Collective-Use Facilities in
Portugal and Spain 1939-1985

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Estádio Municipal, Portalegre

O Estádio Municipal de Portalegre foi construído por iniciativa da Câmara Municipal de Portalegre (CMP), num processo de construção complexo e longo que se estendeu entre 1962-1980. Pensado incialmente como parte de um projeto maior, que previa a construção de um complexo desportivo composto por campo de futebol, pistas de atletismo, ringue de patinagem, piscina e respetivas instalações de apoio à prática desportiva, administração e público, o Estádio tinha a intenção de servir não só a povoação do concelho, como tornar-se uma referência no distrito.

Tanto quanto a documentação permite compreender, o processo de construção ter-se-á iniciado em 1955 com a elaboração de um estudo de implantação do referido estádio.

Em novembro de 1955 é apresentado o programa que serviria de suporte à elaboração do projeto que, mais do que o Estádio Municipal, previa a construção do referido complexo desportivo.

Após elaboração de um anteprojeto que teria em vista uma construção faseada dos diversos equipamentos, e definido o local a implantar o Estadio, em junho de 1959 é apresentado o projeto de construção elaborado pelo Arq. Read Teixeira - com um orçamento total de aproximadamente 5.000.000$00.

Assim, em fevereiro de 1962 a Secretaria de Estado das Obras Públicas aprovaria o projeto e em março o Ministério das Obras Públicas (MOP) concederia à CMP uma comparticipação de 117.000$00, através do Fundo de Desemprego, para a 1.ª fase dos trabalhos relativa às terraplangens e muros de vedação - orçada em 762.000$00.

Em junho de 1962 dar-se-ia então início à verdadeira construção do Estádio, com os trabalhos a serem executados pelo município, em regime de administração direta.

Em julho 1962 o mesmo ministério concederia um reforço da comparticipação no valor de 56.400$00, através do Fundo de Desemprego. Em março de 1963 seria autorizado um novo reforço da comparticipação no valor de 90.000$00.

Em outubro de 1964 os trabalhos de terraplanagens estariam praticamente concluídos e surgia a intenção de construir os balneários previstos, de forma a que estes pudessem igualmente servir os trabalhadores da obra. O projeto dos balneários seria aprovado em novembro de 1964 e a obra seria executada igualmente em regime de administração direta.

Após dificuldades da CMP na aquisição de terrenos para a execução dos trabalhos em falta, em agosto de 1965 é autorizada uma comparticipação no valor de 270.000$00 para a 2.ª fase dos trabalhos relativa à construção dos balneários - orçada em 1.350.000$00.

Em julho de 1966 seria autorizado pela Secretaria de Estado das Obras Públicas um subsídio no valor de 50.000$00.

Por sua vez, em agosto de 1967 manifestava-se a intenção de avançar com a 3.ª fase da obra relativa à construção total da bancada coberta - com o intuito de permitir as condições adequadas aos espectadores, dadas as rigorosas condições climatéricas da região.

Em janeiro de 1967 seria concluída a construção dos balneários, ainda que a obra só viesse a ser definitivamente entregue e dada como concluída em fevereiro de 1968.

Em dezembro desse ano o MOP concederia à CMP um reforço da comparticipação no valor de 50.000$00, através da Comissão Coordenadora das Obras Públicas no Alentejo (CCOPA), para a finalização de algumas terraplanagens orçadas em 66.750$00.

Em dezembro de 1970 é aprovada a execução da bancada coberta, dando-se inicío aos trabalhos em janeiro de 1971.

Nesse sentido, em abril de 1971 é concedida pelo MOP um comparticipação no valor de 270.000$00, através do Orçamento Geral do Estado, para a realização desses trabalhos - orçados em 1.800.000$00.

Em maio de 1972 a bancada coberta estaria concluída e havia contado com um subsídio de 391.000$00 atribuído pela CCOPA.

Assim surgia a necessidade de construção das instalações sanitárias e de iluminação do estádio, que permitisse a sua utilização noturna - trabalhos atribuídos à 4.ª fase de construção do Estádio.

Nesse sentido,, em abril de 1973, o MOP concederia à CMP uma nova comparticipação no valor de 950.000$00, através do Orçamento Geral do Estado, com vista à execução dos trabalhos relativos à iluminação. A empreitada seria adjudicada à firma Inel - Indústrias Elétricas Associadas, SARL.

Em dezembro de 1974, o Ministério do Equipamento Social e do Ambiente (MESA) concederia à CMP, através do Orçamento Geral do Estado, uma comparticipação no valor de 250.000$00, com vista à execução dos sanitários (orçados em 500.000$00), e uma comparticipação no valor de 834.000$00 para os trabalhos de iluminação (orçados em 2.368.000$00). Ambos os trabalhos teriam início nesse mês, sendo que os trabalhos referentes à iluminação seriam totalmente financiados pelo Estado.

