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Testemunho de Manuela Ruivo e enfermeira Sónia Fernandes, Miranda do Douro

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Identificación

Título
Testemunho de Manuela Ruivo e enfermeira Sónia Fernandes, Miranda do Douro

Contenido

Registro de la Observación o Conversación

Antigo Hospital

Ao fundo, estava o consultório do Dr. Simão, estomatologista, que era de Macedo de Cavaleiros.

Havia o Dr. Raposo e o Dr. Alcino, que era de saúde pública.

Sempre houve sala de espera

Andar de baixo:

O bloco operatório tem sido transformado: existia parede de vidro e zona de desinfeção.

Havia sala de partos. Nesta sala havia uma incubadora, o que foi um equipamento muito importante na altura. Manuela: “Arranjaram uma incubadora, ela [mãe] e a enfermeira D. Micó, não sei se já ouviu falar. Foi um achado arranjarem a incubadora. Porque houve uma vez que o meu pai fez uma cesariana, e era um prematuro e tiveram de embrulhar lá com uns algodões e mandar para Bragança. Depois arranjaram a incubadora [...] Foi assim uma grande vitória”.

Mais tarde houve a Unidade de Apoio ao Internamento.

Andar de baixo [pareceria que é ainda mais abaixo]:

- Serviço de Urgência (está igual que antes).

- Entrada Ambulâncias, tem portas grandes.

- Sala de Espera.

- A enfermeira Sónia diz que o gabinete médico era muito pequeno e tinha casa de banho. Tinha uma marquesa que estava no gabinete de enfermagem.

- Sala de tratamentos.

- Capela (está igual que antes).

- Copa (está igual que antes).

- Lavandaria

- Quarto do médico. De acordo com a enfermeira Sónia, estavam aqui 24horas. De acordo com a Manuela, primeiramente eram médicos da HED. Estavam em casa e só vinham se fossem chamados, quem estava sempre era o enfermeiro. Mas quando estavam de serviço estavam sempre lá. Depois vieram os médicos do Serviço Médico à Periferia — houve uma casa para estes médicos. A enfermeira Sónia acha que esta casa estava na zona da Terronha.

Hospital – Como Unidade de Cuidados Continuados

Sónia Fernandes: “A Unidade tem outras condições, sim, mas também a casa em si também já tem uma certa idade. [...] A barragem financiou porque eles necessitavam… E as grandes obras da Misericórdia foi através disso - Depois foi dado à Misericórdia, depois o Estado tomou conta da casa e depois devolveu à Misericórdia”.

Hospital- Tempo centro de saúde

Havia sala de enfermagem. Lembram da enfermeira Cruz. Tratavam diversas doenças como hipertensão e diabetes.

Tem experimentado algumas transformações: os gabinetes, com alteração das dimensões (ampliação ou subdivisão).

Havia gabinete de saúde materna, gabinetes médicos, a sala de vacinação (anteriormente gabinete médico).

Tinha sala de radiologia. Isso manteve-se no hospital e centro de saúde, tal como a entrada e secretaria.

Sónia Fernandes: “O centro de saúde era ao lado. Portanto, havia qualquer coisinha, era uma família que iam lá pedir ajuda, eles vinham logo aqui”.

Hospital- Edifício anexo

Edifício anexo construído “quando foi a fusão das Caixas de Previdência com os Centros de Saúde”

A sua função era a administração de apoio ao centro de saúde, gabinetes de gestão e saúde pública.

Quando foi construído, existiu centro de saúde e hospital ao mesmo tempo. Manuela Ruivo não sabe se se libertaram espaços de gestão que passaram para lá ou se esteve lá o centro de saúde.

Lar de Terceira Idade

Sónia Fernandes: “O nosso lar era um lar muito familiar”.

Sónia Fernandes: Os utentes vinham com muito mais energia - agora vêm quando já não têm capacidades nenhumas - dantes era uma família. Elas cozinhavam e comiam com eles - havia enfermarias…

Dormitórios todos com vista para pátio interior ou para fora, sobre a paisagem.

Quarto - cozinha [sem fogão], com lavatório e despensa. Os utentes eram independentes.

Sónia Fernandes: “Eles vinham para aqui, mas eles viviam” [havia um sentido de autonomia]. Era uma pessoa ou um casal por quarto, agora os quartos são partilhados por vários utentes [quatro camas no quarto que visitámos]. Há uma varanda com floreira em betão. A Sónia lembra de antigos utentes ter por vezes ervas aromáticos. Ela diz “eram antigos apartamentozinhos”.

Manuela Ruivo: “Foi uma grande guerra fazer isto dentro das muralhas”.

Sónia Fernandes: “Mas isto é uma Misericórdia, uma misericórdia está ao lado da Igreja da Misericórdia”. Tem-se acesso à Igreja por dentro do lar. Assim os utentes não apanhavam chuva.

Vemos na parede fotografias de algumas pessoas. Sónia diz: “Isto foram utentes que passaram por aqui e que deixaram doações”.

Sónia Fernandes: o jardim interior antes era muito utilizado pelos utentes [com banquinhos e vegetação]. Hoje já não têm pessoas com essa capacidade para usar como antes. Eles não se envolvem neste tipo de atividades, que já foram propostas pelos profissionais.

Sónia Fernandes: Lar era muito atrativo quando foi feito - as pessoas vieram. Pessoas de camadas sociais mais elevadas.

- Investigadora: como foi a receção deste edifício, com a estética que tem?

- Sónia Fernandes: “Isso era muito a frente para... Isto é assim, é em betão, e na altura não existia esta estética".

Sónia Fernandes: "Então, aquilo começou a crescer, as necessidades começaram a aumentar na população. E foi aumentando, aumentando, aumentando -porque aquilo tinha de manter-se- sim, cada vez mais envelhecida, os filhos emigraram, onde deixamos os nossos pais... Eles queriam manter-se cada vez mais em casa…".

Sónia Fernandes: Há um projeto para construir outro lar. Será num terreno que foi cedido pela Câmara, no bairro verde, é um projeto muito giro (terá energias sustentáveis).

Para citar este trabajo:

Arquitectura Aqui (2024) Testemunho de Manuela Ruivo e enfermeira Sónia Fernandes, Miranda do Douro. Accedido en 31/10/2024, en https://arquitecturaaqui.eu/es/documentacion/notas-de-observacion-o-conversacion/22316/testemunho-de-manuela-ruivo-e-enfermeira-sonia-fernandes-miranda-do-douro

Este trabajo ha sido financiado por European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) y por fondos nacionales portugueses por intermedio de FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., en el contexto del proyecto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).