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Construção do Matadouro de Miranda do Douro

Processo completo de correspondência administrativa da obra e projeto (quando existiu). 179 páginas em capa do  Ministério das Obras Públicas, Direção-Geral dos Serviços de Urbanização, Melhoramentos Urbanos, indicando o distrito de Bragança, concelho de Miranda do Douro, o nº. de processo 277/MU/58, a entidade peticionária Câmara Municipal de Miranda do Douro e a designação da obra "Construção do Matadouro de Miranda do Douro". Este processo foi originalmente produzido pela Direção de Urbanização de Bragança e posteriormente integrado no Arquivo Municipal de Bragança.

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Identificación

Archivo / Biblioteca
Tipo de Expediente
Designación del Expediente
Construção do Matadouro de Miranda do Douro
Años Inicio-Final
1958-1967
Ubicación Referida
BragançaDistrito Histórico (PT)
Signatura Inicial
Processo n.º 277/MU/58
Produtor del Expediente

Análisis

Primera Fecha Registrada Expediente
1958.06.01
Última Fecha Registrada Expediente
1967.07.04
Entidad Peticionaria / Beneficiaria
Otras Especialidades (Autoría)
Repartição de Melhoramentos Urbanos projeto redes de águas e esgotos 1960Organización
Construcción y Equipamiento
Financiamiento
Fundo de DesempregoOrganización
Intervención / Apreciación
Pires Carrondo Chefe RMU 1959Persona
Jorge de Deus Santos Carvalho Engenheiro DUB 1959Persona
José Gomes de Almeida Diretor DUB 1959Persona
Abel Maria Bebiano Moutinho Técnico DGSP 1959Persona
João José Lourenço de Azevedo Engenheiro Civil 1960Persona
Joaquim Duarte Carrilho Engenheiro Diretor DUBPersona
Alfredo Fernandes Engenheiro Chefe RMU 1960Persona
Decisión Política
Augusto César Meirinhos Presidente CMMD 1958Persona
Eduardo de Arantes e Oliveira Ministro Obras Públicas 1959Persona
José Rodrigues Teixeira Presidente CMMD 1967Persona
Síntesis de Lectura

1958.06 - Memória descritiva, acompanhada de medições, orçamento e desenhos de arquitetura. Refere o aumento populacional em Miranda do Douro, motivado pelas obras de aproveitamento hidroelétrico do Douro, de 900 habitantes para aproximadamente 4000. No momento da elaboração do projeto, a matança para abastecimento da cidade era feita numa casa sem condições de salubridade. Refere-se que a localização está de acordo com o anteplano de urbanização, que a “construção será feita em alvenaria de prepianho”, os pavimentos em betonilha, a armação do telhado em pinho e a sua cobertura em telha tipo campos. A obra tem o orçamento de 230.726$73.

1958.07.23 - Comunicação do presidente da Câmara de Miranda do Douro (CMMD), Augusto César Meirinhos, ao Ministro das Obras Públicas, solicitando uma comparticipação para a construção do matadouro municipal, “construção esta que constitue uma das maiores necessidades do Concelho e cuja urgência se impõe mais do que nunca neste momento, por virtude da instalação na cidade e seus arredores de alguns milhares de pessoas, por virtude dos trabalhos de Construção das Barragens do Rio Douro”.

1959.03.07 - Parecer do chefe da Repartição de Melhoramentos Urbanos (RMU), Pires Carrondo, onde se refere o número médio de matanças segundo a Intendência de Pecuária e o número de habitantes de Miranda segundo a mesma entidade (1.500, consideravelmente inferior ao apresentado pela CMMD). Informa-se que o local escolhido para implantação foi aprovado pelos peritos que o vistoriaram. Considera-se o projeto com pátio interior excessivo, aconselhando a construção de um “estabelecimento do tipo monobloco” de forma a baixar o custo da obra. Fazem-se ainda vários outros reparos de ordem técnica, considerando que o projeto deve ser revisto.

