Equipamiento de
Uso Colectivo en
Portugal y España 1939-1985

Buscar por

Objeto

Agentes

Actividades

Documentación

Ampliação da Sede da Sociedade Filarmónica Estrela Moitense

Processo composto por duas capas de cartão. Uma das capas reporta-se aos Melhoramentos Urbanos da Direção-Geral dos Serviços de Urbanização, a outra possui uma etiqueta ao centro com a indicação “Sociedade Filarmónica Estrela Moitense. Anteprojeto para Modificação e Ampliação do Edifício-Sede”. Integra documentação gráfica e textual.

Si tiene alguna memoria o información relacionada con este registro, por favor envíenos su contributo.

Identificación

Tipo de Expediente
CorrespondenciaTipo de Expediente
Años Inicio-Final
1956-1972
Signatura Inicial
Processo 324/MU/56
Produtor del Expediente

Análisis

Primera Fecha Registrada Expediente
1956.10.31
Última Fecha Registrada Expediente
1972.01.10
Proyecto de Arquitectura (Autoría)
Francisco Alberto Rego Arquiteto 1962Persona
Proyecto de Estructuras (Autoría)
J. M. Valagão Engenheiro ?Persona
Intervención / Apreciación
Oscar Netto de Freitas Conselho Técnico Inspeção Espetáculos , SNI 1956Persona
António Emídio Abrantes Conselho Técnico Inspeção Espetáculos , SNI 1956Persona
Luíz Ribeiro Viana Conselho Técnico Inspeção Espetáculos , SNI 1956Persona
Luís Benavente Conselho Técnico Inspeção Espetáculos , SNI 1956Persona
Aníbal Mariz Fernandes Conselho Técnico Inspeção Espetáculos , SNI 1956Persona
José Fernandes Lebre Conselho Técnico Inspeção Espetáculos 1962Persona
Manuel Leal da Costa Lobo Conselho Técnico Inspeção Espetáculos 1962Persona
Agnelo Caldeira Prazeres Conselho Técnico Inspeção Espetáculos 1962Persona
Luís Benavente Conselho Técnico Inspeção Espetáculos 1962Persona
Luíz Ribeiro Viana Conselho Técnico Inspeção Espetáculos 1962Persona
Rui Barbosa de Matos Engenheiro Civil 3.ª Classe DUS/Eng. Diretor DUS 1962, 1963; 1972Persona
Luís Coelho Borges Arquiteto 1962Persona
Decisión Política
Manuel Rafael Amaro da Costa Secretário Estado Obras Públicas 1962, 1963Persona
Síntesis de Lectura

1956: Caderno de encargos relativo à empreitada de obras de modificação e ampliação do edifício da Sociedade Filarmónica Estrela Moitense (SFEM), na vila da Moita.

1956.10.31: O engenheiro chefe da Repartição de Melhoramentos Urbanos (Direção dos Serviços de Melhoramentos Urbanos/Direção-Geral dos Serviços de Urbanização/Ministério das Obras Públicas), Alfredo Fernandes, envia ao diretor de Urbanização de Setúbal um exemplar do projeto de modificação e ampliação do edifício sede da SFEM. Na mesma data, o engenheiro diretor-geral dos Serviços de Urbanização, Manuel de Sá e Melo, remete o projeto para apreciação pelo Inspetor Geral dos Espetáculos.

S.d.: Informação manuscrita, com assinatura ilegível, relativa ao processo 324/MU/56, considerando que a obra da SFEM “é oportuna e justifica-se plenamente”. No entanto, o projeto está incompleto, dado que apenas integra peças desenhadas.

1956.11.08: Informação do diretor dos Serviços de Melhoramentos Urbanos. O orçamento do projeto é de 230.000$00, a que corresponderá uma comparticipação de 92.000$00 (na base de 40%). A SFEM solicita apenas 80.000$00 por dispor do restante valor. Não há verba para este fim no Plano de Melhoramentos Urbanos em vigor. Julga que o pedido de comparticipação terá de aguardar.

1956.11.16: Dá-se conta do despacho ministerial sobre a anotação do pedido “para a primeira oportunidade”.

1956.12.21: Parecer do Conselho Técnico da Inspeção dos Espetáculos (Secretariado Nacional da Informação), assinado por Óscar Neto de Freitas, António Emídio Abrantes, Luís Ribeiro Viana, Luís Benavente e Aníbal Mariz Fernandes. É necessário que a SFEM complete o processo consoante as disposições para que o projeto possa ser apreciado.

