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Uso Colectivo en
Portugal y España 1939-1985

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Loulé

Uma pasta original constituída por documentação administrativa, de produção municipal, relacionada com as obras de construção, as obras complementares, e as obras de conservação, compostos pelas respetivas memórias descritivas, medições, orçamentos e peças desenhadas. 

Si tiene alguna memoria o información relacionada con este registro, por favor envíenos su contributo.

Identificación

Tipo de Expediente
Años Inicio-Final
1941-1977
Ubicación Referida
Signatura Inicial
Processo n.º 341/AI
Otras Signaturas
Pasta 14 [CML]
Processo n.º EP-03/02-h3 [DOCEP]
Processo n.º CE-126/47 [DOCEP]
Produtor del Expediente

Análisis

Primera Fecha Registrada Expediente
1941.10.07
Última Fecha Registrada Expediente
1977.11.09
Descriptores
Entidad Peticionaria / Beneficiaria
Entidad Usuaria
Proyecto de Arquitectura (Autoría)
Alberto Aires Braga de Sousa Projeto tipoPersona
Proyecto de Paisajismo (Autoría)
Filipe Martinho da Silva Pêra Engenheiro DOCEP 1948Persona
Otras Especialidades (Autoría)
José dos Santos Losna & Filho Cantaria [Brasão] 1949Organización
Ramalho Claro Desenhador DOCEPPersona
Construcción y Equipamiento
José Guerreiro Neto Empreiteiro 1948.021948.10Persona
José Rodrigues Semião Empreiteiro 1948.021948.10Persona
José Guerreiro Neto Empreiteiro (Obras Complementares) 1948.08Persona
José Rodrigues Semião Empreiteiro (Obras Complementares) 1948.08Persona
Financiamiento
Decisión Política
Síntesis de Lectura

1941.10.07 - Humberto Mendes Corrêa (Eng.Dir. DEMNS) oficia a Câmara Municipal de Loulé (CML) na sequência da publicação do Despacho do Conselho de Ministros de 15 de julho desse ano (DG n.º 174, I Série, de 29 de julho de 1941) sobre o plano de construções escolares primárias, para informar que ao concelho de Loulé estava destinado a construção de 127 salas de aulas, distribuídas por 91 edifícios, correspondente a 70 edifícios de uma sala; 12 edifícios de duas salas; três edifícios de três salas e seis edifícios de quatro salas. Com efeito, solicitava que a CML o informasse “com a maior urgência possível das possibilidades e interesse dessa câmara na realização do plano referido…”.

1941.10.22 – Após os primeiros contatos, Humberto Mendes Corrêa (Eng.Dir. DEMNS) confirma à CML a distribuição dos primeiros edifícios a construir: “um edifício de 3 salas de aulas para Quarteira, de um edifício de 2 salas de aulas para Salir e dois edifícios de 2 salas de aulas para Alte. Compete ainda a esse Concelho a distribuição de dois edifícios de 1 sala de aula a construir nas localidades a indicar” pela CML. Para além disso informa a entidade municipal dos procedimentos a seguir: escolher “dois ou três terrenos em cada uma das povoações escolhidas que possam servir às construções em vista”, com dimensões preestabelecidas para cada tipologia e com terreno “para o recreio das crianças que quanto maior for melhor será”, e longe de cemitérios ou estradas nacionais.

Contudo, depois do assunto ser debatido em sessão de câmara, de 29 de outubro, concluiu-se e transmitiu-se à Direção dos Edifícios e Monumentos Nacionais do Sul (DEMNS) o seguinte: “Fica assente que a distribuição de 1 edifício de 3 aulas seja para Alte, 2 de 2 aulas para Quarteira, e 1 de 2 aulas para Salir. Como V. Ex.ª se dignará notar esta distribuição não corresponde perfeitamente ao que estava combinado, que era o contrário entre Alte e Quarteira, mas uma mais cuidada revisão dos recenseamentos escolares leva-nos à conclusão de que Alte não tem frequência para mais de 3 lugares e que Quarteira dá bem, à larga, frequência para as 4 aulas, Assim fica completamente solucionado o problema de Quarteira, e também o de Alte, onde a construção de 4 aulas viria talvez a redundar em complicação pois nem havia possibilidades de lhe dar frequência. Em todas as 3 povoações, Alte, Salir e Quarteira já estão escolhidos dois ou três terrenos, para V. Ex.ª se dignar apreciar e escolher em definitivo.” Humberto Mendes Corrêa (EngDir DEMNS) reencaminha o ofício da câmara à Direção Escolar do Distrito de Faro (DEDF) para apreciação e aprovação da redistribuição proposta pela edilidade.

