Collective-Use Facilities in
Portugal and Spain 1939-1985

Search for

Object

Agents

Activities

Documentation

Conversa com Francisco Abreu e António Gil, Penamacor

If you have any recollection or information related to this record, please send us your contribution.

Identification

Title
Conversa com Francisco Abreu e António Gil, Penamacor
Date
2024.05.21

Content

Observation or Conversation Record

Conversa durante uma caminhada até a Casa do Povo e visita a este edifício com Francisco Abreu e António Gil e as investigadoras Ivonne Herrera Pineda e Ana Mehnert Pascoal. António Gil é presidente da Junta de Freguesia de Penamacor. Francisco Abreu é técnico superior da Câmara Municipal de Penamacor, responsável pelo Museu Municipal de Penamacor. Também é docente e historiador local, que dá aulas de história local e antropologia cultural na Academia Sénior de Penamacor.

Estamos profundamente gratas pela gentileza e generosidade de Francisco Abreu e de António Gil por nos terem aberto as portas da Casa do Povo, por partilhar connosco as suas experiências e conhecimentos e apoiar-nos em tudo o que precisámos.

Seguem-se algumas das informações partilhadas durante o percurso e visita a Casa do Povo:

Salão Paroquial

De acordo com Francisco Abreu, foi construído por vontade do povo e por iniciativa da Igreja.

Francisco Abreu lembra-se que quando era jovem, faziam sessões de cinema, mas o filme passava pelo crivo e censura do padre (levavam-lhe a sinopse para autorizar). Eram sessões vigiadas, “sempre havia alguém”. Em comparação, na Casa do Povo havia mais liberdade (p. ex. com o conteúdo dos filmes).

De acordo com Francisco Abreu, o edifício deixou de funcionar há cerca de 25 anos. No piso de baixo funcionava catequese e atividades religiosas.

Segundo António Gil, neste edifício havia cinema, receção para eventos. O edifício estava em boas condições.

Depois de um período de cedência, a Igreja vendeu-o à Câmara Municipal de Penamacor. Iniciaram-se as obras, houve até colocação de equipamentos como ar condicionado, mas pararam por falta de verbas.

Casa do Povo de Penamacor

Durante a sua história, especialmente há umas décadas atrás, o edifício da Casa do Povo teve muita vida e foi um lugar importante para a comunidade em Penamacor, com presença de pessoas de todas as idades, especialmente jovens. Por exemplo, Francisco celebrou lá, no grande salão, a sua festa de casamento. Portanto, também é um lugar importante na memória pessoal e coletiva.

Durante esta visita, observamos que várias pessoas chegam ao edifício da Casa do Povo para começar uma aula de pilates. São todas mulheres de meia-idade, exceto o monitor, que é um homem jovem. Segundo António Gil, a Junta de Freguesia de Penamacor facilita muito o uso do espaço. Por exemplo, quem quiser organizar atividades não tem de pagar uma taxa, porque o mais importante é promover que o espaço tenha uso e esteja ativo.

No dia da visita podemos ver que a esplanada do exterior da Casa do Povo está a ser objeto de obras de remodelação. Segundo Francisco, esta zona exterior foi usada pontualmente, mas poderia ser usada com maior frequência para fazer atividades ao ar livre. Há alguns anos, colocaram uma caravela no meio da esplanada, o que Francisco e António achavam feio (de mau gosto) e sem ligação com a história local de Penamacor.

No interior do edifício da Casa do Povo, vemos uma sala de reuniões/salão ampla e, em frente, um balcão de bar, tudo aberto. Este espaço anteriormente não estava aberto, pois albergava várias salas desde a entrada, com um corredor que as ligava à sala de reuniões. Nessas salas estavam o gabinete médico e a enfermeira. Depois, essas divisões foram removidas e o espaço ficou aberto.

Vemos uma ala do edifício onde está uma cozinha, que dá para um pátio. Este pátio foi construído posteriormente [não desde os inícios]. Francisco lembra-se que ali antes havia um morro onde ele jogava aos "cowboys" quando era pequeno. Em frente à cozinha, pode-se ver o edifício da Segurança Social (construído originalmente para a Polícia).

Externato de Nossa Senhora do Incenso 

António Gil apoia uma opinião bastante difundida nas conversas realizadas, sobre o importante papel desempenhado pelo Padre Batista. Segundo António Gil, o Padre Batista “merece uma homenagem” por todos os seus esforços em promover o externato.

A recolha e sistematização deste testemunho oral foram elaboradas por Ivonne Herrera Pineda e Ana Mehnert Pascoal, com base numa visita e conversa mantida em maio de 2024. Agradecemos profundamente a disponibilidade e o apoio de Francisco Abreu e de António Gil por nos terem aberto as portas da Casa do Povo e por partilhar connosco as suas experiências.

To quote this work:

Ivonne Herrera-Pineda e Ana Mehnert Pascoal for Arquitectura Aqui (2025) Conversa com Francisco Abreu e António Gil, Penamacor. Accessed on 17/12/2025, in https://arquitecturaaqui.eu/en/documentation/notes-from-observation-or-conversation/47540/conversa-com-francisco-abreu-e-antonio-gil-penamacor

This work has received funding from the European Research Council (ERC) under the European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement No. 949686 - ReARQ.IB) and from Portuguese national funds through FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., in the cadre of the research project ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).