Anteprojeto das Piscinas Municipais de Soure
Processo composto por várias capas de pape kraft do Município de Soure, contendo documentação textual e gráfica relativa ao estudo das Piscinas Municipais de Soure.
Identification
Analysis
1984.12.28: Memória descritiva e justificativa de betão armado, referente ao edifício de piscinas de Soure a construir por iniciativa da Câmara Municipal de Soure, assinada pela engenheira civil Dora Morais de Matos do Gabinete de Apoio Técnico (GAT) da Figueira da Foz.
1985.07.02: Memória descritiva e justificativa do anteprojeto das piscinas de Soure, assinada pelo arquiteto Carlos Figueiredo. O texto principia com uma descrição vívida da deslocação pelo tecido urbano até ao local da intervenção, denotando o depauperamento do centro histórico. “É neste jogo de valores urbanos e rurais que o objecto arquitectónico a criar vai nascer”. Considerando a falta desse tipo de equipamento na vila, propõe-se uma primeira fase de construção de uma piscina para adultos e crianças, e na segunda fase a adaptação do velho edifício a um restaurante. O objeto arquitetónico “deveria manter e reforçar os valores culturais sedimentados ao longo dos tempos e a expressão rural do percurso da rua da Vitória, se bem que, com uma clara demonstração dos valores da arquitectura moderna.” Haverá um edifício para funções de apoio aos banhistas, definido por simplicidade formal com volumes soltos que albergam as várias funções do equipamento. Idealiza-se uma zona de percurso e esplanada entre o edifício projetado e o que será recuperado, fomentando o diálogo entre ambos. No último, prevê-se a instalação de um bar. A limitação de espaço ditou a rigidez na forma retangular das piscinas, considerada a mais adequada para utilização mais desportiva. Os espaços envolventes serão relvados com arbustos. Está acompanhado de desenhos de arquitetura (implantação, alçados).
1986.01: Parecer relativo ao anteprojeto das piscinas a construir no Núcleo de Acção Cultural de Soure, exarado pelo Conselho Consultivo do Instituto Português do Património Cultural. Trata-se de um segundo estudo, na sequência de outro que abarcava a recuperação parcial do centro histórico de Soure, que não foi aprovado. O programa das piscinas sofreu redução “o que se reconhece vir beneficiar a inserção deste empreendimento no local”. A instalação desenvolver-se-á num só piso, e recuperar-se-á o edifício existente. Os novos edifícios aparentam maior conciliação com a envolvente “ainda que a articulação formal possa ser melhor investigada, dada a relativa rigidez das piscinas, cuja proximidade com a estrada não parece favorecer”. Propõe-se a aprovação do estudo.
1986.01.07: Parecer referente à recuperação e adaptação do edifício do Largo do Adro em Soure, um edifício “incompreensivelmente amputado quando da construção da variante da estrada nacional que serve esta vila”. O estudo recebe a concordância do Conselho Consultivo do Instituto Português do Património Cultural, pois o programa de utilização adapta-se à sua estrutura e respeita o carácter do edifício.
1986.01.31: Memória descritiva e justificativa do projeto de arquitetura das piscinas de Soure, assinada pelo arquiteto Carlos Manuel Reis Figueiredo, com gabinete na Figueira da Foz. O terreno camarário selecionado localiza-se no núcleo histórico, numa área anteriormente usada como local agrícola de uma pequena quinta urbana. Agrupam-se funções culturais com recreativas, cumprindo “recomendações do Conselho da Europa”, e renova-se uma área depauperada social e economicamente. Para além das informações contidas no anteprojeto, refere que a cave do novo edifício se destina a receber as máquinas necessárias ao funcionamento das piscinas. É descrito o processo construtivo.
1986.04.23: Memória descritiva e justificativa de betão armado, referente ao edifício de piscinas de Soure, assinada pelo engenheiro civil Virgílio de Miranda Cravo Roxo do GAT da Figueira da Foz.
1986.04.23: Memória descritiva e justificativa da rede de águas e esgotos, assinada pelo engenheiro civil Jorge Manuel Freitas Garcia da Rosa do GAT da Figueira da Foz.
1988.12.20: Aviso do concurso público para adjudicação da empreitada de construção da primeira fase das piscinas municipais (estrutura e betão armado).
1989.04.21: Ofício do presidente da Câmara Municipal de Soure, Firmino da Silva Oliveira Ramalho dirigido ao Delegado da Direção-Geral dos Desportos, apresentando a candidatura do projeto de construção das piscinas ao abrigo do programa RIED. Apesar de a obra servir a população geral, servirá particularmente a população estudantil de Soure, como a que frequenta as escolas preparatória e secundária de Soure.
1990.04.02: Informação da Direção-Geral dos Desportos acerca do processo do projeto das piscinas, ao qual faltam elementos cruciais para apreciação, verificando-se “insuficiências nos circuitos de utilização e no dimensionamento dos espaços de vestiários, ausência de balneários…”, e as “disposições construtivas previstas para as bordaduras não são justificativas”.
1990.07.27: Memória descritiva assinada pelo arquiteto Carlos Manuel Reis Figueiredo, que “pretende deixar expresso as alterações realizadas sobre o Projecto de Arquitectura realizado em 1986 e que se encontra parcialmente edificado com a construção de toda a estrutura de betão armado.” As alterações resultam de conversas com o engenheiro A. Cabral Faria. A implantação das piscinas no local enquadra-se numa estratégia de revitalização do centro histórico, despovoada nas últimas duas décadas, prevendo-se a “visita de muitos dos munícipes, nomeadamente gente jovem”. Vem, também, suprir uma carência sentida, dedicando-se essencialmente à prática da natação de recreio e lazer nos meses de verão, por ser um complexo descoberto. Entretanto deu-se início à recuperação a zona, com a recuperação do castelo e das praças, e construção do museu e início da biblioteca. Foi decidido demolir o edifício antigo que se previa albergar o bar, por ameaçar ruína, e virá a ser substituído por um novo edifício com bar, sanitários, arrumos, direção do complexo e instalações para vigilantes. O projeto contempla uma piscina para adultos (25 x 12,5 m) e uma para crianças (10 x 6 m). Estima-se um índice baixo de utentes, sem enchentes, considerando a dispersão da população e o número decrescente de jovens. Foram alargadas as zonas de vestiários e balneários; haverá entradas distintas para banhistas e público. São descritas as características da obra. Possui desenhos.
1990.11.15: Arcelino Mirandela da Costa da Direção-Geral dos Desportos informa o presidente da Câmara Municipal de Soure que as alterações introduzidas no projeto de arquitetura são satisfatórias. Faz algumas considerações sobre a instalação de tratamento de água. Sugere a consulta das fichas normativas para piscinas editadas pelos serviços que representa.
1992.05.21: Auto de receção definitiva da 1.ª fase da construção das piscinas municipais, adjudicada a Viana & Conde, Lda, de Granja do Ulmeiro. A obra foi iniciada a 10 de agosto de 1989 e concluída a 28.12.1989.
To quote this work:
Ana Mehnert Pascoal for Arquitectura Aqui (2025) Anteprojeto das Piscinas Municipais de Soure. Accessed on 06/09/2025, in https://arquitecturaaqui.eu/en/documentation/files/61197/anteprojeto-das-piscinas-municipais-de-soure