Munido dos dados atualizados do recenseamento escolar e em conformidade com as mais recentes revisões da rede escolar, o diretor da DEDF elabora o seu parecer, justificando a alteração no número de edifícios e salas de aula destas povoações, e comunica que:

“a) Em Alte convém um edifício de 2 aulas para o sexo masculino e outro de 1 sala para o sexo feminino, conforme indica o recenseamento escolar (88 crianças do sexo masculino e 69 do sexo feminino).

b) O lugar de Quarteira tem em recenseamento 211 rapazes e 79 raparigas. Como é óbvio, para esta localidade estão indicados 2 edifícios de 4 salas cada.

c) Salir necessita de 2 edifícios de 1 aula (41 crianças do sexo masculino e 54 do feminino.”

Com base neste parecer a DEMNS informa a CML do que lhe parece ser a melhor solução e solicita um parecer urgente: “parece-me de atender o que tinha sido combinado anteriormente, isto é, em Quarteira um edifício de 3 aulas, que poderia mais tarde ser ampliado, em Alte 2 edifícios de 2 aulas um para cada sexo, ficando assim o problema completamente resolvido em Alte. Quanto a Salir, embora o sr. diretor escolar indique agora a necessidade de 2 edifícios de uma sala, (uma para cada sexo) tinha ficado previamente combinado que se construiria um de duas salas. Mas nestes termos poderíamos dispor deste edifício de duas salas para o sexo feminino de Quarteira e os dois de uma aula que estão ainda disponíveis para Salir. A 18 de novembro José da Costa Guerreiro (Pres CML) volta a tentar redistribuir o número de salas de aulas e responde relativamente a Alte e a Salir que concorda com a sugestão da DEDF e relativamente a Quarteira com a sugestão da DEMNS, aproveitando para pedir a substituição do edifício de duas salas sobrante por dois de sala única destinados aos lugares de Apra e Poço Novo. Contudo, desta vez, Humberto Mendes Corrêa (EngDir DEMNS) remata o assunto aprovando o pedido da CML à exceção de Salir que informa “não podemos, por agora, construir mais do que um edifício de uma sala” e sem sequer se referir ao novo pedido para Apra e Poço Novo, continua, “mas vamos tentar obter a troca do edifício disponível de duas aulas que pertencia a esse concelho por outro edifício de uma aula para construir em Salir e ficar assim também resolvido o problema em Salir.

1941.11.19 - Humberto Mendes Corrêa (EngDir DEMNS) não perde tempo e oficia à DEDF sugerindo, para colmatar a falta de um edifício de uma sala em Salir, uma troca do edifício de 2 salas que sobejava e que a DEDF usaria conforme viesse a necessitar, pelo edifício de uma sala que em tempo esteve destinado ao sítio de Casais (concelho de Monchique) que não iria ser construído. A cooperação entre os dois ministérios – Educação Nacional e Obras Públicas e Comunicações (MOPC) – mostra como foi difícil o arranque do projeto nacional de construção de escolas primária ao nível do concelho de Loulé, uma vez que o diretor Escolar do Distrito de Faro insiste no estipulado, na sequência dos dados obtidos pela última revisão da rede escolar. Apesar disso diz poder aceitar a proposta de 3 e 2 salas, para os sexos masculino e feminino respetivamente, para Quarteira, (futuramente a ampliar para 4 salas cada); 2 e 1 salas, também para os sexos masculino e feminino, respetivamente, para Alte; e continua a insistir na construção de 2 edifícios de 2 salas para Salir com a condições que se avance primeiramente apenas com um. Humberto Mendes Corrêa (EngDir DEMNS) não se dá por satisfeito e refere: na “minha última estada em Lisboa fui informado de que talvez se deva considerar a construção de edifícios de duas salas nas povoações em que a população escolar dê apenas para uma sala para cada sexo”, reforçando que teve a indicação que esses “edifícios serão dispostos especialmente de forma a haver perfeita separação de sexos.” Insiste que Salir irá construir assim um edifício com duas salas por forma a não prejudicar a população escolar sem necessidade e pede orientação sobre a sala que sobeja para que se resolva definitivamente o assunto: “Sobra-nos então um edifício de uma aula para o concelho de Loulé. Para onde o propõe V. Ex.ª?” A escolha recai sobre o lugar de Apra que já havia sido mencionado anteriormente pela CML.

