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Relatórios de Inspeções à Casa do Povo de Arganil

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Identificación

Años Inicio-Final
1948-1970
Produtor del Expediente

Análisis

Primera Fecha Registrada Expediente
1948
Última Fecha Registrada Expediente
1970
Síntesis de Lectura

"A sede da Casa do Povo está instalada em edifício próprio, adquirido em 1943 à Misericórdia pela importância de 70 contos. A história desta transação foi a seguinte: A misericórdia tomou a iniciativa de construir um edifício para exploração de espetáculos. Esta construção, muito dispendiosa ficou em meio por falta de fundos. Chegados à conclusão de que aquela instituição nunca poderia concluir o edifício com os recursos próprios os seus dirigentes procuraram aliená-la pelo que se apresentaram vários concorrentes entre os quais a Casa do Povo. Entendendo que este organismo teria possibilidades de acabar a construção segundo o projeto traçado patrocinou-se a pretensão da Casa do Povo, que veio a adquirir o prédio por um preço relativamente módico, com a cláusula de ceder o salão de espetáculos à Misericórdia gratuitamente uma vez por mês para realizar uma sessão por sua conta. A compra teve lugar em 1943 e, para esse efeito, a Casa do Povo foi subsidiada pelo Fundo Comum na importância de 60 contos. Estavam no pensamento da Direção e toda a massa associativa o cria, que as obras de acabamento seriam imediatamente realizadas. Mas por falta de disponibilidades e também segundo o creio, por conveniência em alterar o projeto inicial, tais obras nunca mais se realizaram. Daí o edifício inacabado, a deteriorar-se de ano para ano, pois uma seção, aquela onde ficaria o salão de festas e espetáculos só tem as paredes levantadas e o telhado, aliás com viga mestra apodrecida, sem quaisquer resguardos nas janelas que são bastantes e sem reboco nas paredes. Esta parte da Casa ameaça já ruir o que a dar-se acarretará enorme prejuízo para o organismo podendo também prejudicar a outra parte do edifício que tem as mesmas paredes mestras. O setor onde está instalada a Casa do Povo é constituído por rés do chão e primeiro andar, com salas amplas, numa das quais são realizadas festas e espetáculos de cinema o que tem vindo a dar um rendimento superior a 1.000,00 escudos anuais. Noutra dependência ensaia a banda, uma outra foi arrendada à Legião Portuguesa; as restantes são ocupadas pelos serviços da Casa do Povo. (...) Até agora nada se conseguiu obter dos poderes públicos o que trás a população descrente e a Direção desanimada e aquela pergunta a si própria que direções são aquelas que passam pela Casa do Povo que não são capazes de acabar a sede. Este facto criou uma psicose de desinteresse pela Casa do Povo a tal ponto que ningiém quer ir para a Direção, a não ser com o compromisso de se lhe dar a certeza de que as obras irão ser realizadas, Este problema é determinante do futuro da Casa do Povo." (José Augusto dos Santos Silva, Subinspector da Inspeção dos Organismos Corporativos em Inspeção à Casa do Povo de Arganil, 11 de Junho de 1948, fls.11-12) 

Em 1955, a "esplêndida sala" havia acabado de ser construída, com o objetivo de realizar espetáculos e sessões culturais e assim "aproximar a instituição da população associativa". (Alberto Dias Póvoas, Subinspector da Inspeção dos Organismos Corporativos em Inspeção à Casa do Povo de Arganil, 5 de Julho de 1955, fl.2) 

"O projeto de adaptação de parte da sede associativa a casa de espetáculos é de autoria do Eng. Castro Pita, de Coimbra. (...) As obras, incluindo o mobiliário, foram dadas de empreitada (...) a Isidro Barata." (Alberto Dias Póvoas, Subinspector da Inspeção dos Organismos Corporativos em Inspeção à Casa do Povo de Arganil, 5 de Julho de 1955, fl.13) 

"Quanto ao edifício da sede, estão finalmente concluídas as obras de reconstrução e de adaptação; a casa reúne esplêndidas condições para a realização de sessões culturais e recreativas, atraindo os sócios e constituindo razão suficiente para uma intensa vida associativa de contato e convívio; todavia, tal não tem acontecido, infelizmente; a casa continua pouco frequentada por parte dos beneficiários, tal como acontecia anteriormente a efectivação das obras, a despeito das sessões cinematográficas e algumas exposições folcóricas e culturais que se tem realizado." ( António Pereira, Subinspector da Inspeção dos Organismos Corporativos em Inspeção à Casa do Povo de Arganil, 4 de Fevereiro de 1957)

"O edifício-sede está hoje completado e a sua esplêndida casa de espetáculos passou a ser novamente frequentada pelo uso dum aparelho de televisão (em vias de aquisição pelo organismo)." Fernando Salvador Coelho, Subinspector da Inspeção dos Organismos Corporativos em Inspeção à Casa do Povo de Arganil, 6 de Novembro de 1956).

"A sede da Casa do Povo - ampla e sólida mas desconfortável - tem muito mal aproveitadas as dependências, sobretudo no que respeita à secretaria, uma escura sala interior, com o único préstimo de arrumação. Excelente o salão de festas e espetáculos, onde, com farta concorrência de espectadores, funciona um aparelho de televisão comprado a prestações, de que várias estão ainda por liquidar." (Manuel Morgado Valério, Subinspector da Inspeção dos Organismos Corporativos em Inspeção à Casa do Povo de Arganil, 4 de Agosto de 1961)

A informação constante desta página foi redigida por Diego Inglez de Souza, em fevereiro de 2024, com base em diferentes fontes documentais e bibliográficas.

Para citar este trabajo:

Diego Beja Inglez de Souza para Arquitectura Aqui (2025) Relatórios de Inspeções à Casa do Povo de Arganil. Accedido en 16/12/2025, en https://arquitecturaaqui.eu/es/documentacion/expedientes/30030/relatorios-de-inspecoes-a-casa-do-povo-de-arganil

Este trabajo ha sido financiado por European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) y por fondos nacionales portugueses por intermedio de FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., en el contexto del proyecto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).