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Urbanização do Bairro de Casas para Pescadores, em Albufeira

Processo composto por duas pastas: uma referente ao projeto de urbanização do bairro, elaborado pelo engenheiro civil Alberto da Silveira Ramos, em 1951, e acompanhado pelo projeto de arborização do bairro, elaborado, no mesmo ano, pelo engenheiro silvicultor Aníbal de Almeida Marques , da Repartição de Melhoramentos Urbanos (RMU) da Direção-Geral dos Serviços de Urbanização (DGSU): e outra pasta referente ao processo administrativo da obra composta pela documentação trocada entre as diferentes entidades interveniente no processo. 

Si tiene alguna memoria o información relacionada con este registro, por favor envíenos su contributo.

Identificación

Archivo / Biblioteca
Tipo de Expediente
Designación del Expediente
Urbanização do Bairro de Casas para Pescadores, em Albufeira
Años Inicio-Final
1950-1951
Ubicación Referida
Signatura Inicial
Processo n.º 59/MU/50
Produtor del Expediente

Análisis

Promotor
Entidad Peticionaria / Beneficiaria
Proyecto de Paisajismo (Autoría)
Aníbal de Almeida Marques Engenheiro Silvicultor RMU 1951Persona
Otras Especialidades (Autoría)
Alberto da Silveira Ramos Engenheiro Civil 1951Persona
Construcción y Equipamiento
José Martins Cordeiro empreiteiro 1953Persona
Decisión Política
Henrique Gomes Vieira Presidente CMA 1953Persona
Síntesis de Lectura

1951.03.28 – "Projeto de Urbanização do Bairro de Pescadores de Albufeira", elaborado pelo engenheiro civil Alberto da Silveira Ramos, constituído por trabalhos de terraplanagem e arruamentos, no valor de 151.076$98 esc.; abastecimento de águas, no valor de 56.422$80 esc.; rede de esgotos, no valor de 71.218$14 esc.; e instalação elétrica, no valor de 56.266$04 esc., que procura ao máximo a economia dos trabalhos de urbanização, fatalmente dispendioso pelas características excecionais do terreno que, embora permita disfrutar de uma vista panorâmica sobre o mar, cria perfis de arruamentos acentuados alguns dos quais pouco agradáveis à vista e com concordâncias, entre o eixo principal e as vias secundárias, difíceis de solucionar de forma harmoniosa. O autor do projeto ressalva: “revimos os preços constantes no projeto e analisámos as obras previstas e não conseguimos fazer reduções que permitissem ir de encontro à diretiva indicada” de trezentos contos como limite máximo preconizado pelo Estado para bairros com 50 habitações. Motivo pelo qual os acessos às habitação e passeios ficaram, apenas, com “simples terra batida” e os arruamentos, principal e secundários, apenas, “pavimentados a macadame, quando a técnica exigiria que se previsse uma camada de desgaste de caráter definitivo.”

Considerando que o bairro de casas para pescadores de Albufeira deva “ser um dos mais belos do Pais”, Silveira Ramos ambiciona que no futuro a DGSU e a CMA “encontrem forma de, numa 2ª fase, se realizarem os trabalhos indispensáveis para que se possa considerar de facto concluída a obra de urbanização…”

1951.10.00 – Alteração ao projeto inicial relativamente a ligações entre alguns arruamentos, que permitem também alguma economia e oferece “ainda a vantagem de melhorar de forma bastante apreciável o ‘acesso’ ao edifício da F.N.A.T.”

1951.11.17 – "Plano de Plantação do Bairro de Pescadores em Albufeira", orçamentado em 12.737$41 esc., incluído nos trabalhos de urbanização do bairro. O projeto foi elaborado na Direção-Geral dos Serviços de Urbanização (DGSU) pelo engenheiro silvicultor Aníbal de Almeida Marques que destaca a orientação preconizada pelos serviços do Estado na composição integral destes novos aglomerados urbanos: “constituem estes trabalhos de arborização um dos sectores mais importantes da urbanização de bairros, a que, portanto, se deve atender com cuidado e interesse.”

Segundo a Memória Descritiva o objetivo deste projeto é “[q]uebrar a monotonia inerente à uniformidade do casario; permitir sombras nos sítios mais adequados, nomeadamente nos arruamentos que permitem a plantação de arvoredo; pôr à disposição dos moradores possibilidade de colherem alguma fruta; e finalmente, introduzir linhas de verde com as vedações, que dão maior vivacidade ao conjunto, e representam economia em relação a muros de suporte…”

Tal como nos projetos de arquitetura, neste projeto de arborização ouve a preocupação de se escolherem “algumas espécies que deem a nota paisagista regional” para além das plantas a aplicar serem “escolhidas atendendo às condições agroclimáticas locais” e, como não poderia deixar de ser, considerando sempre a questão económica dos trabalhos.

A metodologia aplicada ao projeto foi: a utilização de sebes como delimitação dos logradouros privados e como barreira dada a proximidade do mar e a exposição aos ventos; o recurso a arbustos e arvoredo para preencher parcialmente dos grandes vazios criados por um terreno cujas dimensões permitirá, no futuro, a ampliação do bairro ou “quaisquer outras construções de interesse público”, sem, no entanto, desaproveitar a implantação privilegiada do bairro junto à praia e a panorâmica sobre o mar, motivo pelo qual se procurou “arborizar apenas os tratos de terreno mais próximos das habitações, seguindo as diretrizes dos arruamentos delineados (...) só colo[cando] espécies de pequeno porte”; e a colocação de tapete vegetal do tipo relva nos espaços fronteiros às casas, escolhido a pensar “nos filhos dos moradores, [que] armando o local em quartel-general de brincadeiras” irão naturalmente espezinhar essa relva.  

A informação contida nesta página foi elaborada por Tânia Rodrigues, em abril de 2024, com base nos processos referidos. 

Para citar este trabajo:

Arquitectura Aqui (2024) Urbanização do Bairro de Casas para Pescadores, em Albufeira. Accedido en 22/11/2024, en https://arquitecturaaqui.eu/es/documentacion/expedientes/18937/urbanizacao-do-bairro-de-casas-para-pescadores-em-albufeira

Este trabajo ha sido financiado por European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) y por fondos nacionales portugueses por intermedio de FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., en el contexto del proyecto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).