Quartel dos Bombeiros Voluntários de Pinhel
O processo reúne documentação dispersa no tempo acerca da ampliação da primitiva sede dos Bombeiros Voluntários de Pinhel e da construção da nova sede, a partir de 1962. Os processos G-102 e Prvº.9/162, que tratam do mesmo assunto, são integrados ao processo 270/EU/76, criado em 9/7/1976.
O primeiro volume reúne a documentação relativa ao processo de construção do Quartel dos Bombeiros Voluntários de Pinhel; o segundo volume é composto do anteprojeto de arquitetura, memória descritiva e justificativa e parecer a propósito da localização sugerida; o terceiro volume compõe-se do projeto de arquitetura e estabilidade, acompanhados de suas respectivas memórias descritivas, orçamento, caderno de encargos e programa de concurso tipo; o quarto volume refere-se ao projeto de instalações elétricas.
Identificación
Prvº.9/162
Análisis
A partir da visita da Direção dos Serviços de Melhoramentos Urbanos em Outubro de 1962, é aberto o processo Provº.9/162, que recupera a intenção da Associação dos Bombeiros Voluntários de Pinhel em ampliar suas instalações e construir uma nova sede. (Ofício 4676 de 5/11/1962 da Repartição de Melhoramentos Urbanos da DGSU)
Os técnicos da DSMU recomendam à Câmara Municipal de Pinhel que "analisasse a possibilidade de aproveitar o local do edifício existente." (Informação da DSMU, o 4/1/1963). A CMP, em resposta depois de quase uma década, manifesta a disposição em ceder o terreno para a construção e solicita "subsídio ou comparticipação para levar a efeito esta obra". (Ofício CMP, 3/4/1972) Solicitada pela DGSU e pela Direção de Urbanização da Guarda a prestar esclarecimentos e apresentar o projeto, a CMP declara que o técnico encarregado de fazer o projeto já não pode "executar graciosamente como tinha prometido" o trabalho, o que fez a CMP recorrer ao arquiteto Armando Augusto Cardoso, que apresentou sua proposta, para a qual a CMP solicita que "o mesmo seja comparticipado na totalidade pelo Estado, para que seja dado andamento a um problema que a população da cidade deseja ver resolvido." (Ofício 866 de 19/3/73 da Direção de Urbanização da Guarda para a DGSU)
Através de despacho, o Ministro das Obras Públicas Rui Sanches aprovou a comparticipação em 30/4/1972, "logo que haja projeto aprovado". A proposta da CMP no sentido de que o projeto fosse pago integralmente pelo Estado é aprovada por despacho do Ministro em 9/4/1974.
Foi o arquiteto José Duarte Madeira, sediado em Pinhel, quem apresentou o anteprojeto para a construção do Quartel dos Bombeiros Voluntários de Pinhel, em resposta à crescente necessidade da corporação: "com a dotação de mais viaturas, mais material, o problema ia-se dispersando por diversos armazéns, como seja o exemplo da Adega Cooperativa que, por especial favor cedia espaços vazios das suas instalações para a necessária recolha desse material precioso." (José Duarte Madeira, Memória descritiva e justificativa, 6/7/1976)
Tanto a forma do edifício como sua localização foram justificadas pela necessidade de ação durante uma emergência: "A solução estudada resultou da localização do terreno, do traçado dos arruamentos existentes e, não nos restam dúvidas que o acesso e saída das viaturas está sobejamente facilitado pela disposição em espinha, que demos ao parque de viaturas. A saída do referido parque e o ingresso nas ruas públicas, pratica-se sobre um ângulo amplamente aberto que permite sem perigo, sem manobras de qualquer espécie e em todas as direções que for necessário tomar." (José Duarte Madeira, Memória descritiva e justificativa, 6/7/1976) O próprio José Duarte Madeira já havia apresentado 27/5/1976 um "Parecer do estudo para a localização do futuro Quartel dos Bombeiros Voluntários de Pinhel", que juntou ao anteprojeto, no qual defendeu a localização da obra no terreno do Parque Municipal, em função da proximidade ao hospital sub-regional e das vias que conectam a sede do concelho às demais freguesias.
