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Monchique

“Há quem designe Monchique com a “Sintra do Algarve”, pela sua verdura e frescura, claramente contrastantes com as condições envolventes, mais secas. Com frequência a água aflora, sussurrando nalgumas fontes ou em pequenas cascatas. Por vezes, quando repentinamente se condensam as massas de ar atlânticas, as precipitações são de tal forma intensas que formam como que uma cortina densa e contínua, invulgar no sul do país.” (2004, vol. V, p. 182)

Monchique é um concelho geograficamente interior, portanto, um dos poucos concelhos que compõem a região do Algarve que não confinam com o mar. Localiza-se na zona noroeste do barlavento algarvio, entre os concelhos de Aljezur, de Lagos, de Portimão e de Silves e, fazendo fronteira com o Alentejo, ocupa uma área de 395,30 km². Com 5.462 habitantes (INE, 2023) é o segundo concelho com menos população a seguir a Alcoutim e tem vindo, continuadamente, a perder gente.

Criado em 1773, a par do concelho de Lagoa, é constituído por três freguesias – Monchique, Alferce e Marmelete – e insere-se no grupo de unidades de paisagens “Serras do Algarve e do Litoral Alentejano”, mais propriamente na de “Serra de Monchique e envolventes”, onde são “muito marcados os contrastes entre as componentes da paisagem que referenciam tantos os usos tradicionais como a vegetação autóctone, por um lado, e os elementos atualmente dominantes, extensas matas de eucaliptos, por outro. Nas áreas que foram poupadas a florestação é possível encontrar pequenas manchas com um padrão próprio, diversificado, que corresponde a um uso maioritariamente em equilíbrio com as condições naturais.” (2004, vol. V, p. 181)

A agricultura, os produtos têxteis, a matéria-prima e as atividades artesanais associadas à flora autóctone, que cobriam diferentes áreas da serra antes da plantação de eucaliptos, nomeadamente os soutos, os sobrais ou os medronhais, constituíam as bases da economia local, como atesta ainda hoje a famosa aguardente de medronho de Monchique.

Outra das singularidades da Serra e do concelho de Monchique, são as suas águas termais. Conhecidas desde a antiguidade, as Termas de Monchique constituem há séculos local de atração pelo poder curativo das suas águas. Durante o Estado Novo, reconhecendo-se as potencialidades das Caldas de Monchique na área da saúde, o Estado promoveu a elaboração de um Plano de Urbanização com o intuito de criar uma estância termal, comparticipando a construção, entre outros equipamentos, de um Balneário e de um Hospital Termal, que acabaria por redirecionar a economia do concelho para o turismo de natureza e da saúde que hoje o caracteriza.

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Records & Readings 3

A informação constante desta página foi redigida por Tânia Rodrigues, em 2024, com base em diferentes fontes documentais e bibliográficas. 

To quote this work:

Arquitectura Aqui (2024) Monchique. Accessed on 21/11/2024, in https://arquitecturaaqui.eu/en/communities/16674/monchique

This work has received funding from the European Research Council (ERC) under the European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement No. 949686 - ReARQ.IB) and from Portuguese national funds through FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., in the cadre of the research project ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).