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Lagos

Lagos é um dos 16 concelhos que compõem a região do Algarve, conta com 212,99 km2 de área e cerca de 33.494 habitantes (INE, 2024). Localiza-se no litoral do barlavento algarvio sendo, em grande parte, atravessado pela Ribeira de Bensafrim. Confina com os concelhos algarvios de Vila do Bispo, Aljezur, Monchique e Portimão e, desde 2013, está administrativamente reorganizado em quatro freguesias – Bensafrim e Barão de São João; São Gonçalo de Lagos; Luz e Odiáxere –, das quais apenas a primeira não confina com o oceano Atlântico.

Historicamente, a sede do município, Lagos, está profundamente associada aos Descobrimentos Portugueses e à figura do infante D. Henrique, pese embora a presença humana seja comprovadamente recuada à Antiguidade. Devido à sua posição geográfica privilegiada atingiu o seu apogeu económico-comercial durante a época Moderna, mantendo a pesca como a principal fonte de rendimento da população, até meados do século XX depois de se ter transformado, em meados do século XIX, em um dos principais centros de indústria conserveira da região – a par de Portimão, Olhão e Vila Real de Santo António, com inúmeras unidades fabris instaladas na cidade. O Bairro de Casas para Pescadores ou o Bairro Operário, construídos para responder às necessidades habitacionais dos trabalhadores, são exemplos da dimensão que as atividades ligadas ao mar alcançaram.

O Concelho de Lagos estende-se entre dois grupos de unidades de paisagem – “Algarve” e “Serra do Algarve e do Litoral Alentejano” –, incluindo-se, neste último, parte da freguesia rural de Bensafrim e Barão de São João, a única que é totalmente interior e que se estende pelo sopé da serra em “baixas altitudes (200 m), ao longo das quais, a sul e a oeste, se tem frequentemente o mar na linha do horizonte” (2004, vol. V., p. 182) e na qual, até ao século XX, a agricultura de sequeiro foi a economia de subsistência predominante. É, no entanto, no primeiro grupo, mais concretamente na unidade do “Barlavento Algarvio”,  que a maior área do concelho se incluí, dispersando entre o litoral fortemente marcado pela baía de Lagos (a maior da região) e o barrocal algarvio. “Do carácter desta unidade genericamente plana, faz parte uma forte relação com o oceano, através de praias e falésias. Junto à costa surgem grandes e desordenados centros turísticos, (…). Por outro lado, a presença da água também se afirma através de ecossistemas resultantes da confluência de uma abundante rede hidrográfica proveniente da Serra de Monchique. Nestas planícies aluviais surgem zonas húmidas costeiras de génese e fisionomia diversa, como exemplo o paul Budens (ou da Lontreira), o estuário da ribeira de Bensafrim (Lagos) e a ria de Alvor, o meio húmido mais importante de todo o Barlavento Algarvio. A norte, esta unidade ainda inclui uma área que corresponde à continuidade do Barrocal.” (2004, vol. V, p. 193)

À semelhança de outras cidades costeiras algarvias, a partir da década de 60 do século XX, Lagos passou a ter como principal atividade económica o Turismo associado ao clima, à gastronomia, à qualidade das suas praias e à beleza ímpar das suas paisagens, para a promoção do qual a Câmara Municipal tinha construído com o apoio do Estado o Pavilhão de Propaganda e Turismo de Lagos anos antes. Algumas praias foram dotadas de equipamentos para receber os veraneantes, como os antigos Vestiários Públicos da Praia das Batatas, em Lagos, ou os Sanitários Públicos e Apoio de Praia, na Praia da Luz, onde ainda se mantinha simultaneamente uma atividade regular de pesca.

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Edificios y Conjuntos 41

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A informação constante desta página foi redigida por Tânia Rodrigues, em 2024, com base em diferentes fontes documentais e bibliográficas. Contou ainda com a importante colaboração do Município de Lagos, através dos serviços e dos técnicos do seu Arquivo Municipal aos quais estamos muito gratos. 

Para citar este trabajo:

Arquitectura Aqui (2024) Lagos. Accedido en 07/12/2024, en https://arquitecturaaqui.eu/es/comunidades/16673/lagos

Este trabajo ha sido financiado por European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) y por fondos nacionales portugueses por intermedio de FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., en el contexto del proyecto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).