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Bairro da Horta d'Alva, Castelo BrancoBairro para Famílias Pobres, Castelo Branco

O bairro conhecido como Horta d'Alva foi inaugurado em 27 de abril de 1949. Trata-se de um bairro do programa de Casas para Famílias Pobres (Decreto-Lei n.º 34.486) desenvolvido durante o regime do Estado Novo, que foi construído com comparticipação estatal através do Fundo de Desemprego. A iniciativa de construção de 70 casas decorreu da Câmara Municipal de Castelo Branco, com o propósito de "oferecer uma habitação limpa e confortável a indivíduos habituados a péssimas condições". A empreitada de construção das casas esteve cargo de José Pereira Monteiro Júnior.

A memória descritiva do projeto, delineado em 1946 pelo engenheiro civil Francisco Xavier Marques Maia, funcionário dessa câmara, refere que se poderiam considerar habitações de certo modo provisório. Não obstante, as habitações foram-se mantendo ao longo das décadas, sofrendo adaptações. Foi realizado um estudo para realização de grandes reparações nas habitações em 1967, pela Câmara Municipal de Castelo Branco, embora não se tenha conseguido comprovar a sua execução através da documentação consultada. No entanto, há dados sobre a paragem de obras de reparação em 1980, na sequência de um estudo de 1976, idêntico ao dos anos 60.

Segundo testemunho de um morador, a certa altura a Câmara Municipal possibilitou a aquisição das casas aos seus habitantes, que até então pagavam uma renda reduzida. Esta informação é corroborada por documentação de arquivo, que situa a proposta de venda dos edifícios aos seus moradores na década de 1980.

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Notas

Análise Conjugada de Forma, Função e Relação com o Contexto

Na altura em que se estudou a implantação do bairro, em meados da década de 1940, a zona constituía o extremo sul da cidade de Castelo Branco, próximo de uma futura zona industrial. Um morador recorda que se tratava, nos inícios, de uma zona pouco urbanizada, e que nas imediações existia uma fábrica de moagem e, na década de 80, ocorria uma feira de gado semanal com vinda de produtores das localidades dos arredores.  Em 2024, o bairro integra a malha urbana, ficando na proximidade de equipamentos como o edifício outrora ocupado pela Guarda Fiscal e a estação ferroviária, em posição bastante central na cidade.

O bairro integrava casas de três tipos. A casa tipo A, de piso único com 2 quartos; o tipo B de piso único com 3 quartos; e o tipo C dotado de dois pisos, possibilitando a existência de quatro quartos. Todas as casas eram dotadas de sala-cozinha e casa de banho. O projeto previu a construção de 16 casas do tipo A, 46 do tipo B e 8 do tipo C. Porém, o projeto de reparações menciona, respetivamente, 30, 36 e 4 casas (perfazendo o total de 70). Trata-se de casas com planta retangular e cobertura de duas águas em telha.

Assunto

Momentos-chave (clique abaixo para mais detalhe)

Data de Conclusão
1948.04.30
Atividades 2

Localização

Comunidade
Morada
Rua Engenheiro Duarte Pacheco; Rua das Portas do Sol; Rua Engenheiro Frederico Ulrich
Distrito Histórico (PT)
Castelo BrancoDistrito Histórico (PT)
Contexto
UrbanoContexto

Estado e Utilização

Estado
ConstruídoEstado da Obra
Proprietário

Materiais e Tecnologias

Construção
Alvenaria HidráulicaMateriais Construção
MadeiraMateriais Construção
Telha PortuguesaMateriais Construção

Documentação

Registos e Leituras 3

A informação constante desta página resulta do trabalho de Ana Mehnert Pascoal e Ivonne Herrera, em setembro de 2024, e foi redigida com base em diversas fontes documentais e testemunhos de pessoas que permanecem anónimas, a quem muito agradecemos.

Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2024) Bairro da Horta d'Alva, Castelo Branco. Acedido em 21/11/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/obras/28182/bairro-da-horta-d-alva-castelo-branco

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).