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Conversa com Maria da Agonia Gonçalves, Viana do Castelo

Si tiene alguna memoria o información relacionada con este registro, por favor envíenos su contributo.

Identificación

Título
Conversa com Maria da Agonia Gonçalves, Viana do Castelo
Fecha
2024.12.11

Contenido

Registro de la Observación o Conversación

Conversa mantida entre Maria da Agonia Gonçalves, moradora do bairro de pescadores de Viana do Castelo, e as investigadoras Ivonne Herrera Pineda e Catarina Ruivo. Agradecemos sinceramente toda a sua generosidade e confiança, e também pelo vosso acolhimento, que foi tão valioso para nós.

Maria Gonçalves é uma residente de longa duração do bairro, filha e esposa de pescadores. Comenta algumas das suas experiências no bairro e as transformações que ela observou ao longo dos anos. Maria nos diz que não se lembra quando as casas foram construídas, mas sim se lembra que a sua mãe chegou a este bairro quando já estavam construídas há cerca de 60 ou 70 anos [entrevista em 2024].

Originalmente era um bairro exclusivamente de pescadores. As casas foram construídas para pescadores por uma empresa do porto de Viana e com o tempo, algumas dessas propriedades foram vendidas a preços acessíveis aos pescadores. As famílias do bairro viviam da pesca. O seu pai, por exemplo, era marinheiro e também se dedicava a reparar redes. Atualmente, um membro de sua família ainda mantém o ofício de consertar redes.

Muitas famílias vão reparando as suas casas ao longo do tempo, seja o chão ou o teto, com manutenção ou pequenas alterações. Também se ampliam ou reorganizam as casas conforme as famílias crescem.

Atualmente, quedam poucas famílias originais, pois os antigos moradores envelheceram ou faleceram. A grande parte dos residentes da segunda geração vendeu ou alugou as casas, principalmente a estudantes.

Sobre a zona do bairro, Maria diz que antes era todo areia e rochas ao lado do mar. As casas não tinham passeio, e durante o inverno, a água entrava na casa. Mais tarde, levantou-se um passeio para evitar as inundações.

Durante essa conversa, se aproxima outra moradora que também fala connosco. Entre ambas, comentam que existia uma capela, construída pelos próprios moradores e muito apreciada entre a vizinhança. Essa antiga capela foi demolida e substituída por outra capela municipal. Embora frequentem e cuidem dessa capela, sentem nostalgia pela antiga.

Também comentam que antes não havia lojas no bairro, e que o bairro estava bastante isolado. Os vizinhos tinham de ir ao centro da cidade para qualquer compra. Mais tarde se abriu uma mercearia (loja de comestíveis, atualmente fechada). Sinala que o edifício de apartamentos que está neste conjunto foi construído após as casas e também era para pescadores. Por último, também comenta que anteriormente existia um caminho mais direto que ligava com o centro de Viana do Castelo, mas este caminho foi alterado com o desenvolvimento do porto.

A recolha e incorporação do testemunho oral foi elaborada por Ivonne Herrera Pineda, com base numa conversa mantida em dezembro de 2024.

Para citar este trabajo:

Arquitectura Aqui (2025) Conversa com Maria da Agonia Gonçalves, Viana do Castelo. Accedido en 19/09/2025, en https://arquitecturaaqui.eu/es/documentacion/notas-de-observacion-o-conversacion/63582/conversa-com-maria-da-agonia-goncalves-viana-do-castelo

Este trabajo ha sido financiado por European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) y por fondos nacionales portugueses por intermedio de FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., en el contexto del proyecto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).