Grémio da Lavoura de Moncarapacho
Uma pasta simples correspondente ao exemplar do projeto de arquitetura enviado à Junta de Colonização Interna (JCI), constituído por memória descritiva; estimativa orçamental e peças desenhadas (planta de localização, plantas de pisos, alçados e cortes); acompanhado de cópia do orçamento ordinário previsto para o ano de 1972 e cópia da ata da sessão do Conselho Geral do Grémio da Lavoura de Moncarapacho (GLM) de 28 de novembro de 1971.
Identificación
Análisis
1970.02.26 - Memória Descritiva do projeto, assinada pelo engenheiro civil Jorge Morgado André, referindo que o Grémio da Lavoura de Moncarapacho (GLM) adquiriu na principal artéria da localidade um lote de terreno para construir um edifício para a nova sede da instituição, a qual pudesse responder às diversas necessidades dos serviços disponibilizados pelo grémio aos seus associados.
Morgado André, respondendo ao programa estabelecido, procura "resolver satisfatoriamente e de modo funcional as necessidades dos serviços que nele vão ser instalados. Esteticamente, optou (…) pelo estilo tradicional, mais consentâneo com a função específica do edifício.
O edifício desenvolve-se em dois pisos: armazém amplo no piso térreo para garagem dos veículos agrícolas do Grémio; e piso superior devidamente compartimentado para receber: “Serviços de Expediente, Escrituração, Arquivo, Gabinete da Direção e Sala de Reuniões (…), instalações sanitárias (…) situadas de tal modo que sirvam este piso na generalidade e com acesso direto do interior”. O acesso ao segundo piso faz-se-á pela rua, através de dois lanços de escadas contínuos e a ventilação e iluminação dos compartimentos interiores far-se-á pelo tardoz criando-se um logradouro para o efeito onde também se localizará a escada que dará acesso à varanda.
A construção “far-se-á a partir de uma estrutura resistente de betão armado em vigas e pilares, (…) sendo as paredes de alvenaria de tijolo de barro, na totalidade, assentes em fundações de alvenaria hidráulica (…). O piso intermédio e a cobertura, serão constituídos por lajes de betão armado, aligeirado o 1º e maciça a 2ª, (…).
Relativamente ao tipo de acabamento, Morgado André, parece não olhar a custos, pois refere-os como sendo “da melhor qualidade”: mosaicos de mármore e marmorite; parquet de madeiras exóticas e carpintaria interior de macacaúba, lambris de mármore e marmorite envernizados e de várias cores; paredes exteriores revestidas a cantaria, nos lambris, socos e nos aros de portas e janelas e carpintaria em madeira de mogno. A “melhor qualidade” estende-se inclusive aos materiais para a instalação das redes de águas, esgotos e eletricidade para os quais, refere o projetista, “serão empregues os melhores materiais existentes no mercado para o efeito”.
A estimativa orçamental foi calculada em 680.214$10 escudos.
1971.03.31 – Orçamento, assinado pelo autor do projeto o engenheiro civil Jorge Morgado André, no valor total de 641.606$00 esc., sendo 33.390$95 esc. correspondente ao valor do projeto.
1971.11.11 - Apresentação de orçamento ordinário do GLM para o ano de 1972, assinado pela direção: J. P. H. Correia (presidente), M. S. V. Correia (tesoureiro) e J. S. Rosa (vogal secretário), comprovando a capacidade financeira da instituição.
28.11.1971 – Aprovação unanime em reunião do Conselho Geral do Grémio da Lavoura, para: alocar verbas para despesas de licença de construção e do projeto da futura sede; para contrair um empréstimo na Junta de Colonização Interna no valor de 300.000$00 esc. para as obras de construção; e para pedir a assistência financeira do Estado através do Fundo de Desemprego.
O projeto constante neste processo veio a ser posteriormente remodelado por determinação superior.
A informação constante desta página foi redigida por Tânia Rodrigues, em abril de 2024, com base em fontes documentais.
Para citar este trabajo:
Arquitectura Aqui (2024) Grémio da Lavoura de Moncarapacho. Accedido en 10/11/2024, en https://arquitecturaaqui.eu/es/documentacion/expedientes/23725/gremio-da-lavoura-de-moncarapacho