Construção do Centro Cultural Casa da Cruz
Processo em pasta da Direção-Geral do Equipamento Regional e Urbano, em cuja capa se registou o número do processo 253/ERU/83, a localização no distrito do Porto, concelho de Lousada, a entidade Centro Cultural Casa da Cruz e a designação da obra “Construção do Centro Cultural Casa da Cruz”.
Contém peças escritas e desenhadas de três projetos diferentes, assim como correspondência administrativa relativa ao pedido de comparticipação da obra e ao processo de apreciação dos projetos.
Identificación
Análisis
1982.03.10 - Memória descritiva do anteprojeto de construção do edifício sede do Centro Cultural da Casa da Cruz, com assinatura ilegível e sem indicação do programa. Refere-se que o edifício terá dois pisos, sendo construído com paredes exteriores em mecan com caixa de ar formada por parede de tijolo, com os pavimentos e teto em lajes aligeiradas de elementos pré-fabricados, cobertura em placas de fibrocimento.
1983.09.14 - Pedido de comparticipação do Estado, endereçado ao Ministro da Habitação e Obras Públicas, para a construção de balneários de apoio a um polidesportivo existente e de um edifício-sede para o Centro Cultural Casa da Cruz. Refere-se que o polidesportivo “foi construído à custa das quotas dos associados e alguma ajuda de pequenos subsídios para aquisição de materiais, já que a mão de obra tem sido conseguida pela generosidade dos próprios associados nos tempos disponíveis”. Refere-se ainda que é o único polidesportivo existente no concelho de Lousada.
1983.09.19 - Abertura do processo definitivo na Direção-Geral do Equipamento Regional e Urbano (DGERU), com o número 253/ERU/83 e o título “Construção do Centro Cultural Casa da Cruz”.
1984.01.06 - Apreciação do anteprojeto pelo arquiteto principal da Direção de Equipamento do Distrito do Porto (DGERU/DEDP), Heitor Alves Bessa. Fazem-se alguns reparos ao projeto, nomeadamente relativamente à organização funcional, ao tratamento dos alçados, à solução construtiva e ao orçamento que, estimado em 5.859.000$00, parece inferior à realidade.
1984.01.31 - Análise do anteprojeto pelo arquiteto de 1.ª classe, Carlos Lino Álvares Pereira da DGERU. Concorda-se com os reparos feitos pela DEDP, considerando-se que o estudo pode servir de base à elaboração do projeto de execução se estes forem atendidos.
1984.12.03 - Ofício do engenheiro diretor da DEDP, Abel Alegria Martins, dirigido ao presidente da direção do Centro Cultural da Cruz. Indica-se que o andamento do processo depende da apresentação do projeto de execução e da correção do projeto de arquitetura de acordo com as observações referidas em 1984.02.15, “designadamente quanto à melhoria de tratamento dos alçados laterais e o relacionado com os fogões de sala”.
1984.12.14 - Memória descritiva e justificativa do projeto para o Pavilhão Gimnodesportivo do Centro Cultural da Casa da Cruz, assinado pelo engenheiro diretor do Gabinete de Apoio Técnico (GAT) ao Agrupamento de Concelhos do Vale do Sousa, Rui César Cunha, elaborado a pedido da Câmara Municipal de Lousada. O projeto consiste num estudo de melhoramento do recinto de jogos de salão existente, propriedade do Centro Cultural da Casa da Cruz, que não possui as condições necessárias para a prática desportiva por não ser coberto e não possuir instalações de apoio. Numa primeira fase, criam-se novas bancadas, balneários, sanitários, espaço de direção, secretaria e bar. O orçamento estima-se em 20.000.000$00.
1985.01.07 - O presidente da Câmara Municipal de Lousada (CML), Amílcar Abílio Leite Neto, informa a direção do Centro Cultural Casa da Cruz que o projeto mereceu parecer favorável dos Serviços Técnicos da CML.