1941.12.12 - O Assunto parece ficar finalmente resolvido e, a 11 de dezembro desse mesmo ano, Humberto Mendes Corrêa (EngDir DEMNS) solicita à CML a escolha dos terrenos necessários nas várias localidades a fim de serem vistoriados e escolhidos. Contudo, o MOPC não concordou com a decisão do MEN e, submetida a distribuição dos primeiros seis edifícios escolares (num total de 11 salas de aulas) para o concelho a Comissão de Construções para Escolas Primárias apreciou, e concluiu, que deveriam ser construídos os seguintes edifícios: em Alte, um edifício de 4 salas, gémeo; em Salir, um edifício de 2 salas, gémeo; em Loulé, um edifício de 4 salas; e um edifício de 4 salas, em Quarteira, num total de 14 salas de aulas. A justificação era assumidamente de ordem económico-financeira, embora fossem invocadas a moral e os bons costumes definidos na lei: “Devo informar V. Ex.ª de que se considera vantajoso para a fiscalização do ensino que os edifícios escolares, embora para sexos diferentes e com entradas separadas, sejam construídos ao lado um do outro, aproveitando-se também assim uma das paredes que será comum e diminuindo o espaço ocupado pela construção.” Ficamos a saber que é na sequência desta determinação generalista que surge a designação de “gémeos” para estes edifícios. A 19 de fevereiro de 1942, José da Costa Guerreiro (Pres CML) acaba por concordar com a decisão superiormente aprovada.

1944.10.02 – Após ter tomado conhecimento pela imprensa da empreitada de construção de 146 edifícios escolares no distrito de Faro, Alexandre João do Nascimento Santos (Vice-Pres CML) oficia à DEMNS pedindo a confirmação da inclusão do concelho de Loulé nesta empreitada. A resposta veio negativa. Nenhuma das 146 futuras escolas serão construídas no concelho de Loulé.

1945.08.13 – José Sabino de Carvalho Fontes, engenheiro-chefe da 2ª secção da Direção dos Edifícios do Sul (DES), solicita à CML a escolha de um ou mais terreno para a implantação da escola feminina de quatro salas de aulas a construir na vila de Loulé a fim de serem vistoriados e escolhido o melhor. A 31 de agosto a CML informa que os terrenos estão disponíveis para vistoria. Dos terrenos disponíveis escolheu-se superiormente o lote 6/sul da Avenida José da Costa Mealha, propriedade de E. M. Caiado, enviando a 3 de dezembro seguinte, o croqui de implantação à CML para parecer. Sem resposta, volta a insistir com a CML a 24 de janeiro do ano seguinte. A 26 de janeiro a CML informa da sua concordância com a implantação proposta.

1946.01.29 – O croqui de implantação do edifício escolar de 4 salas é enviado em triplicado à Repartição de Estudos de Edifícios (REE), em Lisboa, para ser submetido a aprovação superior, uma vez que se encontrava inscrito do Programa de Construções do ano transato. Aprovado por despacho do subsecretário de Estado, de 11 de fevereiro. Com dificuldade em adquirir o terreno aos proprietários, Aires de Lemos Tavares, o novo presidente da CML oficia a José Sabino de Carvalho Fontes (EngCh DES) solicitando orientação sobre legislação especifica que permita a expropriação do terreno ou a possibilidade de se trocar de terreno. Em 31 de maio de 1947 ainda se impunha a indisponibilidade do terreno para a construção da escola feminina de Loulé por não se ter chegado a acordo com os proprietários do mesmo.

1947.03.02 – Orçamento para a construção do edifício escolar de quatro salas – feminino, elaborado pelo engenheiro-chefe da 1º seção, no valor estimado de 157.500$00.

1947.07.08 A CML coloca à disposição outro terreno para a construção da escola primária feminina, por não ter conseguido adquirir o inicialmente proposto e em novembro de 1945. A 20 de agosto de 1947 a proposta de implantação, no novo terreno junto ao Bairro de Casas para Famílias Pobres, é enviada à Delegação para as Obras de Construção de Escolas Primárias (DOCEP) para aprovação superior, com a indicação de que os empreiteiros José Rodrigues Semião e José Guerreiro Neto “aguardam apenas o deferimento do respetivo requerimento para iniciarem os trabalhados da empreitada” de construção de 3 edifícios escolares, na qual se inclui a escola de Loulé.

1947.08.25 – A planta do novo terreno é remetida pela DOCEP à Direção-Geral dos Serviços de Urbanização (DGSU) para informação. Sem resposta, a 6 de outubro seguinte o engenheiro-chefe da Seção do Sul volta a insistir com a DGSU. A 8 de janeiro do ano seguinte a DGSU solicita à DOCEP mais um exemplar do croqui de implantação. A 11 de fevereiro 1948 ano a DOCEP informa a sua Seção do Sul de que por despacho do ministro das Obras Públicas, de 13 de janeiro, foi aprovada a nova implantação do edifício escolar.

1948.02.17 – A CML coloca o terreno à disposição dos empreiteiros para darem início à obra.