1960.10.26: A Comissão de Obras da SFEM convida o engenheiro Diretor de Urbanização do Distrito de Setúbal para o lançamento da primeira pedra para a construção da nova sede da coletividade, simultânea à sessão solene comemorativa do 91.º aniversário da fundação da sociedade filarmónica.

1961.09.22: O processo da obra foi arquivado na Repartição de Melhoramentos Urbanos.

1962.04.17: Parecer do Conselho Técnico da Inspeção dos Espetáculos (Secretariado Nacional da Informação), assinado por José Fernandes Lebre, Manuel Leal da Costa Lobo, Agnelo Caldeira Prazeres, Luís Benavente e Luís Ribeiro Viana. O processo referente ao anteprojeto de remodelação e ampliação da sede e cinema da SFEM merece aprovação, mediante cumprimento de algumas disposições (como a instalação de bocas de incêndio e os materiais a usar na cabine de projeção).

1962.07.04: A direção da SFEM submete ao Ministro das Obras Públicas um anteprojeto para ampliação e beneficiação do edifício da sua sede, visando obter uma comparticipação. As obras serão realizadas por fases, correspondendo a primeira à construção do corpo do salão de festas e ginásio.

1962.07.16: Memória descritiva e justificativa relativa à ampliação da sede da Sociedade Filarmónica Estrela Moitense, assinada pelo arquiteto Francisco Alberto Rego. A SFEM foi criada em 1929 “por vontade e acção de gente humilde, solidária em pugnar pela valorização cívica e progresso social do povo”, visando “uma assistência artística, educativa e intelectual das últimas gerações”. A construção da sede foi iniciada após subscrição popular em 1929, tendo ficado “incompleta e destituída de qualquer conforto” e sem condições para a vida associativa, o que suscitou a tentativa de completá-la em 1950. Nessa altura, solicitou-se comparticipação estatal, não concedida por falta de cabimento no plano. Entretanto, a SFEM conta com c. 1.300 associados, decorrente do aumento do conjunto habitacional na vila da Moita nos últimos anos, sendo “imperiosa a remodelação e ampliação da actual sede”. O anteprojeto a que corresponde a memória foi já aprovado pela Inspeção-Geral dos Espetáculos e pela Câmara Municipal da Moita.

O estudo prevê que da sede – usada para fins tão diversos como sala de cinema, de baile ou de reuniões – existente apenas se aproveitem as paredes mestras e alguns vãos (as fachadas existentes irão desaparecer). Esse corpo ficará dedicado à sede, com salas de leitura, de reuniões, direção, aulas, biblioteca, jogos, entre outros. Será construído um novo corpo, perpendicular ao existente, que integrará sala de espetáculos (cinema e teatro), foyers, camarins, sanitários e bar, e ainda um outro corpo, perpendicular ao anterior, contendo um amplo salão de festas e ginásio, com fosso para orquestra. Planeia-se, também, um recinto ao ar livre, apto para festas, patinagem, esplanadas e diversões desportivas. Cada corpo terá entradas diferenciadas e poderá funcionar separadamente, sendo a entrada principal sobre a Av. Teófilo Braga. “Esteticamente procurou-se, em linhas simples, traduzir todo o interior, de que se lançou mão de varandas, floreiras, elementos decorativos e vários volumes construtivos”. Está acompanhada de estimativa orçamental, no total de 3.050.949$00, e de peças desenhadas.

1962.07.19: Informação da DSMU sobre a construção da sede da SFEM, obra que se justifica pela intenção de “alargar os meios educativos e recreativos” da entidade requerente. A 1.ª fase está orçada em 1.012.554$00, com comparticipação correspondente de 25% (250.000$00). A obra não consta do plano de 1962.

1962.07.23: Despacho do Secretário de Estado das Obras Públicas, M. R. Amaro da Costa, indicando a anotação da obra para plano futuro.

1962.10.01: Informação do anteprojeto, assinada pelo engenheiro civil de 3.ª classe da Direção de Urbanização de Setúbal, Rui Barbosa de Matos. Salienta a utilidade social da SFEM, com aulas de música, biblioteca, instalações de diversão, recreio e convívio. Na mesma rua, existe uma outra coletividade análoga, “cuja construção foi comparticipada pelo Estado (Sociedade Capricho Moitense)”; apesar da dimensão populacional não justificar a existência de duas coletividades idênticas, a tradição regional de rivalidade parece ser salutar. A sede existente não responde às necessidades atuais, as condições são deficientes, e constitui “uma autêntica ofensa estética – um monstro arquitectural que importa demolir”. Descreve o programa a desenvolver em 3 corpos. Considera que a implantação do novo edifício irá valorizar o local, parecendo a solução arquitetónica aceitável, tal como os materiais previstos. O orçamento é desproporcionado para as capacidades financeiras da entidade, mas a realização por fases poderá contribuir para que seja levada a cabo; o primeiro corpo (1.ª fase) importa em 1.000.000$00.

