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Conversa com Teresa, Penamacor

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Conversa com Teresa, Penamacor

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Conversa com uma comerciante na sua loja de costura no Mercado Municipal de Penamacor. Conversa mantida com as investigadoras Ivonne Herrera Pineda e Ana Mehnert Pascoal. Agradecemos a atenção da senhora Teresa e o facto de ter dedicado um momento para conversar connosco do seu tempo de trabalho.

Seguem-se algumas informações desta conversa:

Mercado Municipal de Penamacor

Ela lembra-se que antes havia dois talhos, agora só há um.

A sua loja antes era um talho, e atualmente alguns elementos permanecem, como a bancada e um varão onde colocavam a carne.

Teresa está contente com a loja, pela luminosidade, pois antes ela tinha trabalhado em locais muito escuros e fechados. O problema que encontra no seu quotidiano é a temperatura. De acordo com a sua experiência, o edifício do mercado tem grandes variações térmicas: é muito calor no verão e muito frio em inverno. Especialmente, o calor no verão é insuportável, por isso ela colocou aire acondicionado na sua loja. Em inverno, pelo contrário, está a trabalhar com o casaco vestido.

O mercado é de betão, e por isso sente-se muito o frio ou o calor, a diferença das casas de pedra típicas da zona.

Na loja, ela gostaria de fazer uma janela porque é só envidraçado, sem abertura, mas não era possível sem destruir a estrutura.

Segundo Teresa (e nós podemos confirmar com uma visita), o edifício tem problemas de humidade no rés-do-chão.

Teresa lembra-se que havia uma peixaria em frente à loja de costura e uma frutaria na banca do lado. Abaixo estava a “loja social”, para pessoas necessitadas, que era gerida pela Segurança Social e uma assistente social. Também lembra-se que havia duas lojas geridas por pessoas de origens internacionais, que acabaram por fechar (por exemplo, um restaurante onde aproveitavam a zona exterior do mercado). Outras lojas também não existem, mas funcionavam quando ela chegou em 2014: por exemplo, havia uma senhora que vendia pão e biscoitos e uma imobiliária.

De acordo com o testemunho de Teresa, os comerciantes alugam os locais à Câmara Municipal. Ela abriu a loja no mercado apesar das dúvidas de outras pessoas que achavam que o seu negócio no mercado não funcionaria. Mas o aluguer no mercado era mais barato, ela tinha confiança e muita experiência profissional. E funcionou muito bem: tem clientes do todo o concelho, e até do estrangeiro, que fazem marcações com antecedência nas férias. Os seus clientes valorizam a qualidade do seu trabalho e o preço, por exemplo, em comparação com França e outros países.

Segundo Teresa, as pessoas mais idosas vão ao talho por causa do atendimento personalizado e porque “a qualidade e é diferente”.

Escola da Aldeia de João Pires

Segundo Teresa, no edifício da antiga escola fazem ensaios da banda filarmónica, porque estão à espera de obras do edifício da banda. Nas banda são todos jovens do concelho, e são de várias freguesias.

Fecharam muitas escolas porque centralizaram as escolas em Penamacor.

Outras questões

De acordo com Teresa, não há oportunidades laborais para os jovens em Penamacor.

A recolha e incorporação do testemunho oral foi elaborada por Ivonne Herrera Pineda e Ana Mehnert Pascoal, com base numa conversa informal mantida em maio de 2023.

To quote this work:

Arquitectura Aqui (2024) Conversa com Teresa, Penamacor. Accessed on 21/11/2024, in https://arquitecturaaqui.eu/en/documentation/notes-from-observation-or-conversation/48387/conversa-com-teresa-penamacor

This work has received funding from the European Research Council (ERC) under the European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement No. 949686 - ReARQ.IB) and from Portuguese national funds through FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., in the cadre of the research project ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).