1985.04.23 - Memória descritiva e justificativa do Estudo Prévio relativo à obra de construção de um pavilhão desportivo e cultural para o Centro Cultural Casa da Cruz, assinada pelo arquiteto Rui Fernando Malheiro de Magalhães Brochado (Porto).
Começa por se referir que a associação se encontra a passar por uma fase de crescimento e desenvolvimento, mas “tem trabalhado em precárias condições de instalações, quer a nível de espaço, quer quanto ao estado de conservação e salubridade dessas mesmas instalações”, entre as quais se inclui um Campo de Jogos deteriorado e ao ar livre, balneários com caráter provisório e uma “pequena ‘sede’ que não passa de um exíguo ‘bar’ sem o mínimo de espaço para proporcionar aos responsáveis pela colectividade as indispensáveis condições de trabalho e aos seus associados um digno local de convívio e encontro”. Por estas razões, explica-se, chegou a ser elaborado um estudo anterior que deu origem a um processo na DGERU.
Descreve-se que o novo conjunto se localizará no mesmo local das atuais instalações e será composto por 3 zonas distintas (que poderão ser construídas em 3 fases). A primeira zona diz respeito ao pavilhão desportivo, com balneários e bancadas, a segunda ao edifício da sede e o terceiro ao arranjo do terreno exterior.
O pavilhão disporá de bancadas para 1600 expectadores, camarotes, sanitários e zona de serviço e apoio. O edifício-sede terá dois pisos: “no de baico, zona de convívio, haverá um bar-cafeteria, uma sala de convívio, uma sala de jogos, biblioteca e sanitários; em cima ficará um salão cultural polivalente e a zona administrativa, com secretaria e arquivo, sala de direção, sala de reuniões e sala de troféus do clube”.
O orçamento estima-se em 47.120.000$00.
1985.05.22 - A CML informa o Centro Cultural de que o estudo prévio mereceu o parecer favorável dos Serviços Técnicos de Obras.
1986.04.02 - Apreciação do estudo prévio pelo arquiteto assessor da DEDP, Heitor Alves Bessa, submetido em substituição do anteprojeto previamente aprovado. Fazem-se alguns reparos relativamente ao aspeto funcional, às condições de iluminação e ventilação naturais e ao aspeto dos alçados. Refere-se que o orçamento da obra se estima em 47.120.000$00.
1986.07.17 - Parecer dos Serviços Técnicos da Divisão de Urbanização, Engenharia e Arquitetura Desportiva da Direção-Geral dos Desportos (DGD/DUEAD), assinado pelo diretor-geral, Arcelino Mirandela da Costa. Fazem-se reparos relativamente à ausência de alguns elementos, organização dos espaços funcionais, introdução de um posto médico.
1987.02.19 - Apreciação do estudo prévio, assinada pelo arquiteto assessor, Alberto C. Rodrigues, a engenheira civil de 1.ª classe, Maria Paula David e Silva, e o engenheiro eletrotécnico de 1.ª classe, Cândido Manuel F. O. Pombeiro, da Direção de Serviços de Estudos e Planeamento Territorial da Direção-Geral do Ordenamento do Território (DGOT/DSEPT).
Refere-se que, depois de ser aprovado um anteprojeto para um pequeno edifício para atividades culturais e recreativas, a entidade “resolveu alterar drasticamente o programa, pretendendo agora uma obra de muito mais dimensão e com uma desenvolvida componente desportiva, contendo até um pavilhão Gimnodesportivo com bancada”.
Concorda-se com as críticas já feitas, salientando-se “que se julga a concepção arquitectónica muito modesta para um empreendimento já de certa envergadura”. Indica-se que deve ser apresentado novo estudo prévio e que a obra não consta dos Planos de Comparticipação.
Para citar este trabajo:
Arquitectura Aqui (2024) Construção do Centro Cultural Casa da Cruz. Accedido en 21/11/2024, en https://arquitecturaaqui.eu/es/documentacion/expedientes/48101/construcao-do-centro-cultural-casa-da-cruz