1959.06.01 - Informação de Arantes e Oliveira ao Ministério das Obras Públicas (MOP), onde expõe que a Hidouro se propôs a contribuir com metade dos custos relativos às novas instalações da GNR e Matadouro, cujos projetos a CMMD diz terem sido entregues à Direção Geral dos Serviços de Urbanização (DGSU), com a condição de tudo estar concluído no início do mês de julho. Neste contexto, a CMMD pretende executar as obras por administração direta, desistindo da ajuda da DGSU. No entanto, dado a CMMD estar também a realizar as expropriações necessárias para o Palácio da Justiça e Cadeia Comarcã, com os seus custos associados, solicita uma ajuda de 200.000$. Considera-se possível conceder um apoio de até 160.000$ pelo artº. 23º. do Fundo do Desemprego (FD) mas, “dentro dos princípios estabelecidos preferiria (…) que esta ajuda incidisse sobre as obras da GNR e do Matadouro”. Solicita-se a preparação do expediente para aprovação dos projetos e liquidação da importância concedida.

1959.06.08 - Proposta de comparticipação pela Direção de Urbanização de Bragança (DUB), assinada pelo engenheiro adjunto Jorge de Deus Santo Carvalho, onde se refere que a obra do matadouro se encontra adiantada, sendo aceitáveis os trabalhos já executados (“se bem que não tenham grande nível construtivo”) com exceção do telhado do corpo central. Propõe-se a comparticipação de 60.000$ à CMMB, correspondendo a 30% do total orçamentado, com um prazo de 10 meses. A proposta é autorizada em 1959.07.27.

1959.09.21 - Comunicação do engenheiro diretor geral da DGSU à Direção-Geral dos Serviços Pecuários (DGSP), informando que a DGSU desconhecia que a obra do matadouro estava em execução e que “só após uma visita ao distrito efectuada por Sua Excelência o Ministro foi determinada a intervenção destes Serviços”. Tem-se procurado remediar deficiências encontradas, considerando-se conveniente que a obra seja vistoriada por um técnico da DGSP.

1959.10.27 - Vistoria pelo diretor da DUB, José Gomes de Almeida, e pelo Dr. Abel Maria Bebiano Moutinho, técnico da DGSP. Em 1959.11.12, o diretor da DUB informa a DGSU de que a obra está baseada num projeto omisso “em detalhes de construção, redes de água, assentamento, electricidade, sistema transportador aéreo, apetrechamento, etc.” e que a CMMD não parece possuir a capacidade técnica necessária para conduzir a execução com instruções dadas no local. Assim, considera-se que a DGSP deveria fornecer um plano de sugestões.

1960.01.05 - Ofício do engenheiro diretor da DUB para a DGSU, informando que o engenheiro João José Lourenço de Azevedo ficou encarregue de “estudar o assunto para, em ligação com os Serviços Pecuários, se procurar completar o projeto da obra”.

1960.01.08 - Relatório da visita de João José Lourenço de Azevedo, engenheiro civil da DGSU, dirigido ao chefe da Repartição de Melhoramentos Urbanos. Informa-se que a CMMD, “em face de compromissos assumidos com a Hidouro”, iniciou a obra do matadouro antes de ser proposta a sua comparticipação que, feita posteriormente, refere o estado adiantado da construção e “o fraco nível construtivo”. Refere-se que, em Maio de 1959, o chefe da Repartição de Higiene Pública Veterinária da DGSP visitou o matadouro e diligenciou junto da CMMD para que as obras fossem suspensas. A obra encontra-se parada desde essa data. Recentemente, um delegado da DGSP e o engenheiro diretor da DUB visitaram a obra e decidiram que “se adoptaria como base um estudo em tempos elaborado pelo Engº Horácio de Moura, para a mesma finalidade, fazendo duas alterações, uma no arranjo do compartimento dos ovinos e caprinos e outra relativa à criação de uma arrecadação”.

