Bairro de Casas do Património dos Pobres, ArganilCasa José Castanheira Nunes
O bairro foi construído pelo Património dos Pobres de Arganil, dirigido por José Castanheira Nunes, relacionado ao jornal A Comarca de Arganil, que divulga algumas matérias sobre a cessão do terreno e a inauguração da primeira casa geminada em setembro de 1959, que levou o nome do benemérito então falecido (Hemeroteca Digital de Arganil). Em artigo sobre os anos 1960 em Arganil, a professora Maria Olívia Nogueira (2014, p.177) oferece um instantâneo do momento de inauguração do Bairro do Património dos Pobres que nos ajuda a perceber como ele foi construído.
"Há nesse tempo, em Arganil, famílias numerosas que vivem em extrema pobreza e não têm um lar. Urge que tão penosa situação seja minorada. Tem um papel relevante as conferências de S. Vicente de Paulo, o reverendo Padre Américo Brás da Costa, reitor de Arganil e um grupo de arganilenses sempre prontos a conjugar caridade e bairrismo. Em 10 de Setembro (de 1959) é inaugurado o "Bairro do Património dos Pobres" - 10 casas de habitação, com a presença do Sr. Bispo auxiliar de Coimbra, representantes da Obra do Padre Américo, presidente da Câmara - Sr. Coronel Silva Sanches e outras individualidades.
Sessão inaugural - Discurso do Sr. Dr. João de Castro Nunes que faz o historial de tal obra, conseguida no espaço de um ano 'por um milagre de amor e pelo espírito de solidariedade, das pessoas de Arganil, na sua tradição de bem-fazer. O espírito da obra não consiste apenas em proporcionar, a título gratuito um lar decente e confortável, mas em criar autênticas escolas de dignificação humana e social.' O Sr. Reitor agradece e dá os pormenores da realização da obra referindo-se a Fernando Gonçalves da Silva, de Leiria, que ofereceu 'o seu terreno da Portelinha para tudo o que nele seja prestável.' O primeiro bloco é levado a cabo por 'A Comarca de Arganil' mediante subscrições abertas em Luanda, para perpetuar a memória de José Castanheira Nunes. A Cerâmica oferece todo o material cerâmico. Álvaro Ribeiro e Alípio Barbosa Coimbra, as telhas para o 2º bloco. Os filhos de Manuel Jorge Rodrigues (irmãos Rodrigues) uma casa. A menina Anabela Pimenta Brandão junta dinheiro para oferecer uma casa, mas como quer oferecer duas, o pai, o saudoso Saul Brandão, faz-lhe a vontade. O comendador António Duarte Martins e Esposa Srª Maria Augusta Fontoura, duas casas e as luzes para os candelabros exteriores. A família de Eugénio Moreira, o fundador de 'A Comarca', oferece uma casa em sua memória. Armando Nogueira de Carvalho, 4 moradias (em memória da esposa, D. Beatriz Vasconcelos de Carvalho e de seu pai,, José Augusto de Carvalho). O Sr. Abel Ribeiro residente no Estoril, oferece o terreno anexo às casas construídas para que outras lhes sigam. As conferências vicentinas abrem os caboucos para 4 moradias." (Nogueira, 2014, p.177)
Notas
O conjunto de 10 casas geminadas duas a duas situa-se na saída da vila, no bairro da Portelinha, perto da sede da Administração Florestal de Arganil. A construção foi realizada a partir da doação dos terrenos, materiais e recursos necessários por beneméritos locais, principalmente José Castanheira Nunes, editor do jornal A Comarca de Arganil, que se empenhou numa campanha de recolha de fundos para a realização.
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A informação constante desta página foi redigida por Diego Inglez de Souza, em janeiro de 2024, com base em diferentes fontes documentais e bibliográficas.
Para citar este trabajo:
Arquitectura Aqui (2024) Bairro de Casas do Património dos Pobres, Arganil. Accedido en 03/12/2024, en https://arquitecturaaqui.eu/es/edificios-y-conjuntos/1233/bairro-de-casas-do-patrimonio-dos-pobres-arganil