Testemunho de Margarida Nunes, Miranda do Douro
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Conversa entre Margarida Nunes e as investigadoras Ivonne Herrera Pineda e Catarina Ruivo em dezembro de 2023.
Outras questões- Centro histórico de Miranda do Douro
A Rua dos Palheiros chamava-se assim porque “quase toda a gente tinha um espaço aqui para pôr os palheiros, onde tinha o palheiro”. Perto da atual Casa da Língua Mirandesa estava a “Rua dos Fornos, porque além do forno comunitário, quem tivesse forno era nessa rua que tinha o forno”.
Nesta rua ela lembra as casas sempre ser altas, ter dois andares.
Antes de abrir a fronteira, ela lembra de ver demolir estas casas. Deve ter sido iniciativa do Estado.
Nos anos 70, lembra-se de uma senhora que tinha uma casa com escadas, e ao lado era onde tinha uma burra. Lembra de uma casa com um grande terraço onde ia brincar com umas amigas.
Há quarenta anos, ainda havia pessoas [de diferentes zonas do casco histórico] que passavam com os seus animais pelas ruas da cidade: burros, vacas, etc. Eram pessoas que tinham terrenos fora, mas que viviam na cidade, e que criavam animais no pequeno quintal da sua casa, especialmente galinhas. “Tinham tudo fora, porque aqui dentro só havia mesmo o quintalzinho, não mais nada”.
Depois, tornou-se cada vez mais difícil continuar com estas utilizações. Uma razão foi o facto de já não valer a pena criar animais ou cultivar, em termos económicos.
To quote this work:
Arquitectura Aqui (2024) Testemunho de Margarida Nunes, Miranda do Douro. Accessed on 31/10/2024, in https://arquitecturaaqui.eu/en/documentation/notes-from-observation-or-conversation/35945/testemunho-de-margarida-nunes-miranda-do-douro