Sobre a visita, relata que estão executadas todas as paredes exteriores, mas que a qualidade da construção é baixa, não obedecendo ao projeto apresentado pela CMMD à DGSU ou às observações dos diferentes serviços. Considera-se que, “para a obra ficar bem, teria que ser grandemente demolida”, mas que é possível introduzir-lhe beneficiações funcionais e estéticas. Enumeram-se as alterações a fazer à obra.

1960.02.15 - A Repartição de Melhoramentos Urbanos (RMU) informa a DGSU que, segundo o presidente da CMMD, a Hidouro contribuiu com 200.000$ para as instalações da GNR mas que não contribuiu com qualquer importância para as obras de construção do Matadouro.

1960.03.02 - A Direção dos Serviços de Melhoramentos Urbanos (DSMU) envia ao diretor da DGSU o caderno de encargos relativo ao apetrechamento mecânico do matadouro, baseado na publicação de Horácio Moura “Apetrechamento de Pequenos Matadouros” e adaptado com colaboração de Aberl Maria Bebiano Moutinho da DGSP.

1960.03.15 - A RMU, pelo engenheiro chefe Alfredo Fernandes, envia à DUB desenhos do traçado das redes de águas e esgotos, elaborados por essa repartição.

1960.03.21 - Memória descritiva e justificativa do projeto de instalações elétricas elaborado na RMU, assinado pelo engenheiro eletrotécnico Tomás Roque.

1960.06.03 - Comunicação da DUB à CMMD, onde se indica que a segunda deve consultar dois ou mais empreiteiros de reconhecida competência para adjudicação dos trabalhos “ainda a executar, rectificações do existente, redes de águas, esgotos e electricidade” e duas ou mais casas de especialidade para “o fornecimento e assentamento do equipamento mecânico”

1960.08.18 - Relatório de visita de fiscalização engenheiro diretor da DUB, onde relata que a CMMB pediu proposta a um empreiteiro interessado, ao qual foram dadas instruções pelo engenheiro diretor.

1960.08.18 - Auto de medição de trabalhos n.º 1, correspondente a 30.035$20.

1960.10.17 - Não existindo no concelho de Miranda do Douro entidades interessadas na empreitada do matadouro, a CMMD pediu proposta ao empreiteiro Camilo de Sousa Mota, que apresentou orçamento de 245.500$. Em comunicação desta data, o presidente da CMMD informa a DUB que considera a proposta exagerada, solicitando parecer.

1960.10.27 - Resposta da DUB, indicando que a proposta não inclui todos os trabalhos necessários, o custo dos trabalhos não está devidamente discriminado e o valor é excessivamente elevado. Aconselha-se a CMMD a tentar a obtenção de novas propostas.

1961.03.22 - A CMMD envia à DUB as duas propostas recebidas para o acabamento dos trabalhos do matadouro.

1961.04.08 - A CMMD propõe à DUB que seja aceite a proposta do arquiteto António Janeira, o único que entregou os elementos adequados, julgando-o o mais “idóneo e experimentado em trabalhos desta natureza”.

1961.05.16 - Proposta da DUB, pelo engenheiro adjunto Jorge de Deus Santos Carvalho, de que a parte restante da obra seja adjudicada ao arquiteto António Janeira pela importância de 150.000$, que seja concedido o reforço de 18.000$ e que o prazo da obra seja ampliado até ao final de 1961. A proposta é aprovada em 1951.05.23.

1961.11.09 - Auto de medição de trabalhos n.º 2, correspondente a 8.100$.

1961.12.18 - Auto de medição de trabalhos n.º 3, correspondente e 14.000$.

1962.01.22 - Relatório de visita de fiscalização pelo engenheiro adjunto Jorge de Deus Santos Carvalho da DGSU, indicando que os trabalhos estão praticamente concluídos e em boas condições de execução e que lhe parece oportuno proceder à liquidação total dos trabalhos.

