Do resumo:

“Nas décadas de 1760 e 1770, o Algarve foi alvo de um projeto reformista designado pelas fontes coevas como a “Restauração do Reino do Algarve”. Contextualizada em pleno pombalismo, a “Restauração” visou a recuperação económica do Reino do Algarve, que se considerava estar subaproveitado no que respeitava aos seus principais recursos primários - agricultura e pescas – mas também às suas atividades comerciais. Concomitantemente, “Restauração” visou também uma reorganização político administrativa do território algarvio, a qual estava inerente um reforço do poder da coroa na região. É precisamente neste âmbito que devemos enquadrar a criação do concelho de Lagoa, por alvará de 16 de janeiro de 1773. O “Lugar de Lagoa” foi então erguido em “Vila de Lagoa”, com um termo que incluía os lugares de Ferragudo, Estômbar, Mexilhoeira da Carregação. Entre as motivações para esta mudança de estatuto encontramos: o aumento demográfico da urbe, a sua situação geográfica favorável num dos principais eixos viários da região, ou a fertilidade das suas terras e abundância pescarias. Contudo, a formação deste Concelho deve ser sempre observada no todo mais amplo de um projeto de reforma político administrativa que inclui também a extinção do concelho de Alvor, a criação do concelho de Monchique e, no extremo oriental algarvio, a criação de raiz, de Vila Real de Santo António, cujo concelho conduziu a extinção do de Cacela.”