Relatórios de Inspeções à Casa do Povo de Vila Cova de Alva, Distrito de Coimbra
Identificación
Análisis
De acordo com o relatório do inquérito realizado pelo Subinspetor José Augusto dos Santos Silva, datado de 18 de Outubro de 1947, a afluência da população e as atividades associativas na Casa do Povo de Vila Cova de Alva eram expressivas, fazendo desta Casa do Povo uma das mais ativas do Distrito de Coimbra. No entanto, era a tal ponto intensa a oposição à sua atuação, limitada à esta povoação e criticada por não estender suas atividades e proteção às localidades próximas e populosas como Vinhó e Casal de São João, que a extinção da Casa do Povo chegou a ser considerada, o que acabou por não acontecer.
A Casa do Povo envolveu-se ativamente no chamado "Fomento local" através da participação na construção de um coletor geral de esgotos na povoação em 1942, o que deu origem à diversos questionamentos relativos ao paradeiro e pertença dos materiais sobrantes.
Sobre a sede, que ocupou inicialmente a antiga Casa da Câmara do extinto concelho, em 1953 o Subinspetor declara: "Está instalada num edifício arrendado, velho, em péssimo estado de conservação e portanto sem condições para esse fim. Uma das suas dependências, cedida a título gratuito, serve de sala de ensaios da banda de música local que há anos esteve integrada na Casa do Povo. O mobiliário é também velho e quase inaproveitável. Uma das pretensões da Comissão Administrativa consiste na aquisição do terreno para implantação posterior de um edifício próprio. (...) A sede foi em tempos muito frequentada, mas depois, por motivo da vaga oposicionista conduzida por um antigo médico da Casa do Povo (...) os sócios desinteressaram-se" (Alberto Dias Póvoas, Subinspetor da Inspeção de Organismos Corporativos, Relatório de Inspeção à Casa do Povo de Vila Cova de Alva, 6 de Abril de 1951, fls, 1 e 2)
"O problema da sede é de muito difícil solução, embora seja aspiração unânime da população a instalação da Casa do Povo em edifício condigno, pois não se encontra, praticamente, uma única casa de aluguer que ofereça as condições desejáveis, e a hipótese da construção de um edifício próprio está afastada, por inteiro, das possibilidades imediatas ou sequer próximas, pois as disponibilidades financeiras da Casa do Povo são insignificantes, para não dizer irrisórias" (João António Batista Soares, Subinspetor da Inspeção de Organismos Corporativos, Relatório de Inspeção à Casa do Povo de Vila Cova de Alva, 28 de Junho de 1957, fl. 2)
"Afigura-se de particular interesse para o desenvolvimento da atividade social da Casa do Povo, retomar o estudo e resolução do problema da construção da sede própria, tanto mais que o organismo já dispõe de terreno situado no melhor local da freguesia. As condições sociais do meio e o isolamento em que a localidade se encontra, dão esperança de que a nova sede virá a ter intensa vida associativa" (Albino António de Melo, Subinspetor da Inspeção de Organismos Corporativos, Relatório de Inspeção à Casa do Povo de Vila Cova de Alva, 12 de Setembro de 1962, fl.8)
Para citar este trabajo:
Arquitectura Aqui (2024) Relatórios de Inspeções à Casa do Povo de Vila Cova de Alva, Distrito de Coimbra. Accedido en 25/11/2024, en https://arquitecturaaqui.eu/es/documentacion/expedientes/14049/relatorios-de-inspecoes-a-casa-do-povo-de-vila-cova-de-alva-distrito-de-coimbra