Quartel dos Bombeiros Voluntários de Côja, Arganil
A demanda pela construção do Quartel-Sede de Bombeiros Voluntários de Côja foi expressa pelo presidente da Associação Humanitária pouco antes do 25 de Abril, em Fevereiro de 1974. Versões iniciais do projeto foram desenvolvidas pelo engenheiro civil António Manuel Barata Portugal, alteradas em função dos pareceres dos técnicos da DGSU e da Inspeção de Incêndios da Zona Norte da Divisão de Equipamento Rural. O projeto inicial foi considerado demasiadamente caro, devendo ser alterado para "conseguir-se um embaratecimento da obra" e também "conseguir uma composição mais sóbria e também melhor equilíbrio na distribuição e relação dos volumes", de acordo com o parecer do arquiteto Mário Botelho Vaz de 10 de Abril de 1974.
Novas versões do projeto foram submetidas à consideração em 1977, 1979 e 1980, sempre sob ressalvas dos técnicos do Estado: "muito embora revistos os alçados, estes mantêm a concepção 'estilística' dos anteriores estudos, isto é, feição estética algo rebuscada num falso neo-classicismo de estilo duvidoso, afinidade conceptiva muito semelhante à anteriormente adotada e que por pesados e sobremaneira complicados, vêm onerar a obra." (Parecer do Arquiteto-Chefe de Divisão José Pinto Machado, 6/5/1978)
A sexta e definitiva versão do projeto foi elaborada pelo arquiteto Fausto Mendes Caiado e finalmente aprovada em 1983, ainda que pormenores sobre o projeto de estabilidades e orçamento continuassem a ser discutidos e ajustados até 1985, quando a empreitada da obra é posta à concurso, com prazo previsto para conclusão em 31/12/1987. A obra foi adjudicada em Julho de 1986 à Celestino Barata Martins por 34.000.000 $00 para um prazo de execução de 18 meses, que entretanto desistiu do serviço e propôs a adjudicação ao concorrente Adelino das Neves Pereira por 38.830.588$00. O Auto de medição final da obra data de 12 de Dezembro de 1989.
Notas
Entre a elaboração do projeto para o quartel dos Bombeiros Voluntários de Coja e a inauguração da obra transcorrem quinze anos. Este período, caracteristicamente longo, como em outras obras do tipo, reflexo da falta de recursos compatíveis com as ambições destas destas corporações, é atravessado pelo 25 de Abril de 1974, o que faz alterar nitidamente a expressão arquitetónica do projeto, que passa a ser mais funcional, próximo das exigências técnicas do programa e menos solene.
O edifício ocupa um terreno situado numa encosta entre o Rio Alva e a Estrada Nacional 344, que liga Coja aos Concelhos de Tábua e Oliveira do Hospital. Coja, vila que até 1853 era sede de concelho, guarda ainda alguma autonomia em relação à sede do concelho de Arganil e a constituição da sua associação de Bombeiros Voluntários em 1961 é, aparentemente, uma consequência desta condição, agravada pelas dificuldades na assistência prestada pelos Bombeiros Voluntários de Arganil nos incêndios que assolaram a região nestes anos. A fundação desta instituição, que acaba por dividir a área de intervenção e os subsídios que até então cabiam à corporação de Arganil, deu origem à uma espécie de "guerra fria" entre os jornais locais e as direções das duas instituições. (Ventura e Anacleto, 2009, pp.90-92)
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Ubicación
Estado y Utilización
Materiales y Tecnologías
Documentación
A informação constante desta página foi redigida por Diego Inglez de Souza, em julho de 2023, com base em diferentes fontes documentais e bibliográficas.
Para citar este trabajo:
Arquitectura Aqui (2024) Quartel dos Bombeiros Voluntários de Côja, Arganil. Accedido en 21/11/2024, en https://arquitecturaaqui.eu/es/edificios-y-conjuntos/1849/quartel-dos-bombeiros-voluntarios-de-coja-arganil
