1943.10.14 - Carta da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alijó (AHBVA) ao “Arq. Cassiano Barbosa e Estimado Amigo”, comunicando que a AHBVA ainda não recebeu a planta do “teatro-cine” prometida desde março de 1943, o que consideram causar grande prejuízo pelo aumento de preço da mão-de-obra e materiais e porque “agora [lhes] será muito difícil obtermos donativos das empresas mineiras que funcionam neste concelho”. Referem que tentaram, muitas vezes, contactar o arquiteto,”por telefone, cartas, por intermédio do nosso amigo e querido pai de V. Exa., do nosso presidente Sr. José Rufino”, e que, “por ser nosso amigo e conterrâneo ilustre”, esperam “ainda que este mês seja recebida a mencionada planta ou então a comunicação de que fica desligado o compromisso”.

1943.10.16 - Resposta de Cassiano Barbosa, esclarecendo que fez, “em tempos, um arranjo do projecto para esse teatro e mais tarde o Sr. José Rufino pretendeu construí-lo com os elementos que eu lhe enviei. Como esses elementos fossem insuficientes, visto terem-me pedido, a título gratuito, simplesmente um arranjo da fachadas, eu fiz ver ao Sr. Rufino que a construção feita por esse processo, além de ilegal, resultaria mal. Foi nessa altura que fiquei com a obrigação de elaborar um projecto completo”. Indica que enviará o projeto se a AHBVA lhe conceder um prazo até 1943.12.15, de forma a poderem iniciar obras, e que o fará gratuitamente.

1943.10.25 - Telegrama da AHBVA indicando que aceitam o prazo proposto.

1943.12.14 - Cassiano Barbosa remete o projeto, explicando que, para a AHBVA o apresentar à Inspeção Geral dos Espetáculos, deverá fazê-lo a título de anteprojeto. Informa, “para evitar futuras confusões”, que o seu “trabalho gratuito terminou”.

1943.12.18 - Carta da AHBVA, agradecendo “pela gentileza da oferta gratuita da referida planta, que, a todos que a examinaram, são unânimes em tecer os elogios mais eloquentes, não só pela beleza das linhas, como também pela comodidade e modernismo do cinema a construir”.