1962.01.22 - Auto de medição de trabalhos n.º 4, correspondente a 1.864$80.

1962.03.05 - Auto de medição de trabalhos n.º 5, correspondente a 12.500$.

1962.06.27 - Relatório de visita de fiscalização pelo engenheiro diretor José Gomes de Almeida, indicando que a obra está concluída e em condições de aceitação, “apresentando o edifício muito bom aspecto, em especial se tivermos em conta os defeitos que houve que corrigir do inicial”. Falta ainda o apetrechamento mecânico.

1962.08.30 - Auto de medição de trabalhos n.º 6, correspondente a 3.700$.

1962.08.24 - Relatório de visita de fiscalização pelo engenheiro adjunto Jorge de Deus Santos Carvalho, indicando que a construção está concluída, pelo que se liquida o saldo existente. Comunica-se que se informou o presidente da CMMD que deveria apresentar o mapa de trabalhos a mais com vista à sua comparticipação.

1963.08.02 - O presidente da CMMD envia à DUB faturas respeitantes a trabalhos a mais, “que não foram comparticipados e importam em 168.326$00”. Informa que o obra excedeu em muito a importância originalmente orçamentada, criando dificuldades financeiras à CMMD. Solicita-se que a DUB promova a sua comparticipação.

1963.06.24 - A DUB solicita à CMMD que o empreiteiro apresente mapas de medição e de orçamento.

1963.09.17 - Notícia no Jornal de Notícias, com o título “Coisas que Não Estão Certas”, referindo que “já há mais de um nada que se encontra concluído o edifício que se destina ao novo MATADOURO MUNICIPAL, mas continua fechado, sem que nos conste que esteja para breve a sua abertura”.

1963.10.01 - Informação da DUB, confirmando que o edifício está completamente pronto desde junho de 1962, faltando ainda o apetrechamento - o que se tem vindo a lembrar à CMMD, tendo fornecido assistência técnica e esclarecimentos. Informa que a CMMD tem indicado falta de disponibilidade financeira para enfrentar a comparticipação do estado.

1963.10.26 - Comunicação da CMMD à DUB, informando que mandou executar os utensílios para o apetrechamento - agora em vias de conclusão - recorrendo às oficinas da Hidroelétrica do Douro em Bemposta. Alega que assim o apetrechamento será conseguido em “condições e com grande economia de preço”, reduzindo também o montante da comparticipação.

1964.01.13 - A CMMD envia à DUB os orçamentos e mapas de trabalhos a mais, solicitando a comparticipação destes trabalhos.

1964.01.22 - Proposta de comparticipação da DUB, pelo engenheiro adjunto Jorge de Deus Santos Carvalho, propondo que seja concedida à CMMD a comparticipação adicional de 77.400$. Autorizada em 1964.08.17.

1964.09.30 - Auto de medição de trabalhos n.º 7, correspondente a 42.660$.

1966.08.01 - A CMMD informa a DUB que o Matadouro Municipal se encontra concluído e apetrechado desde 1966.07.01.

1966.10.31 - Auto de medição de trabalhos n.º 8, correspondente a 27.000$.

1967.04.25 - Auto de receção definitiva, assinado pelo engenheiro Duarte Carrilho, diretor de Urbanização de Bragança, e José Rodrigues Teixeira, presidente da CMMD.

1967.07.04 - O processo é arquivado.

Para citar este trabajo:

Arquitectura Aqui (2024) Construção do Matadouro de Miranda do Douro. Accedido en 22/11/2024, en https://arquitecturaaqui.eu/es/documentacion/expedientes/5013/construcao-do-matadouro-de-miranda-do-douro

Este trabajo ha sido financiado por European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) y por fondos nacionales portugueses por intermedio de FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., en el contexto del proyecto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).