1948.06.17 – Elaboração do projeto de Obras Complementares para o edifício escolar de 4 salas (masculino [sic]) em Loulé, elaborado pelo engenheiro civil Filipe Martinho da Silva Pêra da DOCEP-SS, estimado em 36.640$00. Dada a localização o edifício beneficiaria de ligação às redes de escoamento de esgotos e de abastecimento de água existente nesta zona da vila.

1948.07.24 Proposta dos empreiteiros José Rodrigues Semião e José Guerreiro Neto, responsáveis pela construção do edifício, para execução das Obras Complementares, no valor de 35.745$00 com um prazo de execução de 60 dias, considerada favorável pela Seção do Sul, que a remete à DOCEP para aprovação superior. Aprovada por despacho do engenheiro diretor-geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, de 23 de agosto de 1948 e com dispensa de concurso público e de contrato escrito por despacho do Ministro, e com o valor proposto visado pelo Tribunal de Contas, de 28 desse mês.

1948.09.15 – Celestino António da Veiga Neves David, (EngCh DOCEP-SS) informa o engenheiro civil Filipe Martinho da Silva Pêra que a CML pretende que os brasões das escolas do concelho sejam todos em cantaria lavrada, pelo que se compromete a suportar a diferença no valor final. Em abril de 1949, José do Santos Losna, & Filho informa a Seção do Sul da DOCEP que os brasões em cantaria para o edifício de Loulé custarão 2.100$00.

1948.10.01 Auto de Entrega do edifício escolar à CML, determinada por Portaria de 29 de setembro de 1948 do MOP, publicada no DG n.º 229, II série, de 30 de setembro.

1948.10.05 – Proposta para transporte do mobiliário escolar, da Estação dos Caminhos de Ferro de Loulé até ao novo edifício escolar, no valor de 3.953$00, apresentada por José Rodrigues Semião. Enviada para aprovação superior à DOCEP.

1948.12.15 Auto de Vistoria e Medições de Trabalho das obras completares.

1949.07.29 Memória do Orçamento dos Trabalhos Imprevistos, elaborado por Filipe Martinho da Silva Pêra (EngCiv DOCEP-SS) no valor de 10.190$00, destacando-se entre os trabalhos realizados “a construção do pano de tijolo fechando lateralmente o alpendre não permitindo assim serem vistas da rua as portas das instalações sanitárias.” Colocado a parecer superior foi aprovado por despacho n.º 2046 do subsecretário de Estado das Obras Públicas, de 25 de novembro desse ano.

1949.07.01 Auto de Receção Provisória do edifício escolar feminino da Vila de Loulé, incluído na empreitada contratada por 449.981$00 (contrato n.º 55.485/257). Aprovado a 27 de abril de 1950, por despacho do diretor-geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.

1972.03.24 - Estava prevista a construção de 3 novas salas no concelho de Loulé. Celestino António da Veiga Neves David, à data, engenheiro diretor das Construções Escolares, propõe ao diretor do Distrito Escolar de Faro “reparar e ampliar de três para quatro salas o edifício “Raul Lino” existente” e a “ampliação de 4 para 6, 1 sexo, do edifício Plano dos Centenários existente naquele núcleo”, aguardando o parecer daquele.

1973.04.03 – A diretora da escola feminina, Ana Maria Oliveira e Sousa Duarte, solicita obras de manutenção e conservação no edifício. Em resposta é informada pela Direção de Construções Escolares (DCE) de que ainda este ano o edifício será vistoriado por um técnico dos serviços com vista à sua conservação.

1975.10.17 – Processo de obras da 3ª conservação do edifício escolar de 4 salas. Memória Descritiva e orçamento elaborado pelos serviços técnicos de obras da CML, estimado em 49.694$00, que englobam substituição de vidros, sanitas e madeiras de soalho partidas e/ou inutilizadas; pintura de madeiras e ferragens e caiação geral do edifício e muros de vedação; afinação e reparação de ferragens em portas e caixilhos; e limpeza geral do recreio.

1977.11.02 – Pagamento de 100.000$00 à Cooperativa Operária Louletana de Construção Civil, SCARL pela empreitada de “arranjo do terreno e remodelação da vedação do edifício escolar de 4 salas em Loulé.

A informação constante desta página foi redigida por Tânia Rodrigues, em outubro de 2024, com base em diferentes fontes documentais.

Para citar este trabajo:

Tânia Rodrigues para Arquitectura Aqui (2025) Loulé. Accedido en 26/11/2025, en https://arquitecturaaqui.eu/es/documentacion/expedientes/51372/loule

Este trabajo ha sido financiado por European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) y por fondos nacionales portugueses por intermedio de FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., en el contexto del proyecto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).