1970: Memória descritiva do projeto de um conjunto de 102 fogos para pescadores em Peniche, assinada pelo arquiteto Vítor Figueiredo das Habitações Económicas da Federação de Caixas de Previdência (HE-FCP). Há 14 blocos que se têm de integrar, mas procurou-se fugir a repetições, para possibilitar a fruição dos espaços exteriores, bem como criar um todo coerente repetindo alguma linguagem nas fachadas. Assim, optou-se “pela inclusão, nos vazios da malha existente, de blocos em forma de L que permitem, em conjunto com os blocos existentes, a criação de pracetas de dimensões conformes a uma utilização coletiva dos espaços exteriores com um mínimo de privacidade". Os novos blocos têm 3 pisos (os existentes têm 2). Verificou-se no local que os habitantes prolongam a sua vida para o exterior. Há 24 T2 e 78 T3. Prevêem-se dois núcleos de comércio e uma praça central de apoio socio-cultural.

Há também cálculos de estabilidade e instalações elétricas, bem como desenhos (implantação, plantas, alçados, cortes) com assinatura de Vitor de Figueiredo e Eduardo Trigo de Sousa.

S.d: Memória da 2.ª empreitada do CRE104 em Peniche. A zona de implantação está em franca ascensão, e a câmara pretende mitigar o problema de habitação com 200 fogos. Era uma “área devoluta de configuração triangular, limitada por um arruamento existente e outro projectado e por uma faixa de habitações geminadas de um só piso, com alguns anos de construção”. A opção assegura autonomia na definição dos espaços do novo bairro, pois as habitações contíguas apresentam má conservação dos espaços exteriores. No entanto, há ligações para peões. São 92 fogos no total. Há facilidade de acesso peatonal e automóvel. Evitou-se a implantação em bandas contínuas dos blocos maciços. Prevê-se dois pequenos espaços de recreio e desporto infantil. Os fogos da categoria I permitem uma organização elástica, que nos da outra categoria, de dois pisos, é mais convencional.