O parecer do Inspetor do Serviço de Incêndios da Zona Norte do Ministério do Interior, emitido em 10/7/1976, foi no sentido de recomendar a aprovação do projeto, destacando a "solução estética particularmente feliz" que "satisfaz a todas as condições impostas pela circular do Conselho Nacional do Serviço de Incêndio" (Informação n.º1568/76 da Inspeção do Serviço de Incêndios da Zona Norte).
Em 12/7/1976, o Engenheiro Diretor da DUG envia ao Diretor dos Serviços de Equipamento uma cópia do anteprojeto, juntamente com um pedido dos representantes da Associação para que o ante-projeto fosse aprovado "o mais urgente possível", além de que fosse "concedida uma comparticipação correspondente e numa base o mais alta possível, dadas as nossas fracas disponibilidades financeiras".
O arquiteto e urbanista responsável pelo Plano de Urbanização de Pinhel, responde à consulta feita pela CMP acerca da implantação do novo Quartel nos terrenos do Parque da Cidade, em desacordo com a indicação do plano, segundo o qual o novo Quartel seria construído "junto da Adega Cooperativa". Apesar de não ter sido consultado previamente, "como se trata de solucionar com urgência a aprovação de um terreno para a construção do Quartel", o parecer do arquiteto acabou por ser favorável à nova localização. (Parecer do arquiteto Mário Varandas Monteiro, 20/7/1976)
O arquiteto José Fernando Ribeiro de Sousa, da Direção de Urbanização de Viseu, é convocado a elaborar informação da "parte arquitetónica", na qual declara que não "há observações a fazer" além de alguns ajustes no quarto de banho da casa do quarteleiro, recomendando a aprovação do projeto. (Informação 212/76 de 22/10/1976, DUV)
O Engenheiro Diretor de Urbanização da Guarda considera o projeto, que seria financiado "à base de 95%" em condições de merecer aprovação na Informação n.º 2991 de 8/11/1976. A abertura de concurso limitado, assim como o início da terraplanagem para a implantação da obra, foram autorizadas por despacho do Governador Civil da Guarda em 30/11/1976. (Ofício 3167 de 30/11/1976, DUG)
O Arquiteto chefe da Direção dos Serviços de Equipamento discorda dos pareces anteriores, tanto no aspecto funcional quanto no que toca à "solução estética particularmente feliz", declarando que " a solução enferma de uma concepção basilar simétrica, obrigando a uma compartimentação acanhada e que arquitetonicamente, além de um traçado já ultrapassado, não contém qualquer interesse estético", o que o leva a recomendar que o estudo, embora aceitável, fosse revisto. (Raul Migueis S. Clara, Informação 583/76 da DSE, 15/12/1976 )
A obra é levada a concurso público em Julho de 1977, vencido pelo construtor Alfredo Saraiva, tendo a empreitada sido adjudicada em 18/10/1977 e os trabalhos da obra iniciados em 31/10/1977 (Ofício DUG n.º 3188, 3/11/1977). Um novo concurso para a empreitada de instalações elétricas foi lançado em 17/11/1978. De acordo com Informação da Direção de Equipamento da Guarda em 11/6/1981, a conclusão da obra foi verificada em 14/11/1980, apesar do atraso na obra de construção civil de mais de um ano em relação ao prazo previsto decorrente do atraso e simultaneidade dos trabalhos de eletricidade, como justificou o empreiteiro em correspondência à Direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários em 4/6/1981.
Para citar este trabajo:
Arquitectura Aqui (2024) Quartel dos Bombeiros Voluntários de Pinhel . Accedido en 22/11/2024, en https://arquitecturaaqui.eu/es/documentacion/expedientes/4709/quartel-dos-bombeiros-voluntarios-de-pinhel