aqui (2025) Colónia de Férias de Lamego, Santo Estevão, Monte dos Remédios. Accessed on 05/09/2025, in https://arquitecturaaqui.eu/en/documentation/files/60981/colonia-de-ferias-de-lamego-santo-estevao-monte-dos-remedios