Edifício da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Barcelos
Passaram-se 35 anos entre a primeira manifestação de intenção, pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), de instalação de uma agência na cidade de Barcelos, em 1945, e a inauguração do novo edifício, em 1980. Este longo processo foi marcado pela dificuldade em encontrar um local disponível e adequado para a construção das instalações necessárias, numa continua negociação entre a Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais e a sua delegação para a construção de agências da CGD, a Direção-geral dos Serviços de Urbanização e a Câmara Municipal de Barcelos.
Em agosto de 1945, a CGD tinha adquirido um edifício para instalação dos seus serviços, situado junto à Torre da Cadeia, monumento nacional, e à antiga muralha. Questionada sobre a realização de grandes obras de adaptação, a Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais considerou ser viável a utilização do edifício existente, desde que mantido o traçado e estrutura das fachadas. No entanto, o plano de urbanização da cidade, então em elaboração junto da Direção-Geral dos Serviços de Urbanização, previa a demolição do edifício adquirido, para desafogo do pano de muralha. A partir de então, a procura por um novo local para a implantação da agência prolongou-se até 1967. Em 1954, uma segunda proposta não mereceu aprovação da Direção-Geral dos Serviços de Urbanização por implicar uma demolição de custo muito elevado e com interesse apenas para a CGD. Em 1961, a Câmara Municipal argumentava que, se o terreno ainda não se encontrava definido, “é porque os locais escolhidos pela Comissão de Obras nas Agências da Caixa Geral de Depósitos obrigam sempre a expropriações que os proprietários não aceitam, dado essas localizações se situarem sempre no coração da cidade, e na sua parte mais comercial”. Em 1965, no contexto de um estudo ordenado pelo Ministro das Obras Públicas sobre a viabilidade de instalação do Tribunal Judicial da cidade no quarteirão onde se situavam os serviços da Câmara, a Direção-Geral dos Serviços de Urbanização propôs a instalação da agência no local ocupado pelo Theatro Gil Vicente - opção que se considerou que não seria bem aceite pela população.
Finalmente, em janeiro 1967, a memória descritiva do projeto de arranjo do Jardim D. Pedro V, de autoria dos arquitetos José Carlos Loureiro e Luís Pádua Ramos, referia uma hipótese recentemente colocada de “implantação do novo edifício da CGD no gaveto da R. Barjona de Freitas com o jardim e o passeio coberto de acesso ao mercado”. Embora ainda se tenha estudado a possibilidade de implantar o novo edifício no Campo da República, a norte do conjunto em conceção para a zona da Quinta do Aparício, em 1969 a CGD adquiriu o terreno necessário para a construção das suas instalações junto ao Mercado Municipal. Em 1970 foi assinado o contrato com o arquiteto José Carlos Loureiro para elaboração do projeto do novo edifício.
O edifício da CGD na Praça de Pontevedra só foi inaugurado em 22 de outubro de 1980. Segundo a notícia da sua inauguração do jornal O Barcelense, foi um edifício “que demorou muito, mas valeu a pena esperar”.
Para mais detalhes, consultar a secção Momentos-chave, abaixo.
Analysis
O edifício da Caixa Geral de Depósitos enquadra-se num conjunto projetado pelos arquitetos José Carlos Loureiro e Luís Pádua Ramos, que inclui o Mercado Municipal - com projeto de 1964 -, um bloco habitacional - com projeto de 1968 -, e o próprio arranjo da Praça. Numa manifestação de interesse pela realização do projeto, do arquiteto José Carlos Loureiro, este destacou o interesse de garantir “uma unidade arquitetónica tão raras vezes conseguida”.
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Location
Status & Uses
Documentation
A informação constante desta página foi redigida por Catarina Ruivo, em maio de 2025, com base em diferentes fontes documentais e bibliográficas.
To quote this work:
Catarina Ruivo for Arquitectura Aqui (2025) Edifício da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Barcelos. Accessed on 05/09/2025, in https://arquitecturaaqui.eu/en/buildings-ensembles/62732/edificio-da-caixa-geral-de-depositos-cgd-barcelos