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Casa do Povo de Britiande, Distrito de Viseu

Conjunto de documentação textual referente a inspeções realizadas à Casa do Povo de Britiande, em Lamego.

Si tiene alguna memoria o información relacionada con este registro, por favor envíenos su contributo.

Identificación

Archivo / Biblioteca
Tipo de Expediente
Relatórios de InspeçõesTipo de Expediente
Años Inicio-Final
1950 - 1962
Otras Signaturas
Cod. Ref. TT PT/TT/IOC/002/00763
Produtor del Expediente

Análisis

Primera Fecha Registrada Expediente
1950.05.26
Última Fecha Registrada Expediente
1962.09.10
Intervención / Apreciación
Armelim Nunes Tomás Inspetor IOC 1950Persona
José Augusto dos Santos Silva Inspetor IOC 1954Persona
António da Cruz Rodrigues Inspetor IOC 1958Persona
Fernando Salvador Coelho Inspetor IOC 1962Persona
Síntesis de Lectura

1950.05.26 - Relatório de inspeção ordinária à Casa do Povo de Britiande, elaborado pelo Subinspetor dos Organismos Corporativos (IOC), Armelim Nunes Tomás.

Indica-se que a Casa do Povo foi constituída em 1936. Desde 1944, o número de sócios efetivos tem vindo a diminuir e o de sócios contribuintes a aumentar.

Encontra-se em construção uma nova sede para a Casa do Povo, tendo sido concedida a verba de 4.000$00 pelo Fundo Comum para a aquisição de mobiliário.

1954.10.25 - Relatório de inspeção à Casa do Povo de Britiande, elaborado pelo inspetor José Augusto dos Santos Silva, no seguimento de exposições feitas pelo presidente da Assembleia Geral da Casa do Povo sobre os Presidente e Secretário da Direção.

O relatório começa por confirmar que a Casa do Povo “atravessa um período bastante mau, motivado pela discórdia que lavra no seio do elenco diretivo e pela prática de atos ruinosos que têm vindo a afetar o organismo nas suas disponibilidades e no seu prestígio”. Estes problemas prendem-se, em parte, com o novo edifício. Este situa-se num terreno que foi inicialmente adquirido através da compra de parte de uma parcela. Quando se sentiu necessidade de ampliar o espaço, a parcela tinha já novo proprietário, que se comprometeu a oferecer à Casa do Povo o terreno que fosse necessário para a construção do edifício. Os dirigentes da Casa do Povo discordam sobre que parte do terreno pertence, de facto, à Casa do Povo.

Refere-se ainda que a Casa do Povo tem vindo a realizar “uma intensa ação recreativa que é, presentemente, objeto das mais graves desavenças entre os dirigentes”. Menciona-se que existia um grupo cénico, um grupo folclórico, um grupo de futebol, e se realizavam bailes periodicamente. As despesas e receitas relacionadas com estas atividades não foram registadas apropriadamente, resultando em acusações feitas entre os diferentes dirigentes relativas à utilização dos fundos.

A Casa do Povo organizou, até 1953, o funcionamento de uma Cantina Escolar, que fornecia alimentação às crianças das escolas primárias, assim como “aos indigentes da área da Casa do Povo”. A Cantina terá fechado por falta de recursos.

No campo social, a Casa do Povo tem cumprido o seu papel, promovendo assistência médica, uma vez por semana, na sua sede, concedendo subsídios por doença e por morte, assim como subsídios por invalidez, nascimento de filhos e concessão de medicamentos.

Recomenda-se que seja retirada a sanção aos atuais corpos gerentes.

1954.11.10 - Parecer sobre o relatório, com assinatura ilegível, no qual se refere que “os bailes estão formalmente proibidos às Casas do Povo do distrito de Viseu, por bem inspirada decisão da Delegação deste Instituto no mesmo distrito”. Indica-se que as “atividades dos seus grupos cénicos, folclóricos e desportivos, se bem orientadas, podem preencher muito melhor o tempo livre dos sócios, com vantagens para todos e maior prestígio do organismo”.

1958.08.14 - Relatório de inspeção ordinária à Casa do Povo de Britiande, elaborado pelo subinspetor António da Cruz Rodrigues.

No momento desta inspeção, a sede da Casa do Povo teria sido inaugurado “há cerca de doze anos”. Possuía posto médico, utilizado para consultas semanais e curativos diários, que se considerava mal apetrechado. A sala de leitura ainda não se encontra em funcionamento, estando os livros armazenados no Gabinete da Direção. O palco do salão foi utilizado apenas 2 vezes em 3 anos, para espetáculos de iniciativa alheia à Casa do Povo. Os sócios não frequentam a sede: “Não há leitura, não há jogos e o aparelho oferecido pela FNAT não tem funcionado em boas condições. Nem aos domingos a sede abre para os sócios”.

1962.09.10 - Relatório de inspeção ordinária, elaborado por Fernando Salvador Coelho.

Considera-se o aspeto exterior da sede excelente, mas refere-se que a “construção não deve ter sido muito cuidada, uma vez que o telhado, devido à pouca inclinação que tem, não permite o escoamento das águas e da neve. Os tetos e as paredes interiores do edifício refletem as consequências daquele mau escoamento. E é pena, uma vez que o edifício é airoso, está bem situado e é exposto ao sol”. Consideram-se necessárias obras de conservação do edifício, que contemplem também a ampliação da sala do posto médico. A Casa do Povo encontra-se em processo de aquisição de mobiliário, tendo recebido um subsídio de 7.270$00 da Junta Central das Casas do Povo (JCCP) em 1961.

Refere-se que, em 1960 e 1961, a Casa do Povo recebeu dois subsídios de 5.000$00 e 4.500$00 para obras de arranjo no campo de jogos. No entanto, considera-se a manutenção do campo de jogos demasiado dispendiosa. Refere-se que o futebol “é modalidade cara para uma freguesia pequena e não rica; a Casa do Povo com tão poucos recursos não pode ter a ilusão de impulsionar um grupo desportivo”. Considera-se que seria de aproveitar o campo para a construção de casas para sócios da Casa do Povo.

A Casa do Povo possui também uma leira, doada por escritura pública, que, no momento da inspeção, não se encontrava arrendada nem cultivada, não dando qualquer rendimento.

A ação social da Casa do Povo “reduz-se essencialmente à ação de previdência e assistência, cumprindo-se os esquemas respetivos”. No entanto, não cumpre o “papel que (…) devia representar como centro de convívio local, tanto mais que dispõe duma esplêndida sede”.

Para citar este trabajo:

Catarina Ruivo para Arquitectura Aqui (2025) Casa do Povo de Britiande, Distrito de Viseu. Accedido en 03/09/2025, en https://arquitecturaaqui.eu/es/documentacion/expedientes/61014/casa-do-povo-de-britiande-distrito-de-viseu

Este trabajo ha sido financiado por European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) y por fondos nacionales portugueses por intermedio de FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., en el contexto del proyecto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).