Os sanitários, executados em regime de administração direta, seriam concluídos em novembro de 1975 - pese embora a obra só fosse definitivamente entregue em julho de 1978.

Assim, concluídas todas as fases de construção, o conjunto das obras que compunham o Estádio Municipal de Portalegre seria definitivamente entregue em março de 1980.

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Analysis

Conclusion Date
1980
Importance, Particularities, Singularities and Relative Position (Geography and Chronology)

O estádio encontra-se implantado na periferia da cidade, ligado a três vias de circulação, integrando o plano de urbanização da época.

Implanta-se em zona de terreno acentuado que obrigaram a trabalhos de terraplanagem complexos, que justificam a duração e custo da construção do conjunto.

Apresenta forma em U com a parte aberta para sul, o que permite observar a pasiagem e ao mesmo tempo obter proteção dos ventos. 

Combined Analysis of Form, Function and Relation to Context

O Estádio Municipal de Portalegre corresponde a um programa aprovado pela Direção Geral de Urbanização e Direção Geral de Educação Física, Desportos e Saúde Escolar.

Integrado inicialmente no já referido projeto do complexo  desportivo, que previa outro tipo de equipamentos, o Estádio acabou por não contemplar a construção das pistas e caixa para a prática de atletismo, tendo apenas sido construído o campo de futebol relvado. 

A implantação do Estádio teve não só em consideração o relevo e as condições climatéricas, como a circulação, acessos e escoamento de público. 

A entrada principal apresentava grandes portões encimados por pala de betão armado. A ladear, 2 edifícios simétricos que, na sua origem previam a instalação da casa do guarda (composta por vestíbulo, sala comum, cozinha, despensa, 2 quartos e casa de banho), vestiário dos porteiros e bilheteira com sanitários privativos; bem como a sala de reuniões e administração com arquivo e sanitários privativos - ainda que nos pareça que este conjunto de edifícios tenha acabado por não ser construído e que as dependências que hoje se encontram junto à entrada sejam somente bilheteiras e instalações de vigilância. 

Assim, o acesso ao Estádio era feito na zona Norte, através de duas amplas escadas que enquadravam a zona de vestiários e serviços anexos, construída com vista ao aproveitamento do relevo do terreno, debaixo de uma ampla esplanada. 

A zona dos vestiários apresentava 2 cabines para vestiário com chuveiros sanitários e lavabos anexos a cada um; salas de massagen; vestíbulo privativo de entrada para cada vestiário; sala de tratamentos e posto médico; vestiário para árbitros com sanitários privativos; e bar com arrecadação anexa.

Na origem, previa-se que a bancada tivesse uma capacidade para 10.000 lugares sentados, tribuna de honra central e vinte e seis camarotes, bem como cabine para locução das transmissões de rádio - pese embora, o projeto inicial não pareça ter sido totalmente respeitado aquando da construção e a bancada não tenha sido totalmente construída. 

A parte inferior das bancadas em elevação terá sido igualmente aproveitada para instalações sanitárias do público, destinadas a ambos os sextos, bem como para zonas de arrecadação de material.

Na zona onde inicialmente estava previsto e foi implantado o parque de estacionamento do Estádio foram construídas as instalações do Terminal Rodoviário.

A Piscina Municipal de Portalegre acabou por ser construída em proximidade com o Estádio durante o processo de construção do mesmo, dando resposta a parte do programa inicialmente previsto para aquela zona da cidade.

Key moments (click below for details)

Activities

Location

Community
Address
Avenida do Brasil
Former Distrito (PT)
PortalegreFormer Distrito (PT)
Context
PeriurbanoContext
InteriorContext

Status & Uses

Original Use
Knowledge and Enjoyment ˃ Sports ˃ StadiumFunctional Typology
Status
ConstruídoStatus of Work

Materials & Technologies

Structure
Betão ArmadoBuilding Materials
Construction
AlvenariaBuilding Materials
Finishes and Decoration
Cantaria de GranitoBuilding Materials

To quote this work:

Arquitectura Aqui (2025) Estádio Municipal, Portalegre. Accessed on 23/02/2025, in https://arquitecturaaqui.eu/en/buildings-ensembles/20475/estadio-municipal-portalegre

This work has received funding from the European Research Council (ERC) under the European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement No. 949686 - ReARQ.IB) and from Portuguese national funds through FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., in the cadre of the research project ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).