No mesmo documento, está datilografado um parecer do arquiteto Coelho Borges, datado de 18 de outubro. Considera que o anteprojeto “está em condições de merecer superior aprovação sob os pontos de vista funcional e estético”. É de esclarecer a qual dos corpos corresponde a 1.ª fase – segundo o estudo, trata-se do salão de festas e ginásio, segundo a D.U. de Setúbal será o primeiro corpo (remodelação da sede). Há, ainda, referência a que não foi possível incluir a obra no Plano Provisório de 1963.

1963.02.28: Informação de Rui Barbosa de Matos, esclarecendo que a 1.ª fase da obra corresponde ao 3.º corpo (lateral direito), estimado em 1.012.000$00. Embora o relator e o arquiteto autor do projeto considerassem conveniente iniciar os trabalhos pela sede “para fazer desaparecer o mais rapidamente o mau aspecto do existente”, compreende a necessidade de não paralisar as atividades da SFEM, nomeadamente o funcionamento do cinema, com capacidade para 382 lugares, que constitui uma fonte de receitas (correspondente a 40.000$00 anuais). Adicionalmente, a sociedade conta com a cotização dos associados, produtos de festas e dádivas em material e mão-de-obra (há indicação de contributo da Secil e da CUF, onde a maioria dos associados trabalha).

1963.04.30: Informação de Rui Barbosa de Matos, respondendo a questões colocadas pelo Subsecretário de Estado das Obras Públicas sobre a justificação da necessidade do cinema na SFEM face à oferta cultural existente na vila. Trata-se da única sala para este tipo de espetáculos, e a Câmara Municipal da Moita julga justificada a existência de uma sala em cada uma das sociedades “rivais”. A Sociedade Capricho Moitense tem c. 1.000 sócios, com finalidade cultural nas áreas da música e do teatro. Possui, também, um salão de cinema com capacidade para 590 lugares, biblioteca e sala de bilhares, tendo pretensões de ampliar as atividades desportivas, para as quais solicitou comparticipação estatal (não concedida por reprovação do projeto).

1963.05.29: Despacho de Amaro da Costa. Deve considerar-se aprovado o anteprojeto, anotando o pedido para a 1.ª fase; deve receber tratamento análogo à sua congénere.

1964.11.23: Após pedido da direção da SFEM, Amadeu dos Anjos Liberal, engenheiro Diretor de Urbanização de Setúbal, informa que deve ser enviado o projeto completo para dar andamento à pretensão, e que as obras não podem ser iniciadas previamente à aprovação superior do projeto.

1969.10.21: Importa averiguar se a SFEM se desinteressou da obra, por não haver movimento do processo desde novembro de 1964.

1969.11.08: A direção da SFEM informa que tem interesse em “proceder à execução da obra o mais breve possível”, numa altura em que se celebra o centenário da fundação, e desconhece razões para não ter havido seguimento visto que só tomou posse em 1966. São informados, em resposta, da necessidade de apresentar o projeto completo.

1969.11.28: A direção da SFEM informa que os cálculos de estabilidade e de betão armado foram efetuados pelo engenheiro J. M. Valagão, e são remetidos à DUDS. O projeto de arquitetura, aprovado pela CMM, foi elaborado pelo já falecido arquiteto Francisco Rego.

1972.01.10: Rui Barbosa de Matos, engenheiro diretor da Direção de Urbanização de Setúbal, informa a direção da SFEM que não é possível prosseguir o processo pela ausência de projeto.

Para citar este trabajo:

Ana Mehnert Pascoal para Arquitectura Aqui (2025) Ampliação da Sede da Sociedade Filarmónica Estrela Moitense. Accedido en 09/11/2025, en https://arquitecturaaqui.eu/es/documentacion/expedientes/66824/ampliacao-da-sede-da-sociedade-filarmonica-estrela-moitense

Este trabajo ha sido financiado por European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) y por fondos nacionales portugueses por intermedio de FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., en el contexto del proyecto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).